°• Martelo •°

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Será que vou morrer aqui?
O Odin mentiu sobre me deixar viva?
As mãos do guarda seguiram em direção às amarras que prendiam a fada, soltando-as na mesma hora. Os olhos de Freye se arregalaram, espantada com oque aconteceu e sem entender, até que a figura do homem foi substituída gradativamente por a de outro, agradando o coração da garota.
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Loki lançou um sorriso convencido para ela, a abraçando logo em seguida. O deus da travessura não estava acostumado a demonstrar afetividade, mas sentiu essa necessidade desde que viu o olhar sem vida da menina que começou a gostar.
Freye logo retribuiu o abraço, agradecendo mentalmente o tempo todo pela presença do deus. A ideia de não vê-lo mais a deixou desolada.
- Achou mesmo que eu ia abandonar você? - indagou ele, se afastando apenas alguns centímetros dela.
- Você é o deus da mentira, lembra? - brincou ela, nitidamente mais calma. A capacidade que Loki tinha de colar os pedacinhos do coração da fada era de surpreender.
A mão do homem se dirigiu para o rosto macio da garota, e pensou em expor oque sentia naquele momento. No entanto, sons de passos e vozes masculinas foram ouvidos pelo casal, fazendo com que o Loki a arrastasse para detrás de uma das colunas de pedra que tinham no local.
De longe, a fada pode ver o seu irmão seguir junto de Sif e seus outros companheiros, segurando o seu martelo. Ver aquela arma novamente mexeu com o coração da garota.
- Vamos para a bifrost. - disse Loki, sussurrando quando estavam mais afastados - Vou te levar de volta para a sua casa.
O deus tentou guiar Freye novamente, mas ela permaneceu na mesma posição, deixando-o confuso. Lembranças da batalha em Jotunheim se passavam na mente da fada como flashes, junto com diversos questionamentos.
A forma como o corpo da garota reagia na presença do martelo de Thor era incomum, nunca sentida antes. Era como uma conexão interior, capaz de preencher o que sempre faltou dentro dela.
- Eu acho que o martelo do Thor é o meu catalisador. - murmurou ela, deixando Loki surpreso.
- Como pode ter certeza disso? - indagou, sem acreditar - O martelo foi feito de Uru...
- Eu sinto uma conexão incrível quando estou perto dele. É muito diferente. - disse ela, gesticulando com as mãos - Não é porque somos irmãos, nem uma coincidência. Eu tenho certeza que aquilo é o meu catalisador, Loki.
O deus se encontrava pensativo naquele momento, com os seus braços cruzados e os olhos focados na fada em sua frente. Pensou que, de fato, a possibilidade de tonar o martelo mais forte utilizando um objeto mágico não fugiria das ações de Odin, ainda mais podendo esconder de Freye dessa forma. Acrescentou também que destruí-lo seria um desperdício, e que o pai de todos não seria burro de concretizar tal ação.
- Você pode estar certa - disse ele depois de alguns minutos - mas o que quer fazer? Roubá-lo de Thor?
- Parece algo absurdo mas... sim. - Freye deu um sorriso torto, ciente de que aquilo realmente era pavoroso, já que o deus do trovão vivia junto da sua arma.
A inocência da garota o fez soltar uma risada curta de desdém.
- Você sabe que aquele martelo só pode ser empunhado por pessoas dignas, certo? - perguntou ele - Não posso te ajudar a roubá-lo.
- Eu sei. - disse ela - É bem provável que eu consiga pegá-lo. Se conseguir, vou para Alfea e dou para a Farah.
Os lábios de Loki se abriram para argumentar, mas ao ver uma movimentação dos guardas, invocou um feitiço de invisibilidade para ambos e puxou Freye para longe dos sentinelas.
- Porque você precisa levar isso para Alfea? - questionou, sabendo que esse processo seria trabalhoso.
- Eu não posso fazer isso sozinha. - respondeu a fada - É uma grande quantidade de energia que precisa ser distribuída. Farah disse que uma fada não consegue se firmar sozinha.
Loki estava pronto para dizer que a fada deveria desistir, que Odin poderia achá-la e fazer algo pior. No entanto, ao,ver o seu rosto esperançoso, não teve coragem. Sabia o quanto aquilo significava para a fada.
- Tudo bem, mas como você pretende pegar o martelo sem o Thor perceber? - perguntou ele
- Eu estava pensando mais em correr e fugir...
Outro sorriso divertido surgiu nos lábios do deus da travessura, sabendo do quanto aquilo poderia dar errado. Mas também entendia que não tinha muito o que fazer para dar menos errado.
Enquanto os guardas estavam a procura de Freye, a mesma se encontrava ansiosa, vestindo um par de luvas escuras que Loki aprontou para ela. Como a garota não podia ter um contato direto com o seu catalisador, precisou dessas vestimentas mais quentes, apesar de não apropriadas.
O deus se encarregou de buscar um cavalo, se misturando entre a figura dos sentinelas do palácio. O mesmo deixou claro para a garota que estaria na floresta a esperando, e a fada torcia para que Heimdall a desce passagem.
Depois de muita caminhada, Freye encontrou o seu irmão junto de seus amigos no centro de treinamento, erguendo algumas espadas para Volstagg, embora não precisasse. Ficou observando o deus por alguns segundos, sabendo que talvez não o visse mais em sua vida, e desejou que pudessem ter mais contato. A ideia de não conseguir vê-lo novamente por conta das maldades de Odin a deixou chateada por dentro.
Atrás de uma parede rochosa, a fada fechou os seus olhos, tentando se concentrar ao máximo para que chamasse o martelo, como Thor fazia. Erguendo o seu braço, a mesma fez um pequeno esforço, como um mantra. Até que houviu diversas coisas serem derrubadas contra o chão, e um impacto de força média em sua mão estendida.
Ao abrir os olhos, sentiu uma onda forte de energia em seu corpo, e percebeu que o seu catalisador estava em suas mãos cobertas. Quando desviou o olhar para Thor novamente, notou que todos a encaravam com espanto e surpresa, pensando que apenas o deus do trovão poderia segurá-lo.
Não teve tempo para racionar, pois a fada já se encontrava em ritmo de fuga.

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⏰ Última atualização: Dec 02, 2021 ⏰

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Entre Relâmpagos e Trovões - Fanfic LokiOnde histórias criam vida. Descubra agora