Quem ele pensa que é?

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Deidara on

Eu ouvi seus passos se aproximando de mim, e logo senti o calor de seu corpo irradiando em mim. Eu não conseguia vê-lo, ainda estava muito escuro, não havia luz no local, o que dificultava minha locomoção na cela. Senti um rubor em minhas bochechas, queimando de vergonha, eu não sabia o que fazer. A mão do homem, que até então, desconhecido por mim, atingiu a parede bem ao lado da minha cabeça e sua respiração voou bem no meu rosto me fazendo sentir o seu hálito quente. Prendi a respiração e automaticamente fechei os olhos. Ele se aproximou ficando bem perto da minha orelha, deixando-me ainda mais nervoso com sua aproximação repentina. Meu rosto ficava mais quente a cada segundo e minhas mãos suavam como nunca.

- Você está no interruptor, docinho. - Ele sussurrou em meu ouvido, fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiar. Em deleite, coloquei as mãos na boca, tentando abafar um grito, falhando miseravelmente, pois o grito saiu mais alto do que o esperado. Andei mais para o lado totalmente atordoado, acabando por esbarrar em alguma coisa.

No momento seguinte, a luz foi ligada iluminando toda a cela.

Pisquei algumas vezes, acostumando-me com a claridade do local. Olhei ao redor, olhando tudo bem organizado e limpo. Meus olhos percorreram rapidamente pela cela, até pousarem no homem sentado em uma cadeira de aço simples, ele estava com suas pernas cruzadas assim como os seus braços, analisando-me de cima a abaixo.

Minha respiração engatou ao olhar para ele. Sua beleza era inquestionável, seu belo cabelo preto encaracolado e lindamente organizados, o corpo não tão musculoso que demostrava ter sido desenhado por Afrodite, sem mencionar sua orbes negros como a noite. Mas algo que me chamou mais atenção, foi uma cicatriz ao lado direito do seu rosto.

- Olá, docinho, satisfação, porque prazer é só na cama. - Me cumprimentou, sem mostrar feição alguma, apenas repuxando os lábios.

- Oi, me chamo Deidara Tsukuri. - Me apresentei, agradecendo mentalmente por não ter gaguejado ou embolado nas palavras.

- Nunca vi você por aqui, Tsukuri, em qual andar você estava?

- É a minha primeira vez aqui, na verdade. - Respondi meio tímido e receoso ainda de pé, segurando minha cesta com roupas. - Sempre encontrei uma maneira de não acabar aqui, mas dessa vez eles me pegaram.- Ri nervosamente, colocando a mecha do cabelo atrás da orelha.

Eu estava nervoso, pois o moreno olhava diretamente em meus olhos, parecendo ver minha alma. Eu sempre odiei contato visual diretamente nos olhos de alguém, e por esse motivo, desviei o olhar, olhando para qualquer ponto da cela.

- Quanto tempo?

- Desculpe? - Questionei confuso.

- Quanto tempo você tem aqui? - Repetiu a pergunta, revirando os olhos.

- Eu peguei 17 anos de prisão... - Ri sem rumor, passando minhas mãos suadas sobre a calça laranja.

- Uau, eu pensei que você pegaria alguns meses ou até mesmo um ano de prisão, mas parece que você vai ficar um bom tempo aqui comigo. - Ele sorriu, e por um momento eu não senti as batidas do meu coração. Seu sorriso parecia ter sido desenhado por deuses, seus dentes alinhados e brancos, juntamente com seus lábios avermelhados, deixando seu sorriso ainda mais encantador e meu coração saltitando dentro do meu peito.- O que você fez pra pegar 17 anos? - O moreno se levantou da cadeira de aço, andando em direção a beliche. Ele se deitou na cama, os braços estendidos atrás do pescoço, olhando para a cama de cima.

- Você quer saber como eles me pegaram ou o motivo? - Perguntei e coloquei minhas coisas no chão, sentando na cadeira que ele estava sentado antes. Coloquei meu cotovelo no joelho e inclinei minha cabeça, apoiando-a em meu pulso.

Por um momento me questionei, querendo saber se realmente aquele homem matava os detentos com quem dividia a cela.

- Ambos parece interessante. - Ele disse suavemente, fechou os olhos e relaxou na cama, dando-me a visão privilegiada da sua barriga bem trabalhada, com seus seis gominhos recém-formados, e a famosa entradinha com formato de "V", que infelizmente estava sendo coberta pela calça laranja.

- Aqueles filhos da puta me encontraram à medida que eu hackeava os arquivos da CIA. - Suspirei, começado uma pequena massagem nas minhas têmporas. Só de entrar nesse assunto me dava nos nervos. - Eu tentei fugir a fim de despistar os polícias, e consegui, claro. Entretanto, uns três caras balofos me encurralaram e me levaram para a polícia, mas antes, eles me espancaram até eu desmaiar.

- Parece que os "balofos" - Fez aspas com as mãos.- não estiveram dó na hora de te bater. - O moreno apontou para o meu braço esquerdo, este que continha uma grande marca roxa. Suspirei entristecido, aquilo ficaria por um bom tempo no meu braço.

Depois de alguns minutos em silêncio, eu analisando a marca em meu braço, e o moreno apenas olhando para a cama de cima, decidi quebrar o silêncio.

- Você se importaria se eu perguntasse por que você está aqui? - Perguntei baixinho, aliás, ele não parece ser a pessoa que gosta de perguntas, por mais que tenhamos conversado um pouco.

- E porque não, você vai descobrir de qualquer maneira. Eu estou aqui por homicídio, peguei 30 anos, mas tenho certeza que minha sentença será reduzida para 10 ou 20 anos. - Ele me respondeu, parecendo nem um pouco incomodado com a minha pergunta.

- Hum, e como você tem tanta certeza disso?

- Ora, docinho. - Ele se levantou da cama, espreguiçou-se e andou em minha direção, em passos calmos e lentos. - Eu posso ter tudo que eu quero.- Ele se abaixou ficando bem próximo do meu pescoço e sussurrou bem baixinho em meu ouvido. Meu corpo automaticamente estremeceu, eu arfei baixinho, repreendendo-me por isso, visto que o moreno havia percebido. - Eu tenho os meus contatos, docinho, eu posso conseguir qualquer coisa, essa prisão inteira está sob o meu controle. E para o seu próprio bem, eu acho melhor você tomar bastante cuidado com o que você faz, eu não terei piedade em te colocar de castigo, se é que você me entende. - Finalizou, sorrindo travesso e lançando-me uma piscadinha, antes de voltar para a cama, deitando-se em seguida.

Meu corpo inteiro encontrava-se paralisado, minha respiração estava desregulada e meu coração batia em meu peito fortemente.

Mais que diabos acabou de acontecer? Quem ele acha que é pra falar assim comigo?

- A propósito, eu me chamo Obito Uchiha, mas pode chamar de amor da sua vida.

Presos - Obidei, TobideiOnde histórias criam vida. Descubra agora