Tava deitada no peitoral do Victor enquanto ele mexia no meu cabelo e olhava o teto, acho que nunca chorei tanto na frente de alguém que nem hoje, ainda mais no meio da transa. A gente tava em um clima tão gostoso que isso me desmontou por inteira.
- Tá melhor? - perguntou me tirando dos pensamentos.
- To - sorri fraco.
- Quer fala disso?
- Não tem muito o que fala.
- Não é o que parece - disse com sua expressão séria. Fiquei um tempo olhando pra ele pensando se contava ou não.
Deitei no seu peitoral de novo pra desviar olhar e ele voltou a mexer no meu cabelo mas ainda sentia seu olhar em mim.
- Eu tinha 14 anos - comecei - Tava dormindo do mesmo jeito que sempre dormi, blusão e calcinha - engoli seco - Achava que era uma noite normal até que a porta abriu, era umas quatro da manhã, um homem que era uns dos amigo do meu tio entrou no meu quarto..
Ele ficava quieto ouvindo mas já devia imaginar o que ia contar em seguida.
- Ele foi tão filho da puta que falou que ia me dar remédio, era só eu ser uma boa moça e não gritar, eu ingênua acreditei até ele rasgar minha calcinha e tapar minha boca - Limpei meu rosto - Não consegui contar pra ninguém, não tinha ninguém em quem eu confiasse o suficiente pra falar que tiraram minha virgindade a força.
- O que aconteceu com o desgraçado?
- Nunca tive coragem de olhar pra ele, tive medo de que tudo isso acontecesse de novo e que a dor seria tão insuportável quanto da primeira vez.
Victor me puxou um pouco pra cima me abraçando e coloquei minha perna em cima dele.
- Por isso falou aquilo na janta? - perguntou olhando nos meus olhos.
Com a pouco luz do quarto olhei nos olhos dele de volta e balancei a cabeça em um sim.
- Toda vez que eu olhava para os alvos era na cara dele que eu pensava - admiti - Só não sei se eu teria coragem de olha pra ele de novo.
- Isso tudo aconteceu depois que perdeu seus pais?
- Pois é, vida difícil.
- Você não é a única.
Sorri fraco meio curiosa, Victor é tão misterioso mas mesmo ele transparece frieza da a impressão que ele já deve ter sofrido cada coisa.
O silêncio reinou e eu sem saber o que fazer dei um selinho molhado nele.
- Melhor eu deixar você dormi - disse após o beijo. Ele ia levantar mas coloquei a mão no seu peitoral o fazendo parar e ele me olhou.
- Fica aqui - ele ia falar alguma coisa - Por favor - interrompi.
- Tem certeza? - Perguntou em tom desafiador.
- Absoluta..
DIA SEGUINTE..
Acordei sozinha na manhã seguinte, levantei e fui direto pro banho. Fiz minhas higienes matinais e resolvi me arrumar bem hoje. Já que ontem eu fiquei desanimada acho que se eu me arrumar talvez meu humor fiquei melhor que ontem.
Coloquei um dos vestidos novos, era um roxo com a saia solta e aberto nas costas. Fiz uma maquiagem mais clara e só passei uma manteiga de cacau. No meu cabelo só passei uma passada de secador pra abaixar as pontas.
Sai do quarto ouvindo uma musica ecoando na casa, desci e a música tava vindo da academia. Fui até lá olhando o dia lindo que tava lá fora, encostei na porta observando Victor malhando. Ele tava com luvas de boxe dando socos violentos no saco.
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Querida Mariana
Aksi+16 | Mariana, uma menina ingênua, pelo menos era aos seus 12 anos, vivenciou a pior cena que uma criança poderia presenciar. Seus pais sendo mortos na sua frente, executados por uma máfia temida e respeitada por muita gente. Hoje em dia já crescid...