Passa-se uma semana e Elis e eu sempre estávamos juntos e por conta disso Greg e Margot também se juntaram para poder nos infernizar juntos, mas nós não nos importamos com isso, pelo contrário é como se juntos fossemos mais fortes e que nada pudesse nos separar, exceto a morte.
— Como é que você vai arranjar um baseado de maconha? Elis pergunta após se virar para trás de sua cadeira na sala de aula.
— Tenho meus contatos. Nós dois começamos a rir.
— O que foi? Também quero saber qual é a piada. Margot nos interrompe. – Aproveita que você aprendeu a falar e me conta, Elis.
— Não enche, Margot, vai procurar sua turma. Digo e reviro os olhos.
O sinal para o fim da aula toca e todos saem da sala correndo.
— Me espere na passagem que saímos no outro dia, em dez minutos estou lá.
Dês de que começamos a planejar todas as coisas da lista Elis e eu conversamos pouco sobre sua doença, soube pela minha amiga que o clima na casa dela está pesado dês de que seus pais tiveram que ser fortes e contar para a filha que ela tem pouco tempo de vida, apesar da regra tosca que Elis criou todos os membros de sua família choraram – incluindo ela –, tento ser forte perto dela, não deixar transparecer nenhum tipo de preocupação pois ei sei que tudo o que ela menos quer é compaixão, mas a cada dia que se passa é um dia a menos com Elis e isso faz com que meu coração fraco e bobo perca a vontade de bater só para que eu possa ter mais tempo com ela, viver uma eternidade com Elis não seria nada ruim.
Com a escola vazia vou até meu armário e olho de um lado para o outro para me certificar que ninguém me espiona. Abro a porta do armário e pego um pequeno pacote que foi deixado mais cedo ali por um aluno do 2° ano do ensino médio. Coloco a maconha no bolso e começo a andar em um ritmo mais adiantado do que é permitido nos corredores.
— Alex! Ouço alguém me chamar na minha costa e me viro rápido demais. – O que faz aqui? O sinal tocou faz dez minutos, todos já deviam estar fora do prédio.
— Inspetor, você sabe que sempre sou o primeiro a chegar e último a sair não é mesmo? Digo uma meia verdade.
— E você sabe que isso é proibido não sabe?
— Sim, eu sei.
— Então vá embora agora.
— Sim. Me viro nos calcanhares e começo a andar sem olhar para trás.
— Alex! Me viro novamente e dessa vez minhas pernas ficam bambas. – A saída é para o outro lado. – o homem aponta com o polegar para trás.
— Força do hábito. Forço um sorriso e me forço a sustentar meus passos.
Dou a volta na escola e me encontro com Elis no local combinado, não falamos nada, apenas passamos pela cerca e corremos bons quilômetros longe da escola.
— Você demorou. Elis diz quando paramos para tomar fôlego.
— Tive um contra tempo, mas agora está tudo bem.
— Você conseguiu? Tirei o pequeno plástico do meu bolso e empurro para ela. – Onde iremos fumar isso?
— Eu conheço um lugar perfeito.
Passamos em minha casa para podermos pegar minha bicicleta, como só tenho uma Elis teve que ir encima do apoio pedaleira da biblioteca. Enquanto pedalo em uma velocidade um pouco alta Elis segura em meus ombros enquanto sente a brisa do vento bater em sua pele.
— Aaaaa! Elis grita e sorri.
— Aaaaa! Sua energia me contagia e faço o mesmo.
Em poucos minutos já estamos estacionado a bicicleta em uma árvore e começamos a subir na casa da árvore que meu pai e eu construímos há alguns anos – aqui era o meu lugar secreto, agora é o nosso.
— Essa casa na árvore é incrível. Elis fala enquanto se acomoda em uma cadeira e eu me sento em um colchão.
— Está pronta? Pergunto enquanto tiro o pacote com um baseado enrolado e um isqueiro do bolso.
— Estou ansiosa, mas estou pronta e você?
— Estou sentindo uma adrenalina enorme. – De repente me lembro de perguntar algo. – Você tem certeza que isso não vai lhe fazer mal?
— Tenho certeza absoluta! Palavra se escoteiro. Ela pousa uma mão sobre o peito enquanto levanta a outra no ar.
— Você nem é escoteiro. Jogo uma almofada nela e começamos a rir.
Acendi o baseado e dei uma tragada, a fumaça inundou minha boca e isso me faz tossir enquanto sai fumaça por todos os meus orifícios possíveis. Elis ri e pega o baseado da minha mãe e faz o mesmo que eu. Com o tempo aprendemos como se fumava e acabamos ficando bons para amadores.
Em poucos minutos ficamos eufóricos, começamos a rir de pequenas coisas como de um pássaro voando ou de uma mosca que deu de cara com a janela de vidro fechada.
— Qual é o próximo item da nossa lista, Alex? Ei, o que você está fazendo? Elis pergunta enquanto tiro uma câmera de vídeo da minha bolsa.
— Número 22 da nossa lista, iremos fazer registros das nossas aventuras e iremos fazer um filme. – Ligo a câmera e aponto para ela. – Fale alguma coisa.
— Eu acho que estou chapada. – Ela ti e vira a câmera para mim. – Não ria de mim que você também está bem chapado. Começamos a rir juntos.
Após mais alguns minutos de vídeo, ou segundos ou horas não sei ao certo começamos a recobrar a sanidade, aos tropeços descemos da casa da árvore e começamos a caminhar lentamente pela rua escura.
— Por quanto tempo ficamos chapados? Elis pergunta.
— Não faço ideia. – Rimos tão alto que um cachorro latiu para nós. – Onde fica sua casa mesmo? Fico um pouco confuso.
— Não faço ideia! Não me lembro o caminho de casa.
Paramos no meio da rua e respiramos fundo para voltar ao normal. Depois de pensar muito e de relaxarmos nos lembramos do nosso destino e fomos para casa de Elis. Quando chegamos lá a garota inventou uma desculpa sobre o atraso para os pais e eles acreditaram e não desconfiaram de nada pois já estávamos noventa porcento melhor.
— Até amanhã, Alex. Elis se despede com um beijo em minha bochecha.
— Até amanhã, Elis. Sorrio e vejo a porta de sua casa se fechar.
Volto para casa andando de bicicleta e com um sorriso bobo.
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Um momento de felicidade
RomanceAlex é um garoto reservado, diferente de seus colegas de classe o garoto ganhou uma bolsa de estudos para o melhor colégio do país, seus colegas são cruéis com os menos afortunados - como Alex. Tudo na vida do garoto mudou quando uma garota mister...