°• Encontro •°

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O som de derrota da fera pôde ser escutado, junto dos gigantes de gelo. Todos desmoronando por conta da ausência de piso. Os guerreiros olharam para a cena estáticos, achando que estariam mortos a alguns segundos atrás.
Quando as nuvens se dissiparam, o corpo de Freye se encontrava calmo e totalmente satisfeito, mas exausto. Nunca havia experimentado tamanho poder, e sentiu os seus joelhos fraquejarem. A última coisa que viu foram os olhos preocupados de loki antes de perder a consciência.
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Os olhos de Freye tentavam se ajustar a luminosidade do local onde estava, e sentia o seu corpo extremamente cansado. A sua cabeça latejava, mas não sentia mas aquela dor alucinante na ferida que estava em seu braço. Estava totalmente curada, com uma mancha esbranquiçada em seu lugar.
A fada se sentou devagar na cama, e quando estava enxergando melhor, percebeu que não estava em seu quarto, e que não usava mas a sua roupa de batalha. Estava usando apenas uma blusa branca folgada e uma calça da mesma cor. Percebeu também que não tinha mais os seus pertences pessoas.
Freye se levantou de onde estava e observou o pequeno quarto branco, que possuía apenas uma cama e um canto para um banho e necessidades. Notou que uma das paredes do lugar era quase transparente, dando visão do corredor e de outros quartos a frente. Quando viu os guardas de prontidão, o seu coração deu uma pequena acelerada. Estava em uma cela de Asgard.
A garota levou suas mãos a cabeça, sem saber oque fazer ou oque pensar. Não sabia quanto tempo havia se passado desde a guerra, nem do porque de estar ali.
Será que Odin descobriu tudo?
Será que eu matei alguém sem querer durante a batalha?
Será que Loki me traiu?
Milhões de questionamentos se passavam pela cabeça da fada, oque tornava aquele momento cada vez mais insuportável. Estava com medo do que estava para acontecer, e sentiu um desejo enorme de voltar para Alfea. Queria que o Loki estivesse ali para salvá-la, como sempre fazia.
Freye de dirigiu para a janela transparente e colidiu o seu punho contra ela, chamando a atenção dos guardas.
- O que eu estou fazendo aqui? - indagou - Eu quero falar com o Thor!
Os guardas ignoraram as ordens da fada, voltando para as suas posições originais. O peito de Freye começou a ficar inquieto, e ficou andando de um lado para o outro no pequeno quarto, inquieta.
Não tinha como gritar por Loki, e muito menos ligar para o Alex. Imaginou que os seus poderes não funcionariam onde estava, e se sentiu inútil. Não tinha oque fazer.
Por que Loki não está aqui para me ajudar? Será que desistiu de ficar comigo?
- Angel - disse uma voz masculina por detrás do vidro, fazendo os braços de Freye se arrepiarem - Ou devo chamá-la de Freye Carton?
Quando de virou, a fada encontrou a figura de seu pai de braços cruzados, com uma expressão de mau gosto. Escutar o seu nome verdadeiro de Odin mexeu profundamente com o seu coração.
O pai de todos fez um sinal com a sua mão esquerda, e o guarda permitiu a entrada do mesmo no pequeno cômodo. A aproximação fez com que a sua filha recuasse, encostando-se na parede. Estava com medo do que estaria para acontecer.
Outro sinal foi feito por Odin, e os guardas se afastaram da cela da prisioneira, deixando pai e filha sozinhos. Ao contrário de Freye, o deus não sentia medo.
- Foi difícil de quebrar o feitiço de Loki - comentou seu pai - a aliança de vocês dois quase deu certo.
Freye engoliu em seco e permaneceu olhando para as suas mãos, se sentindo incapaz de encarar o homem na sua frente.
- Qual é o seu objetivo ao vir para Asgard? - questionou ele - Quer o trono? Acha mesmo que...
- Eu não quero porcaria nenhuma de trono - disse a garota pela primeira vez - Eu quero o meu catalisador! Você roubou ele de mim!
Odin ficou pensativo por um momento, e passou a mão pelo seu cabelo.
- Ele não é direito seu. Você não é a minha filha e nada que seja seu está aqui. - disse ele, abalando a fada com as suas palavras.
