j u n m y e o n
04:50;
O que fazer? Não Tinha o que ser feito. Jongin estava morto e levou com ele uma parte de cada um de nós. Tentamos ligar para a polícia. Sem sinal. Corremos para o portão da fazenda, mas estava trancado. Não tinha sinal, não tinha saída.
A atmosfera estava terrível. O sol já tomava o lugar da lua e nenhuma atitude foi tomada durante aqueles instantes. Parecia que todos estavam mortos, e talvez não fosse mentira.
Estavam todos em choque, mas consegui enxergar um pouco de lucidez nos olhos de Yifan. Decisões difíceis devem ser tomadas, e apesar de não querermos nos despedir do moreno, era o que tínhamos que fazer. O fim estava próximo, mas o de Jongin chegou cedo demais.
— Vamos, Yifan! — Chamei-o baixinho para não perturbar, ainda mais, os meninos.
Meio cabisbaixo e ainda relutante, Yifan veio em minha direção e tocou em meu ombro, os olhos em mar de dor. Era assustador. Ele tinha algo para me falar.
Peguei as pernas e Kris os braços. Descemos as escadas cautelosamente, ouvindo os ossos de nosso amigo estalarem e o sangue pingar no carpete. Minha visão turvada pelas lágrimas me davam angústia, tudo era angustiante.
Iríamos dar o fim que Jongin merece. Iríamos enterra-lo com toda a glória de sua vida. Ele realmente foi luz e iluminou cada um de nós. Acho que sua alma não pertence a uma estrela qualquer. Ele vai para o Sol e nos iluminará todos os dias que nós restarem. Um dia todos nós estaremos juntos novamente.
Mas antes mesmo que cruzarmos a porta de entrada, algo nos impediu.
— Céus! — Myunghee correu em nossa direção com pavor estampado por todo o corpo. — Jovem Jongin. Mas o que houve? — Perguntou com a voz falha.
— Não sabemos! — Um fio de voz saiu por minha garganta.
— E o que vão fazer agora?
— Vamos enterra-lo. — Yifan respondeu com frieza.
— Mas não podem fazer isso, meninos! — Ela nos alertou e Yifan murmurou um "hãn?!" de incredulidade.
— Como não podemos? Estamos presos aqui! — Respondeu em um tom levemente alterado. — Abra a porcaria daquele portão.
— O portão nunca fica trancado, menino! — Respondeus pensativa.
— Então vamos enterra-lo. — Ditou tentando abrir a porta com uma só mão e sendo impedido por Myunghee.
— Sinto muito, mas não quero que o enterrem perto de meu milharal e minha casa, não traz uma energia boa. — Tentou soar doce e tinha uma feição pesarosa.
— E por que não enterram essa velha estúpida? — Baekhyun perguntou, descendo as escadas em passos pesados, sendo seguido por todos os outros.
— Baekhyun, não seja assim! — Tao advertiu e recebeu em troca um olhar grotesco de Baekhyun.
— Isso é babaquice, minha senhora! — Elevou o tom de voz e já era possível ver sua veia saltar com tudo em seu pescoço. — Jongin era o ser mais humano e puro desta terra, se ele irá trazer algo sendo enterrado aqui serão boas energias. — Ditou em meio a lágrimas enquanto apontava o dedo no rosto de Myunghee.
— Sinto muito! Mas eu não quero isso aqui! — Disse ríspida, parecia ofendida. E como se não fosse suficiente o que foi dito... — Podem o atirar do rochedo.
— VOCÊ VAI VER QUEM EU VOU ATIRAR DO ROCHEDO! — Baekhyun gritou, partindo para cima de Myunghee.
Sehun e Chanyeol tentaram o segurar, mas Baekhyun era esguio e escapava por entre seus braços. Ele correu com tudo e com o punho bem erguido em direção a senhora, e segundos antes de um desastre acontecer Jongdae conseguiu alcançar o mais novo.
Baekhyun continuava a gritar e se debater. Estava surtando, e não era para menos.
— É melhor a senhora ficar em seu quarto enquanto nos resolvemos. — Yixing pegou a mão de Myunghee e a levou para seu quarto.
— EU VOU MATAR AQUELA VELHA! — Baekhyun bufou e continuou a se debater.
— CHEGA! — Yifan gritou e um silêncio instantâneo tomou o local. — Chega, Baekhyun! Essa não foi a educação que mamãe te deu. Independente do que aquela mulher falou você ainda deve respeitá-la! Entendeu? — Cuspiu as palavras, literalmente, na cara de Baekhyun. —ENTENDEU?
— S-sim. — Baekhyun gaguejou engasgado com as lágrimas.
— Mais tarde irá se desculpar por sua conduta! Certo? — Kris ergueu o queixo de Baekhyun e olhou bem fundo em seus olhos.
— Certo!
[...]
17:00;
Acontece que ninguém deu ouvidos ao que Myunghee falou. Ficamos a manhã inteira cavando a cova de Jongin, tomamos todo o cuidado e enrolamos com carinho um lençol branco em volta de nosso amigo.
A pior parte foi ter que jogar a terra por cima de seu corpo. Meu peito doía a cada vez que a terra batia. A dor parecia não ter fim. Mas enfim terminamos e cada um teve seu momento de dizer o que queria para ele.
Yixing ficou durante o dia inteiro transitando pelo quarto de Myunghee, a cozinha e o jardim. Levou café, almoço e até lanche da tarde para as duas.
Depois que todos haviam entrado, Yifan me chamou para conversar. Sentamos na grama, próximo ao túmulo de Jongin.
— Mataram ele!
— Como?! — Olhei incrédulo para Yifan.
— Mataram Jongin! E não fizeram nem questão de disfarçar. — Falou com a mãos em punho. — Você não viu o buraco do lado da escada? Empurraram ele e depois arrastaram ele até o topo da escada. — Socou a grama.
— Como eu não reparei? — Me questionei olhando para minhas mãos.
— Não foi culpa sua, de nenhum de vocês na verdade. Estavam em choque. — Suspirou. — Quem quer que seja o assassino, ele quer que a gente saiba que ele está por perto, e eu vou achá-lo.
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这是我死亡的配乐。
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a colheita
Misteri / ThrillerO desaparecimento de doze jovens, de idades entre 18 e 24 anos, chocou toda Seoul nos últimos dias. ::entenda o caso::