"Tons"
"Mostre-me como te vês, que direi o que mais te importa"
O Pedro ligou-me e disse-me coisas aleatórias que de longe não me interessaram muito mas como eu preciso desse encontro tanto quanto mantive-me interessada na conversa e aceitei o pedido dele pra sair comigo. Estou nesse exato momento à espera dele no cofre bar que marcamos.
Ele está ligeiramente atrasado o que faz a minha mente me perguntar inúmeras vezes nesse curto intervalo de tempo se realmente isso que eu quero. Eu deveria pegar no pouco de vergonha que me resta e me retirar do recinto sem que pareça que fui deixada plantada.
Senti um dedo batendo no meu ombro e uma voz um pouco rouca soltando um "Oi". Nós dois combinamos a roupa que usaríamos para não ficar procurando por muito tempo.
Virei o rosto para o encarar, seu sorriso era convidativo, suas covinhas bem perceptíveis, sim, o Pedro era encantador, eu poderia usá-lo facilmente para me livrar do Hugo.
Quer dizer livrar o Hugo do meu coração ou algo do tipo.
- Espero não ter te feito esperar muito tempo, eu sou o Pedro Alencar - sorriu e estendeu sua mão, por favor para de sorrir!
- Ollyane Vitrine. - nossos olhares se encontraram num instante e ele corou. Fiz um gesto para ele tomar o assento.
- Hã, o que você vai querer? - perguntou logo que tomou o assento ajeitando a gola da camisa que parecia ter sofrido um certo tipo de pressão, talvez.
- Bolinhos.
- Assim? Bolinhos? - perguntou apreensivo.
- Sim, bolinhos. Qualquer tipo de bolo, sou apaixonada por pastelaria, então qualquer coisa da jeito. - sorri. Eu gosto mesmo de bolinhos.
Ele olhava para os seus dedos que faziam batidas leves na mesa um por vez e eu os encarava,na verdade meus olhos passavam da sua cabeça à seus dedos. Minha mente estava em total questionamento, o que vai acontecer depois desse encontro? Serei ignorada novamente? Ele vai fingir que não existo e depois voltar como se nada tivesse acontecido? Ou simplesmente nunca voltar? Como eu estarei depois disso?
- Hã - limpei a garganta na tentativa de meu cérebro selecionar as melhores palavras. - Depois desse encontro você vai sumir? - perguntei olhando diretamente para os seus olhos. Lancei a pergunta um pouco apreensiva mas eu preciso disso para confiar nele embora seja um pouco equivocado.
- Como assim? - retrucou.
- Ahh deixa pra lá. - dei de ombros e revirei os olhos. - Isso é chato, eu não queria estar aqui. Você é bonito, muito bonito e isso me assusta muito. E... quero evitar uma decepção novamente. - fui sincera.
Engoliu em seco.
- Uou! A Ana disse que eras meio maluca, mas não pensei que fosse tanto.
- Como assim maluca?
A Ana me chamou de maluca? Ele também me acha maluca? Como assim?
- Eu simplesmente quero ser teu amigo. - seus olhos estavam fixos no meu - Sem essa de decepções, para de criar essas ilusões malucas de que todo mundo vai te magoar e também as pessoas não costumam demonstrar suas intenções no mesmo dia, tens de simplesmente analisar como a outra pessoa é.
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Doce Meio Amargo
Teen Fiction"É como se tudo fosse a soma do que queremos para nós mesmos, como se tudo girasse em volta do que mais se quer. Vi-me presa em ti como nunca me tinha prendido à alguém, você é como um encontro entre bem e o mal um eterno nuance entre o paraíso e o...