31. A profecia perdida

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Estávamos na sala do diretor, eu e Harry nos encaramos.

- Harry ele...

O menino rapidamente me puxa para um abraço, eu chorava...era muita coisa, minha cabeça estava confusa.

- A culpa é minha - digo em meio a soluços - se eu tivesse usado o espelho na hora que você me contou sobre a visão ele ainda estaria vivo, ele ainda estaria aqui...

- Não foi culpa sua... - ele diz baixinho. - Eu que fui muito burro em cair na esparrela de Voldemort.

Não disse mais nada, ainda continuavamos abraçados mas o sentimento que tinha dentro de mim era vazio. Sirius havia morrido...eu podia ter impedido mas fui muito burra. Meus tios...começo a chorar violentamente.

- Shii... - Harry murmura acariciando meus cabelos; ele vai em direção a uma cadeira devagarinho se sentando comigo em seu colo - Vai ficar tudo bem...

Nesse momento a lareira irrompeu em chamas verde-esmeralda, fazendo eu me levantar rapidamente.

- Bom - disse Dumbledore brandamente deixando o fogo - vocês vão ficar contentes em saber que nenhum dos seus colegas vai sofrer danos permanentes em decorrência dos acontecimentos desta noite.

Abaixo a cabeça enxugando meu rosto com as mangas da blusa...nenhum de nós o responde.

- Sei como estão se sentindo - diz Dumbledore mansamente.

- Não, o senhor não sabe, não. - fala Harry alto e forte, visivelmente irritado.

Vou até a janela, não estava a fim de brigar...não tinha forças pra isso. Olho para o campo de quadribol e meus olhos se enchem novamente de água; Sirius aparecera ali uma vez.

- Não há vergonha no que estão sentindo - disse a voz de Dumbledore. - Pelo contrário... o fato de serem capaz de sentirem dor com tal intensidade é a sua maior força...

- Nossa grande força, é? - retorquiu Harry, sua voz trêmula - O senhor não faz a menor ideia... o senhor não sabe...

- Harry, sofrer assim prova que você continua a ser homem! Esta dor faz parte da sua humanidade...

- ENTÃO EU... NÃO... QUERO... SER... HUMANO! - urrou Harry, e arrebatando um instrumento de prata pela sala. - PARA MIM CHEGA, JÁ VI O SUFICIENTE, QUERO QUE ISTO ACABE, NÃO QUERO MAIS SABER...

Me viro olhando para Harry, em outra situação eu iria tentar acalmá-lo mas não o fiz, ele estava tão mal quanto eu se não pior...

- Você quer saber, sim - disse Dumbledore - Você quer saber tanto que sente que irá morrer sangrando de dor.

- NÃO! - gritou Harry, muito alto.

- Ah, quer saber sim - disse o diretor, ainda mais tranquilo. - Você agora já perdeu sua mãe, seu pai e a pessoa mais próxima de um parente que já conheceu, viu a pessoa que você ama passar pela mesma situação, viu os pais dela mortos no chão...

- Espere ai - interrompo - O que o senhor disse? A-aquilo não foi uma ilusãozou sei lá uma falha na da minha cabeça?

- Não, S/n. - ele diz calmamente - Irei te explicar tudo.

- Me explicar tudo? - digo comecando a ficar irritada - Como você espera explicar o corpo dos meus pais mortos na minha frente? - meu tom de voz se eleva e volto a tremer.

- Seus pais não estão mortos, S/n.

Junto as sombrancelhas em uma expressão estranha para ele, meu coração parece ter parado de bater.

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Onde histórias criam vida. Descubra agora