𝒯𝑒𝓂𝓅𝑒𝓈𝓉𝒶𝒹𝑒 ♡

Capítulo 60

Mais um capítulo pra vocês sofrerem comigo haha comentem muito que isso me incentiva a atualizar mais rápido.

"Nossa aqui não tem luz nenhuma, que droga que a Pamela tá tendo que passar por isso" Victor esbraveja enquanto só o farol do carro iluminava a estrada, aqui parecia um lugar bem perigoso, todo escuro e sem asfalto.

"Eu espero achar ela logo, não aguento mais."

"Eu também"

Victor parecia exausto e eu também, mas parar no meio dessa escuridão não era uma opção, jamais ia ser. Eu me recusava a dormir e deixar ele sozinho e também, era melhor eu manter ele distraído pra ele não dormir no volante, ligo o som e conecto no meu celular, uma música qualquer começa a tocar e eu cantarolo junto.

"Você tá me zoando né?" Victor pergunta e me encara.

"O que?" Pergunto confusa.

Oi aqui quem tá falando sou eu, não sei o que aconteceu pra do nada você não me querer mais...

"Vai colocar logo essa música do Luccas, é de ferrar, hein Aline" Ele reclama.

"Ué, eu nem escolhi. Veio na playlist" dou de ombros e continuo cantando.

"Você acha que ela ainda gosta de mim?" Pude sentir a insegurança na voz dele.

"Eu queria falar que não, mas é óbvio que gosta. Você tem um vínculo muito forte e eu aposto que toda vez que ela olha pra sua filha ela lembra de você"

"Eu sou um bosta"

"Me diga uma novidade" Murmuro.

"Parece que eu tô dentro de um filme, sabe? Eu nunca nem vi minha filha, não sei como ela é...e se ela não tivesse conseguido te ligar, nós nunca veríamos elas."

"Ela passou por tanta coisa que ela não merecia por causa daquele merda. Eu espero que ele esteja queimando no fogo do inferno" Falo sentindo a raiva dentro de mim.

"Você acha que ele morreu?"

"Eu espero que sim, se eu encontrar com ele, pode ter certeza que é esse o destino dele"

"Você me dá medo, maluca"

"Maluca? Você devia fazer o mesmo por ela, aliás, quero ver o que você vai falar pra ela sobre esse namorico aí." Aponto o dedo pra ele.

"Eu acho que eu já perdi ela, Aline. Ela não vai me perdoar por isso e também tem..." Ele passa a mão no rosto e suspira, eu sei muito bem do que ele vai falar.

"Eu sei...e a gente tem que contar pra ela."

"Eu sei disso, por isso mesmo que eu tô falando que já era né, eu perdi ela, e não culpo ela por não me querer mais"

"Você namora, não tem com o que se preocupar com isso, cai na realidade né? E eu acho bom você ser o melhor pai do mundo pra minha sobrinha se não você é o próximo que eu mato"

"Seu apoio me emociona demais, Aline"

"De nada"

Passamos horas e horas conversando até que o sol nasceu novamente e eu já não aguentava mais ficar sentada "Eu não aguento mais, que fim de mundo é esse? Eu tô morrendo de fome, de sede e minhas costas estão me matando"

"A gente devia ter pegado mais comida, eu não imaginei que seria esse rolê todo não" Victor bufa, estávamos de mal humor, eu só queria achar minha amiga, minha sobrinha e vazar desse lugar horroroso mas tava difícil.

Pra nossa alegria começa a aparecer várias casinhas, todas bem humildes mas era campos enormes com essas casinhas, olho no GPS e não aponta estar perto mas avisava que estávamos a 35 minutos do destino.

"Meu Deus, Victor, a gente tá perto" dou um grito e ele se assusta "35 minutos... não, agora é 32, vai mais rápido"

"Calma! A estrada tem muito buraco"

"E daí? Corre" apresso ele

"E daí que esse carro não é nosso, esperta."

Reviro os olhos e continuo sorrindo pra tela do celular, com certeza eu acharia minha amiga agora e eu não via a hora.

Após longos minutos o GPS apita que chegamos no local de destino e meu coração parecia que ia sair pela boca, as casas nessa vila pareciam um pouco maior, tinha alguns bichos do lado de fora, e o cheiro não era do mais agradável, o que me chamou atenção é que parecia que tudo estava muito bagunçado, como se alguém tivesse procurando algo e as janelas estavam pregadas com madeira, será que é aqui mesmo...o GPS me garantiu que era.

"Que lugar horrível" Victor comenta e sai andando na minha frente, ele tentou manter a pose a viagem toda mas eu sei que ele deve está mais nervoso do que eu. "Pamela?" Ele abre a porta de madeira sem muito esforço e grita.

"Eu acho que não tem ninguém aqui" ele diz e meu peito se fecha, será que aconteceu alguma coisa com ela? "A casa tá foda revirada" ele diz e eu entro logo atrás dele num quarto onde tinha três camas, Victor se abaixa e pega uma pulseira no chão.

"Isso é dela"

"Então estamos no lugar certo mas e agora? Eu me recuso a acreditar que fizemos essa viagem atoa"

"Talvez ela teve que fugir?" Ele diz confuso enquanto olhava cada canto da casa.

"Do que, meu Deus? Eu preciso achar ela, vamos!" Falo desesperada e saio de dentro da casa em direção ao carro.

"Pra onde? A gente não faz idéia de onde ela possa estar" ele fala frustrado e eu pego meu celular procurando qualquer mensagem ou tentativa de contato dela mas até agora nada.

"Inferno!" Victor grita chutando o pneu do carro.

Ela tem que aparecer.

+
Vitão

Decidimos fica aqui caso ela aparecesse, minha mente de novo me acusa de ter sido um cara horrível nessa situação toda, imagina o quanto ela sofreu, ela não estava acostumada a morar num lugar desses. Será que ela comia algo bom? Será que ela conseguia dormir? Eu não consigo parar de pensar nessas coisas. Ela e minha filha passaram por tantas coisas que eu só queria que ela aparecesse magicamente na minha frente agora pra eu poder levar elas embora. Eu precisava dela aqui e agora.

Nem eu e nem a Aline abrimos a boca pra falar nada, ambos cansados e sem paciência pra qualquer coisa, então era melhor o silêncio. Jogo meu celular no banco agoniado, o que iremos fazer depois daqui? Não fazemos ideia de onde ela possa estar...

Fecho meus olhos tentando segurar as lágrimas. Eu só queria poder voltar no tempo, eu não sairia do lado dela pra nada, e esse canalha não conseguiria encostar as mãos nela, eu perdi mais de um ano do crescimento da minha filha e nunca vou conseguir recuperar isso.

Ouço a Aline fazer um barulho de surpresa e quando olho pra trás sinto meu coração praticamente pular do meu peito.