33º Capítulo

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Já fazem dois dias que o Victor viajou com o tio dele, óbvio que eu já começo a ficar tença por que não quero receber a notícia que o filho da puta morreu e me deixou aqui "sozinha". Se for pra morrer que seja pelo menos pelas minhas mãos.

Ele é uma das últimas pessoas que eu pensaria que entraria na minha vida, já estava tudo traçado na minha cabeça.

Ser comprava pelo nojento do Carlos, ir morar com ele, depois do matar e seguir sua vida.

Mas tava muito fácil pra ser verdade, Carlos tinha que me por pra morar com o sobrinho dele. Não que eu esteja odiando usar o Victor, tem seus momentos bons. Mas chegar até quem eu quero tá mais difícil do que eu pensei.

Leila e Beatriz ja está tudo certo, ganhei a confiança das duas fácil, eu acho pelo menos. Leila sempre tá aqui pra conversa comigo e acha que tá me conhecendo melhor, Beatriz parece ser mais boba então ela já foi, tenho que atentar na Leila. Ela sempre foi desse meio da máfia então já deve estar bem esperta igual ao irmão.

Tomei um banho relaxante e me arrumei, tomei café sozinha pra variar e fui pra sala de cinema ficar nos meus filmes, não tem o fazer nessa casa.

Tava comendo umas frutas enquanto estava assistindo mas já enjoei delas então levantei pra levar o prato pra cozinha de novo, essa casa por dentro é sempre tão vazia. Só da eu andando pra lá e pra cá e a Carol que fica limpando o que já tá limpo.

- Bom dia senhorita - a cozinheira disse quando me viu entrar.

- Bom dia - sorri fraco.

- Deseja alguma coisa?

- Não, só vim guardar as frutas que eu não aguentei comer.

- Pode deixar que eu guardo - ela veio até mim secando as mãos porque estava lavando a louça louça que tinha.

- Obrigado.

- Se precisar de algo é só pedir.

- É claro, obrigada mais uma vez.

Sai da cozinha e o que me resta é voltar pra sala de cinema.

Quando cheguei na sala avistei um homem parado no meio dela olhando pros móveis, ele passeava o olhar pela casa como se estivesse estudando cada canto dela até seus olhos chegarem em mim.

- Ah.. bom dia senhora - disse surpreso em me ver.

- Bom dia.

Reconheci que ele é o cara que trouxe os carregamentos que o Carlos Herrera mandou, mas por que ele continua aqui?

- Deseja algo? - perguntei.

- Não, na verdade estava procurando a senhora pra perguntar se queria algo.

Arqueei as sobrancelhas meio desconfiada e ele sorriu fraco esperando alguma coisa sair da minha boca já que o silêncio constrangedor se instalou na sala.

- Achei que só vinha trazer os carregamentos, não sabia ia ficar.

- Eu também achei mas foi ordem do Carlos, disse que seria bom mais segurança nessa casa.

- Hum - murmurei - Acho que essa casa já é segura o bastante.

- Quanto mais melhor, não?

- Claro - sorri fraco.

Um barulho de carro encostou na frente da porta, já imagino que seja a Beatriz ou a Leila vindo ver se eu estou viva ou se ainda estou aqui.

- Bom, se precisar de alguma coisa é só me chamar.

- Ok - respondi enquanto ele saia sem nem esperar minha resposta.

A porta da sala abriu e fiquei surpresa quando vi Victor entrar com a mala na mão. Não sei se fico aliviada por ver ele vivo ou se fico com mais tédio ainda por ele ter voltado, sei que não me sinto casa mas eu fico bem mais confortável quando o monstro não tá em casa. Ele deixou a mala no chão e olhou pra mim parada na frente do arco que separa a sala principal da sala de jantar.

Eu não sabia o que falar e ele pelo jeito também não porque ficou me olhando de cima a baixo sem falar nem sequer um oi.

- Achei que não vinha mais - resolvi quebrar o silêncio.

- Não foi você que disse pra eu tentar não morrer.

- Olha só, me escutou.

Ele soltou um riso meio de lado com uma cara de quem tava louco pra me desafiar. Eu querendo ou não, infelizmente o desgraçado faz falta aqui quando ele resolve passar três ou quatro dias fora.

- Eu vou tomar um banho.

Observei ele pegar a mala dele e subir as escadas em direção a seu quarto. Voltei pra minha querida sala de cinema e dei play no meu filme.

Querida MarianaOnde histórias criam vida. Descubra agora