°• Quase Pânico •°

605 47 3
                                    

  Antes que ela pudesse levantar, o deus já estava ao seu lado, com a mão em seu ombro e a impedindo de se levantar.
  - Embora seja estúpido, eu vou acatar ao pedido de Frigga. - disse Loki - Mesmo já sabendo que isso vai me aborrecer.
  Freye levantou uma sobrancelha para o homem ao seu lado, e este retribuiu o gesto.

°°°
  - Como ainda não conseguiu entender?! - indagou o deus, já sem paciência
  - Isso é difícil, Loki! - choramingou a garota - Estou muito cansada.
  Loki bufou e se sentou na cadeira, desistindo da missão que lhe foi dado.
  - Vocês midgardianos são burros.
  Freye até pensou em revidar a fala do deus, mas estava com muita dor de cabeça para realizar essa ação. Ficaram na biblioteca durante horas, até a noite chegar no recinto. Ambos só tiveram um progresso com a transformação da fada, mas parecia mais um bug de computador.
  - Quando vai me deixar ler o seu livro midgardiano? - perguntou ele, após um tempo de puro silêncio
  - Eu não posso deixar. - murmurou a garota - Tem certas informações ali que você ainda não pode saber.
  - Tipo oque? Que eu sou um gigante de gelo adotado? - desdenhou o deus
  - Também tem outras coisas - falou ela, já pensando na suposta irmã que eles tinham trancada em algum lugar.
  Loki revirou os olhos, e ao lembrar de seu passado, a garota sentiu pena de seus dias complicados.
  - Esse livro não fala nada desse objeto que está procurando?
  - Não, só explica como ele funciona, como qualquer outro livro.
  Foi então que ela pensou em algo inusitado, e um sorriso estampou em seu rosto, antes cansado.
  - E se Odin tiver algum livro que diga isso?
  O deus ficou pensativo por um momento, e deu de ombros.
  - É possível, pode estar nos aposentos dele.
  A fada logo voltou a ficar desanimada.    Nem se ficasse invisível teria psicológico o suficiente para entrar no quarto de seu suposto pai. Loki não tinha nenhuma intenção de ajudar, mas a face triste da garota, que havia beijado na mesma tarde do dia, o tocou profundamente.
  - Eu irei checar isso para você. - disse ele por fim
  Freye não acreditou que o deus ao seu lado, sempre grosso, estaria disposto a auxiliar na sua missão, sendo pega de surpresa. Suas bochechas logo coraram, em um vermelho leve no meio de sua   pele clara, e então sorriu.
  - Obrigada...
  Os olhos de ambos se encontraram ao mesmo tempo, e as borboletas surgiram novamente no estômago da garota. Ela sabia que não podia, em hipótese nenhuma, sentir algo pelo deus na sua frente, pois tinha conhecimento das atrocidades que já fez. Apesar disso, seu corpo não conseguia deixar de reagir a um simples olhar dele.
  Foi quando o seu famoso sorriso travesso apareceu. Antes que pudesse acontecer mais alguma coisa, as portas de onde estavam foram abertas, quebrando contato visual.
  - Vocês não vão jantar hoje? - perguntou Thor, acompanhado de seus amigos Frandal e Hogun.
  - Thor, sempre chegando em horas inconvenientes - alfinetou Loki, o que fez seu irmão rir.
  - Eu achei que Frandal me chamaria aqui... - murmurou Freye
  - A rainha me pediu que os deixasse treinar em paz- disse Frandal
  - Mas agora é hora de jantar! - disse seu irmão, e se aproximou da fada, estendendo sua mão- Milady?
  Freye achou graça do gesto de Thor, e aceitou o convite.
  O grupo de cinco seguiu pelo corredor iluminado, com a fada sendo acompanhada pelo seu irmão e por frandal, um de cada lado. Podia sentir a presença de Loki em suas costas, o que lhe causa a certo arrepio.
  Ao chegarem na entrada da grande sala de jantar, cujas portas estavam fechadas, seu irmão sorriu e disse.
  - Hoje você vai poder conhecer meu pai. - comentou, e a fada sentiu que o chão abaixo do seus pés sumir.
  Por um momento, seus joelhos falharam miseravelmente, fazendo- a se curvar. Só não caiu por conta das mãos de Loki envolta de sua cintura. Seu rosto ficou mais pálido do que já era, e suas mãos começaram à tremer. Não estava pronta para ver Odin, não ainda.
