52º Capítulo

48 2 0
                                    

Acordei um pouco antes da hora do jantar, me troquei colocando uma roupa mais bonitinha e salto. Fiz uma make básica só pra levantar a autoestima porque eu to tão mexida com tudo que aconteceu.

Sai do quarto e fui pro andar de baixo, vi de longe Victor sentado na mesa.

Me aproximei da sala de jantar obviamente ele me ouviu mas nem se quer olhou pra mim ainda concentrado em seu prato.

Sentei do seu lado me arrumando pra comer, Carol entrou com a jarra de suco na mão e sorriu ao me ver.

- Que bom que está de volta Senhorita.

- Oi Carol.

- Como a senhora está?

- Agora eu to bem obrigado - sorri.

- Que bom.

Ela nos serviu o suco e saiu, comecei a comer sentindo o olhar dele me observar mas não disse nada nem retribui.

O jantar foi silencioso como quando eu cheguei aqui, isso tá me deixando tão frustrada. Ele foi buscar, praticamente se arriscou e agora que eu to aqui ele não fala comigo, não sei porque mas estou ficando chateada com isso.

- Vou subir - disse saindo da mesa deixando o prato pela metade.

Observei ele sair e juro que tentei me segurar na cadeira mas não aguentei e fui atrás, sai andando e ele deu uma olhada por cima de seu ombro enquanto subia as escadas.

- Victor - chamei quando cheguei no topo da escada e ele continuo andando - O que tá acontecendo? - perguntei antes que entrasse no quarto.

Ele parou com a mão na maçaneta vindo teu olhar até o meu. Me aproximei e ele meio que se afastou.

- Por que tenho a impressão de que está me evitando?

- Só me deixa em paz.

- Não - falei firme - Eu não entendo você sabe? Foi me buscar matando qualquer um que via pela frente e quando me traz pra casa fica me evitando - minha garganta fecha fazendo a maldita voz falhar e ele me olhou surpreso - Me trata como se eu não existisse justo no momento que eu mais preciso de você... porra.

Acabei soltando pegando eu e ele de surpresa, não posso estar me apaixonando pelo Victor. Engoli minhas palavras como se fossem cacos de vidro descendo por minha garganta.

- Eu to com raiva.

- Do que?

- De mim Mariana - disse em tom mais auto.

- Por que? - perguntei no mesmo tom.

- Eu devia ter te achado antes.

- Do que tá falando? - me aproximei.

- Leila me contou o que viu em você - meu coração acelerou - Fizeram essa porra em você e eu não estava fazendo nada pra impedir.

- Não foi culpa sua.

- Claro que foi, a polícia te pegou por causa do pendrive que eu roubei e o filho da puta do Turco te pegou porque eu queria matar ele.

- Não justifica, não foi culpa sua.

Ele soltou aquele riso nervoso e passou as mãos no cabelo andando de um lado pro outro. Fui até ele parando na sua frente e segurei seu rosto com as minhas mãos.

- Eu não menti quando falei que precisava mesmo de você.

- Mariana.. - ele segurou meus pulsos.

- Victor para de me afastar de você.

Nessa altura do campeonato eu já não to ligando pra nada, só pra ele.

- Fala olhando no meu olho - falei - Por que foi me buscar então?

- Porque eu.. - ele ia falar mas travou.

Sua boca soltou aquele ar preso e não consegui evitar de olhar pra ela, senti seu braço ir pra minha cintura colando nosso corpos em um só puxão. Beijei ele sem pensar e fiquei feliz quando tive a retribuição, jurava que ele iria me evitar de novo.

Senti ele dar passos pra trás e seu corpo bater contra porta atrás dele, nossas salivas estavam se misturando em um beijo quente e molhado, dava pra ver que não foi só eu que senti falta disso durante esses dias.

Ele abriu a porta me puxando pra dentro do quarto que estava com pouca iluminação, não deixei de ficar surpresa porque eu nunca entrei aqui. Mas não tava interessado em olhar de volta e sim matar o que estava me matando, querer ele pra mim agora.

Não sei como chegamos até a cama, cai deitada enquanto ele veio por cima de mim. O peso do seu quadril veio pra minha virilha fazendo eu soltar um leve gemido de dor.

Puxei meu vestido pra cima enquanto ele arrancava sua camisa, tirei logo aquele vestido de mim e me arrumei na cama. Victor chegou até mim e deu um beijo molhado no meu pescoço, ergui a cabeça me entregando totalmente a ele enquanto seus beijos desciam pros meus seios cobertos pelo sutiã.

Observei sua boca passear pela minha barriga depois em destino pra minha coxa. Mexi no seu cabelo pra indicar que tava tudo bem mas ele parou, seu olhar estava travado na minha virilha. O quarto estava sendo iluminado apenas com a luz da grande lua que invadia a grande janela do seu quarto.

Pude ver sua sobrancelha arqueando em pura expressão de raiva, me gelei por inteira e não pude evitar de me sentir meio envergonhada com seu olhar.

- Tá tudo bem - falei baixo chamando sua atenção.

- Porra - disse se levantando da cama.

Suspirei desanimada, eu entendo que isso perderia qualquer clima mas ele não pode ficar se culpando pelo o que outro filho da puta fez.

Ele foi pra frente da janela e ficou olhando a noite fria lá fora, um suspiro longo escapou de sua boca enquanto ele abaixando a cabeça. Levantei da cama encostando atrás dele, passei minhas mãos nas suas costas e depositei um beijo na mesma.

Virei ele pra mim e segurei seu rosto com as minhas mãos.

- Eu to bem agora - encostei nossas testas.

Tentei ao máximo passar isso pra ele pra que a culpa não o consumisse e ele me afastasse por conta disso.

- To puto por ter deixado isso acontecer - sua voz era rouca - Principalmente com você, ainda mais depois que contou aquela história..

- Eu sei - cortei antes que terminasse - Mas eu não sou mais aquela garotinha.

- Mas foi ela que eu vi quando eu te achei naquele casa, você tava com medo.

- Medo de você não aparecer - joguei a real - Já tinha acontecido tanta coisa, que me agarrei na esperança de você ir me buscar.

- E não fui a tempo..

- Mas foi e eu to com você agora.

Desencostei minha testa da dele pra olhar nos seus olhos, por um momento pensei realmente em falar o que to sentindo por ele mas pra dizer a verdade nem eu sei direito.

Ele me beijou lentamente enquanto seus braços abraçaram forte minha cintura, abracei seu pescoço nos deixando mais colados e deixei sua boca conduzir o beijo do jeito que ela queria, sua língua explorou toda minha boca enquanto sentia seus músculos me envolver.

Ali eu me sentia segura..

Querida MarianaOnde histórias criam vida. Descubra agora