- Você abandonou a minha mãe por mau caratismo e cresci observando todas as minhas colegas se tornarem fadas - disse ela - E agora que eu sei que posso me tornar uma, não vou desistir! Pode fazer oque quiser comigo, mas eu não vou embora sem isso!
Um suspiro fugiu dos lábios de Odin, e o mesmo começo a andar pelo quarto.
- Um dos meus maiores arrependimentos foi ter traído a Frigga com a sua mãe. - disse ele - Éramos apenas dois jovens que apenas queriam se divertir, não esperava que ela fosse ficar grávida de você.
Algumas lágrimas ameaçaram sair dos olhos azuis de Freye, mas as conteve, falando para si mesma que Odin não as merecia.
- Deixei claro para a Milow que eu não cuidaria de você, e disse o mesmo para a Farah quando ela morreu. - continuou ele - Você nunca terá direito a nada de Asgard, e irei mandá-la para um lugar que ninguém vá conseguir achá-la!
Quando terminou a frase, alguns guardas adentraram na cela, segurando uma corrente para prender a fada. Freye não estava acreditando no que acontecia, e suas faíscas de projetaram para fora de seu corpo, como um instinto contra a ameaça.
Os guardas logo apontaram as suas armas e espadas na direção da garota, ao mesmo tempo que protegiam Odin. A fada não sabia se começava mais uma guerra ali mesmo, ou se aceitava o seu destino. Antes que pudesse pensar em mais algo, sentiu uma dor forte em suas costas, fazendo os seus joelhos fraquejarem e seu corpo cair no chão.
No mesmo momento, sentiu algo de metal se prender em seu pescoço, e mãos fortes a levantaram pelos braços de forma bruta, prendendo os mesmos junto a corrente do pescoço. Algo semelhante a uma focinheira foi colocada em sua boca, para que não pudesse falar nada. Freye, apesar de ser uma herdeira legítima de Odin, estava sendo tratada como uma qualquer, prestes a ser jogada em qualquer buraco.
- Levem- na daqui sem atrair muita atenção - ordenou Odin - Thor e os outros estarão ocupados demais para ver isso.
Os guardas obedeceram o rei, arrastando a fada para longe do mesmo e para fora da cela. Freye conseguiu captar um último olhar do deus, e não conseguiu enxergar nenhuma mágoa em seus olhos, tirando a conclusão de que seu pai realmente não se importava com ela.
Lágrimas começaram a rolar para fora dos olhos claros da fada, a mesma sem forças para lutar ou jogar as suas rajadas de raios. Toda aquela rejeição à deixou fraca por dentro, tornando-a uma pessoa comum.
Enquanto era arrastada pelos corredores de forma ligeira, Freye começou a pensar em tudo na sua vida. Pensou que nunca mais conseguiria ver o seu melhor amigo e que não teria a oportunidade de ser a irmã de Thor. Começou a pensar em Loki, se algum dia poderiam ter tido alguma coisa. Questionou se o deus já soube alguma vez dos sentimentos que a garota tinha por ele, e se sentiu o mesmo. Pensou se o beijo que aconteceu teve algum significado.
Diversas dúvidas passaram pela sua mente, e ficou angustiada quando soube que provavelmente nunca seriam respondidas. Seria esquecida por todos em algum lugar pela galáxia.
Do outro lado do corredor, um guarda moreno seguiu de encontro a prisioneira, parando assim que estava próximo.
- Recebi ordens de Odin para levar a prisioneira para o seu destino. - disse ele de forma neutra, mantendo a sua postura.
A fada nem fazia questão de olhá-lo nos olhos, a expressão demonstrando a tamanha tristeza que sentia. Os guardas se entreolharam confusos, mas um deles se dispôs e entregou as correntes que prendiam a garota para o homem, indo embora logo em seguida.
O novo guarda puxou Freye pelo resto do corredor, seguindo em direção para um cômodo grande que a fada ainda não tinha visitado. Foi quando ambos pararam de andar, deixando a garota confusa.
Será que vou morrer aqui?
O Odin mentiu sobre me deixar viva?
As mãos do guarda seguiram em direção às amarras que prendiam a fada, soltando-as na mesma hora. Os olhos de Freye se arregalaram, espantada com oque aconteceu e sem entender, até que a figura do homem foi substituída gradativamente por a de outro, agradando o coração da garota.
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Entre Relâmpagos e Trovões - Fanfic LokiOnde histórias criam vida. Descubra agora