  E se ele me reconhecer de alguma forma? E se for atrás e descobrir tudo? E  se...
  Enquanto seus pensamentos transbordaram dúvidas, o grupo de homens logo ficou espantado com a reação repentina da fada.
  - A senhorita está bem?! - perguntaram em conjunto, menos o Loki, que entendeu de primeira do porquê de tal fraqueza.
  Quando o deus da travessura viu que Freye não seria capaz de responder, o mesmo tomou frente da situação.
  - A Angel se esforçou muito no treino de hoje - disse ele - eu vou levá-la para o quarto.
  - Eu posso fazer isso... - disse Frandal, mas logo foi cortado pelo deus
  - Eu vou levá-la. - afirmou, ríspido.
  Antes que o guerreiro loiro pudesse protestar, Loki tomou Freye em seus braços de forma protetora e a levou para longe do local, sem dar satisfações. O coração da garota se acalmava aos poucos, mas ainda não era capaz de formular palavras. Sempre que entrava em pânico, sua mente entrava em estado crítico de alerta.
  Embora não tenha agradecido, o deus da travessura sabia que havia feito um grande favor. A figura unida parecia romântica nos olhos curiosos de quem passava no corredor, mas eram logo espantados pelos olhos ameaçadores de Loki.
  -O-obrigada...- murmurou a fada depois de um tempo.
  Loki revirou os olhos, como se estivesse entediado, e Freye queria poder fazer o mesmo se não estivesse naquele estado. Ela já se sentia capaz de andar, mas não disse nada, pois estava adorando o contato que estava tendo com o seu colega. Além de confortável, a mesma se sentia segura perto dele.
  - Por que você e Frandal vivem discutindo? - perguntou ela
  - Ele é insuportável. - respondeu
  - Eu não achei... - disse a fada, oque fez o deus parar de andar, e a olhou em seguida.
  Seu olhar transmitia um certo incômodo com as palavras dela, e Freye sentiu suas borboletas novamente.
  - Você está com ciúmes? - perguntou logo
  Loki soltou um riso quase abafado e voltou a andar.
  - Não sinto nada por midgardianos. - respondeu, grosso como sempre.
  Agora Freye revirava seus olhos, cansada da bipolaridade do deus. Quando chegaram em seu quarto, o mesmo depositou a fada delicadamente no chão, esta já sentindo falta do calor corporal.
  - Você não pode continuar fugindo de Odin para sempre, esse é o reino dele. - disse ele, gesticulando para tudo ao redor
  - Eu sei... - murmurou ela - Eu só fico com medo de ele acabar me reconhecendo de alguma forma.
  - Você acha que ele já te viu alguma vez?
  - Eu não sei, vai que ele já tentou me matar alguma vez né. - disse ela, fazendo Loki rir.
  - Eu vou dar um jeito nisso. - disse ele, pegando Freye de surpresa.
  A mesma abriu a porta de seu quarto, e o deus não precisou de um convite para adentrar no local.
  - Loki, por que está me ajudando tanto?- perguntou a fada, realmente curiosa - Tipo, você não ganha nada fazendo essas coisas.
  O deus não sabia oque responder, pois nem ele mesmo sabia do porquê de tanto interesse pela garota. Em toda a sua vida, sempre viu os outros como meros seres perto de sua figura glorificada, e não fazia nenhuma questão de ajudar. Mas com Freye era diferente. Ajudava porque queria.
  - Eu faço qualquer coisa que seja contra Odin. - respondeu por fim, não confiando nas suas próprias palavras.
  - Entendi. - disse ela, um pouco decepcionada.
  - Irei checar alguns livros nos aposentos de Odin, e ver se encontro alguma coisa. - disse Loki, saindo rapidamente do quarto de onde estava.
  Freye não sabia o que sentir em relação ao deus, mas não podia negar a imensa confiança que tinha por ele, e desejava que não fosse traída.

••••••••••••••

Obrigada pela leitura!😁
Qtd: Vocês são crange? Eu super sou Kkkkkk

Obrigada pela leitura!😁Qtd: Vocês são crange? Eu super sou Kkkkkk

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

 
 
 

 

Entre Relâmpagos e Trovões - Fanfic LokiOnde histórias criam vida. Descubra agora