21.02.2021. Busan, Coréia do Sul. Choi Chanhee.
O carro cheirava álcool e perfume barato. O sol já estava no centro do horizonte e as estrelas cobriam metade do céu que outrora foi iluminado. Não estava escuro, os últimos raios do dia insistiam em refletir nos muros e pintar a rua cinza de laranja brilhante.
A rua estava vazia, Chanhee deslizava pelas últimas folhas do outono e as flores secas que culminavam no chão. Não sabia exatamente para onde iria, só sabia que precisava fugir daquela cidade ridícula. Era até engraçado como Busan só o trouxe problemas.
Ele dirigia com calma, mas foi inevitável não se assustar quando uma pessoa trombou contra o carro.
Os cabelos tão laranjas quanto o sol que se punha, as roupas coloridas largas e a pele pálida decorada com sangue.
Ele arregalou os olhos quando viu o carro freando tão perto de si. Olhou para a rua vazia e se aproximou do carro. Ele bateu contra o vidro da janela e suspirou quando o homem dentro do carro o abriu.
— Me ajude, por favor – ele exclamou, respirando com dificuldade, como se tivesse corrido.
Chanhee riu dele. Parecia uma piada. O rosto escorrendo sangue, a camisa florida aberta até a metade do peito e os cabelos estranhamente laranjas.
Quando sua vida tinha seguido esse rumo maluco?
— Entra.
Changmin murmurou milhares de "obrigado" e se sentou rapidamente ao lado do homem que ele nem sabia o nome.
Chanhee voltou a dirigir rindo da situação. Olhou novamente para o rosto assustado do garoto e gargalhou mais alto ainda. Changmin no entanto não se preocupava em saber do que o homem tanto se divertia a favor.
Chanhee pegou um pano que estava jogado no chão do carro e ofereceu para Changmin com a ponta dos dedos. Ele lhe olhou confuso, atordoado até.
— Tem sangue no seu rosto e nas suas mãos – apontou – Sou Choi Chanhee.
O outro aceitou o pano meio hesitante, controlando o tremor em suas mãos — Ji Changmin.
— Ji Changmin — Chanhee repetiu — Você matou alguém por acaso? — o garoto ao seu lhe olhou com os olhos arregalados — Ok, deixa pra' lá.
Quando Chanhee pensou em acelerar, outra pessoa entrou em frente ao carro, mas dessa vez foi arremessada para longe com o impacto.
— Puta merda! — Chanhee gritou e Changmin se segurou contra o banco — Filho da puta!
Chanhee saiu do carro rapidamente mas, diferente do que Chagmin pensava, não foi para ajudar o garoto deitado contra o asfalto. O Choi alcançou o corpo no chão e gritou tão alto que sua garganta doeu, o homem dentro do carro se assustou e ele correu rápido até os outros dois.
Chanhee observou o corpo caído sem ao menos se mexer, mesmo que seus olhos grandes estivessem abertos. O segurou pela gola do moletom preto ainda gritando; o primeiro soco que deu na boca dele fez seus dedos doerem, o segundo arrancou sangue dos lábios secos e pálidos do garoto.
Entretanto ele riu. Riu alto como se tudo aquilo fosse uma piada, com a boca pintada de vermelho vivo e o rosto bonito ensanguentado pelos dedos de Chanhee.
— Seu desgraçado — Chanhee gritou novamente — Desgraçado e doido.
— Para com isso! — Changmin puxou Chanhee para longe do outro quando os alcançou. Seu corpo todo tremia.
Sua vida nunca havia sido tão fodidamente assustadora.
Quando Chanhee se afastou o garoto de cabelo preto se levantou ainda rindo dolorosamente, cambaleando entre rua, ameaçando para si mesmo se jogar novamente na frente de um dos carros que passavam pela avenida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
365 fresh.
Fanfictionchangmin assassinou alguém. chanhee foi expulso de casa. sunwoo queria morrer. o caos inexplicável acaba puxando os três garotos uns para os outros, sem dar qualquer chance de saída. e então de repente chanhee se vê fugindo da cidade no mesmo carro...