Capítulo 39

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Alô alô vocês sabem quem sou eu hahaha gente eu tava vendo esse vídeo agorinha, eu nunca visto. Queria aproveitar a madrugada agitada pra atualizar aqui, de nadaaa

"Espera, Pamela, que droga" Ouço os passos dele atrás de mim pela rua.

"Para de me seguir, isso tudo teria sido evitado se você tivesse feito o que eu te pedi: pra não falar comigo!" Digo olhando pra trás enquanto ando depois volto a olhar pra frente.

"Para com isso" ele me alcança e segura meu braço.

"Eu quero ir embora, me solta"

"Eu vou te levar embora, nem em sonho eu te largo aqui sozinha, vamos voltar pro carro. Eu nem atendi ela."

"Ah, me sinto lisonjeada, seu panaca" Empurro ele e volto a andar "Isso é tudo culpa sua, sabia? Agora eu vou ficar parecendo um balão e todo dia tendo enjôo e tontura, eu te odeio" Me viro novamente, ele fica me olhando como se estivesse me analisando, quando me viro pra frente de novo, sinto as mãos dele pela minha cintura e num piscar de olhos eu estava jogada em seus ombros vendo tudo de cabeça pra baixo, ele me pegou com tanta facilidade que eu parecia uma boneca sendo carregada.

"Me larga, eu vou te matar" Falo alto o suficiente pra ele ouvir, algumas pessoas passavam pela rua e olhavam para nós.

Ouço ele abrir a porta do carro e ele me coloca dentro do veículo, assim que ele fecha a porta sem pronunciar uma palavra, tento abrir mas ele tinha sido esperto e trancado por fora, cruzo os braços enquanto ele se ajeita no banco.

"Agora, você pode me ouvir ou não?"

"Não sou surda, infelizmente posso." Ele passa a mão no rosto, frustrado e respira fundo tentando se manter calmo.

"Ótimo. Porquê você vai ouvir queira ou não. Eu acho que temos que saber separar, tudo bem, você tá com raiva de mim, mas agora temos uma coisa em comum, uma ligação pra sempre então eu acho que temos que passar por cima disso"

"Que seja, mas eu não quero." Murmuro depois de uns segundos ainda sem olhar pra ele

"Não dá pra conversar com você!" Ele explode de vez "Você não tem escolha, Pamela, você pode me odiar mas você vai ter que me aguentar. Ponto final"

"Não tenho não. Quero que você e a Jasmin vão pra pu-"

"Não tem Jasmin, ela não é nada, nada...foi um erro, tá bom? Eu errei, e ela me sufoca, me enche o saco mas eu vou me livrar dela." Ele me corta e eu me sinto um pouco mais satisfeita com a confissão dele mas mesmo assim não vou ceder tão fácil.

"Eu conheço esse tipo de mulher, ela não vai dar paz e você é tão sonso que eu vou parecer louca toda vez que eu achar ruim dessa mulher no seu pé, o que eu realmente devo ser já que você mal a conhece e já estava de motorista particular dela!" Levanto a voz no final, eu me sentia outra pessoa, eu estava tão consumida pela raiva e pelo ciúme que eu não me reconhecia, eu não podia nem ler o nome dela em lugar nenhum, eu não sei porquê mas a Jasmin me deixava insegura num outro nível, mesmo eu sendo uma pessoa confiante.

"Você tá com ciúme?" Mas não era óbvio? Ele ainda pergunta pra testar minha paciência.

"Não, a gente não tem nada, não é mesmo?" Digo irônica, antes que ele pudesse responder, sinto uma náusea e minha cabeça começa a girar, ouço tudo abafado e logo eu apago.

+

Acordo com o meu corpo dolorido, minha cabeça latejava mas pelo menos a náusea tinha passado, sinto um cheiro forte de álcool e quando olho a minha volta noto que estou num hospital, sento assustada, o que aconteceu? Não tinha ninguém dentro do quarto, eu estava sozinho, sinto uma vontade enorme de chorar e na hora sinto as lágrimas correrem pelo meu rosto, elas caíam uma atrás da outra, eu só conseguia lembrar de como eu falei com o Victor, eu não trato as pessoas assim, eu não fico gritando, eu nem brigo...por que eu fiz isso? As lágrimas escorriam sem parar molhando minha calça jeans, eu só conseguia lembrar de coisas ruins e de como eu vou engordar e ficar feia enquanto a Jasmin vai estar linda, por que eu estou pensando nela ainda? Minhas mão suavam e eu sentia meu corpo quente por dentro e frio por fora. Eu ia ser responsável por outro ser humano, um ser humano frágil e pequeno que eu vou ter que ensinar tudo, eu não sei ensinar nada pra ninguém.

𝒯𝑒𝓂𝓅𝑒𝓈𝓉𝒶𝒹𝑒 ♡ Onde histórias criam vida. Descubra agora