Prólogo

118 11 10
                                    

— Mamãe! Mamãe!

Os pezinhos pequenos de Jimin batiam rapidamente no assoalho da casa conforme ele ia correndo até o quarto da mulher mais velha, era acompanhado pelo garotinho de cabelos escuros que apenas os olhinhos puros de Jimin puderam contemplar até agora.
Parou em frente a porta de madeira escura e ficou nas pontas dos pés para conseguir alcançar a maçaneta, segurou no metal gélido e o virou para a direta, abrindo lentamente a porta, o simples barulho da dobradiça meio enferrujada foi o suficiente para despertar a senhora Park.

— Jimin? O que está fazendo acordado a essa hora?

A mais velha sentou-se sobre o acolchoado da cama e coçou seus olhos, seus cabelos loiros longos estavam desgrenhados e formavam uma espécie de ninho bagunçado em sua cabeça, Jimin até riria, mas estava focado demais em outra coisa, mais especificamente, no objetivo que o fez invadir o quarto da mãe no meio da madrugada.

— Volte já para a cama.

A matriarca ordenou, sua voz estava carregada de sono e cansaço, ela trabalhou o dia inteiro e tudo o que pensava agora era em dormir, o que quer que fosse que o filho iria lhe mostrar, certamente poderia ser deixado para o dia seguinte.

— Eu vou te provar que o Jungkookie-ah é real, mamãe! Vou fazer a senhora acreditar em mim!

A loira suspirou, já ouvira o mais novo falando sozinho pelos cantos da casa algumas vezes, ria, contava piadas e falava sobre o seu dia para um tal de Jungkook, claro que a mulher não se importou muito com isso, é normal crianças terem amigos imaginários, uma hora ou outra esses amigos imaginários vão ir embora, era só questão de tempo.

— Filho, por favor, vá se deitar, conversamos sobre isso quando acordarmos, sim?

Pediu pacientemente, já fazia um bom tempo que Jimin estava tentando convencê-la de que o tal Jungkook não é invenção de sua cabeça, essa pequena obsessão não era normal para uma criança de seis anos, mas Park Joohyun não tinha muito o que fazer quanto a isso, estava de mãos atadas quando se tratava da imaginação fértil do filho.

— Não! Não podemos esperar! — o pequeno Jimin disse eufórico, estava quase pulando de ansiedade, a cena era cômica, parecia que ele havia sugado toda a energia vital da mãe para si — vamos, Gguk. Faça ela ver também... Mostra pra ela.

A criança sussurrou para um espaço vazio atrás de si, a cena fez um arrepio percorrer toda a espinha de Joohyun, aquela era a primeira vez que via Jimin falar com tanta convicção para o vazio, parecia mesmo que havia alguém ali de fato, era assustador e bizarro.

— Park Jimin, deixe disso! — a voz feminina estava um pouco alterada agora, seus olhos estavam mais abertos e seu corpo mais alerta, o garotinho tinha a assustado de verdade dessa vez — vá se deitar agora.

— Vai...

O garotinho sussurrou novamente e sorriu com a cena que veio a seguir.
Enquanto um sorriso largo repleto de orgulho pintava seu belo rosto, o rosto de sua mãe estava cheio de horror e medo, sua pele empalideceu e seus olhos se arregalaram, ela conseguia sentir a adrenalina passando por seus ossos.

— O que é isso?

Ela sussurrou com a voz fraca e vacilante, seu olhar se intercalava entre o filho e o garotinho que havia acabado de aparecer ali, como se fosse a fumaça de uma neblina que aparece do nada no meio de uma estrada sinuosa.

As asas enegrecidas que surgiam das costas do garoto moreno que apareceu de repente eram imensas, suas penas negras brilhavam como cristais sob o luar da meia noite, apesar do garoto não ter tamanho, sua magnitude era imensa, ele exalava poder de si apenas ao respirar.

O menino desconhecido sorriu com doçura.

My favorite hell (jjk + pjm)Onde histórias criam vida. Descubra agora