Prólogo

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Ser um dampiro é nascer sem uma escolha.

Ser um guardião é crescer com a certeza de que nada é verdadeiramente seu, você não tem uma casa, uma família ou um hobby, os Morois são sua prioridade, eles vem primeiro. Sempre.

Janine Hathaway não tem uma casa, não tem um hobby, mas ela tem uma familia, uma filha que é tudo o que Janine precisa para ser feliz.

Sua linda Rosemarie que descia as escadas pulando de dois em dois degraus. Janine pensou em repreender a filha e pedir que tivesse cuidado, mas sua garota provavelmente pularia de uma distância maior ainda só para contrariar.

Quando chegou ao pé da escada Rose sorriu e deu uma giradinha.

— Olha, mamãe, o vestido que você me deu. Eu pareço a Lissa.

Rose gostava de se imaginar como uma princesa, assim como sua melhor amiga Lissa. A mulher gostava da amizade das duas, mas uma parte dela não deixava de pensar que um dia elas não seriam mais amigas, ou pelo menos não só isso. Rose seria uma serva, descartável.

Janine sentiu uma pontada de amargura pensando que a vida da Princesa Dragomir valia mais do que a vida de sua menina. Mas sorriu mesmo assim, acariciando os cabelos da filha.

— Você está linda, garota. Está pronta para sairmos?

A menininha de cinco anos ergueu o polegar, balançando o vestidinho rosa brilhante.

— Prontíssima, mamãe.

Rose correu para agarrar a mão que Janine estendia e as duas saíram para a noite.

Era sua noite de folga, Janine e Rose passaram seu tempo juntas, como costumavam fazer em todas as vezes. As duas treinaram, foram em lojas de cosméticos (que Janine odiava mas sabia que faziam Rose feliz), jantaram pizza e terminaram a noite com sorvete. De flocos para Janine e de chocolate para Rose.

Elas seguiam felizes de mãos dadas pela rua, estava na hora de voltarem para casa.

Foi quando Janine percebeu que algo estava errado. Seu sangue gelou, mas ela se forçou a manter a calma, precisava proteger Rose.

Ela pegou sua adaga e olhou para trás. Colocou Rose atrás se si e se preparou para lutar.

Estavam cercadas.

Janine se ajoelhou, se colocando na linha de visão da filha. Acariciou seus cabelos e disse suas últimas palavras a garota.

— Corra, Rose. Não olhe para trás. Eu te amo.

Enquanto sua filha corrida Janine aceitou seu destino.

Haviam tantos deles, por todos os lados. Mas Janine lutou mesmo assim, como boa Guardiã que era.

Eles eram muitos e Janine que sempre foi conhecida por sua coragem fez algo que nunca achou que faria. Implorou pela vida da sua menininha.

A Guardiã Hathaway sempre seria lembrada por sua coragem. E em vozes sussurradas dampiros se lembrariam que Janine não morreu para proteger um Moroi, e sim salvar um dos seus.

Seguida pelas sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora