j u n m y e o n
Yixing estava certo. Ele nunca está certo, por que logo hoje ele tinha que estar? Ver Yifan naquele estado, deplorável, despertou algo em mim, e com certeza não foi algo bom. Minhas veias ardiam como se me sangue fervesse e soube. Era raiva, era a sede de vingança me corroendo.
— BAEKHYUN! — Yifan gritou.
Em um lapso de força, Kris se levando, mas caiu tão rápido quanto se pôs de pé. Ele estava pálido, os olhos vermelhos, parecia que ia morrer a qualquer instante. Caiu em prantos novamente, talvez por imaginar que o mesmo aconteceu a Baekhyun. Mas não vou permitir que nada de ruim aconteça a ele, nem a mais ninguém.
— A gente vai atrás dele. — Falei baixo, pondo a mão em seu ombro. Uma tentativa falha de o acalmar. — Vamos achá-lo, Kris. — Sorri. — Vivo.
[...]
Yixing e eu saímos do quarto, deixando Yifan ainda abraçado aos pés de Tao. Subimos as escadas, mais devagar do que deveríamos. O sentimento de poder encontrar com aquele motoqueiro, a qualquer momento, é terrível. É inevitável pensar se o próximo será eu, ou Sehun, ou Yixing, mas o que eu realmente espero, é que não tenha um próximo.
Quando chegamos ao segundo andar, consegui ouvir um barulho vindo do teto, como se fossem batidas. O som era tão fraco que quase o ignorei, mas quando olhei pra cima, vi uma cordinha e a puxei. Uma porta se abriu e junto com ela um escada desceu. O som de algo se arrastando no sótão me deu calafrios e então:
— Jun! — Era a voz de Baekhyun, baixinha e arrastada, mas eu reconheceria aquela voz em qualquer circunstância.
— Baek! — Yixing suspirou.
O alívio tomou conta de meu ser, finalmente meus ombros relaxaram depois de dias e um sorriso reconfortante me dominou. Baekhyun está bem. Ele está vivo.
— Vamos te tirar daí, Baek! — Suspirei enquanto olhava seu rostinho pálido e assustado. — Você consegue descer sozinho?
— Não sei, mas vocês precisam subir aqui! — Pediu com a voz fraquinha. — O Soo tá aqui, e ele não se mexe. Vocês precisam tirar ele daqui. — Falou com a voz embargada.
Subi as escadas no susto, com medo de que algo de ruim tivesse acontecido. Então, nem pensei direito quando peguei Kyung em meus braços e o desci para fora daquele sótão imundo. O coloquei no chão com cuidado e vi seu rosto pálido, os olhos arregalados e com petéquias em volta.
— Como ele está? — Baekhyun perguntou baixinho, calmo.
Eu nem havia reparado que Yixing tinha ajudado Baekhyun a descer. Eu me sentia perdido, um sentimento muito comum nos últimos dias, mas, definitivamente, não havia me acostumado.
— Morto.
— MORTO? — Baekhyun gritou. — COMO ASSIM MORTO? — Perguntou puxando os cabelos. — Nós estávamos conversando, ele me disse que meu cabelo estava sujo. Ele... ele me abraçou e disse que... — Baekhyun parou e pude ver seus olhos se encherem de lágrimas. — Ele disse que me amava. Pela primeira vez desde que nos conhecemos. Eu amei ouvir ele dizendo isso. NÃO PODE TER SIDO A ÚNICA VEZ. NÃO PODE TER SIDO A ÚLTIMA.
Yixing abraçou Baekhyun pelas costas, e enquanto os dois choravam e Baekhyun gritava. Eu me sentei ao lado de Kyungsoo e acariciei seus cabelos. Não pude protegê-lo.
— Sinto muito, Soo! — Toquei suas bochechas geladas. — Sinto muito não ter te protegido.
— Onde o Dae foi? — Baekhyun perguntou, ainda em meios as lágrimas.
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a colheita
Mystery / ThrillerO desaparecimento de doze jovens, de idades entre 18 e 24 anos, chocou toda Seoul nos últimos dias. ::entenda o caso::