Me esconda

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Deidara on

Eu acordava aos poucos, remexendo-me na cama ao mesmo tempo em que me espreguiçava. Minhas costas pediam socorro, assim como o meu nariz o qual eu tinha certeza que estava inchado e vermelho. Não bastando dormir em um colchão nada confortável, o travesseiro continuava me apunhalando a noite inteira com as pequenas penas que insistiam em sair de dentro do tecido encardido.

Acho que nunca cheguei a odiar tanto um travesseiro em toda a minha vida! Claro que, eu já passei raiva com eles, contudo, era quando eles não me traziam conforto o suficiente ou quando não tinha travesseiros o bastante ao meu redor. Sempre gostei de dormir com vários travesseiros em minha volta, adormecer agarrados com eles me trazia paz.

Todavia, esse travesseiro nojento além de não me deixar dormir, não me trazia paz, não me dava conforto, e sim me trazia desespero, insônia, rinite, alergia e ódio.

Continuei movimentando-me sobre o colchão da beliche de cima. Abri meus olhos franzindo o cenho e piscando várias vezes, acostumando-me com a claridade que adentrava pela pequena janela coberta por grades. Após alguns minutos parado na mesma posição - virado para a parede - escutei um som familiar, o qual eu logo identifiquei como gemidos sofregos e suspiros arrastados. Meu corpo inteiro paralisou, meus olhos minimamente se arregalaram, enquanto vários pensamentos impróprios invadiam minha mente.

Obito está ficando com alguém, comigo aqui dentro?

Meio receoso, espichei com cautela o meu pescoço para fora da cama, surpreendendo-me ao ver o moreno em meio ao chão da cela, fazendo flexões com apenas o braço direito, tendo a esquerda atrás de suas costas. Obito estava sem a sua camisa, deixando suas costas expostas e dando-me a visão dos seus músculos tensionando cada vez que subia e descia.

Suspirei aliviado, por saber que ele não estava ficando com alguém aqui dentro, pois seria muito estranho e constrangedor presenciar isso.

- Bom dia! - Cumprimentei, colocando meus pés para fora da beliche e pulando no chão.

Obito, como todas as outras vezes, apenas me encarou. Fez mais algumas flexões e se levantou do chão. Caminhou até a beliche e pegou uma toalha passando-a em seu rosto suado.

Verdade seja dita, Obito é realmente bonito. Ele não é igual aqueles brutamontes de academia, pelo contrário, seu corpo é não é enorme e totalmente malhado, seus braços e pernas são bem trabalhadas, seu abdômen contendo os seus seis gominhos recém-formados e a famosa "entradinha" em formato de V, aquilo devia ser chamado de " O verdadeiro caminho para o paraíso". Mas que mais me chamava atençã, era uma cicatriz na parte direita de seu rosto a qual ia da testa ao queixo, e minha nossa senhora da bicicletinha... aquela marca deixava o Uchiha ainda mais sexy!

Realmente, não tinha como não desejá-lo.

Dei muita sorte de não ter ficado em uma cela cheia de velhotes fedorentos e feios.

- Admirando a paisagem, docinho? - Obito falou, e eu logo me toquei que estava com os olhos vidrados em seu abdômen enquanto minha mente vagava por vários pensamentos impróprios. - Eu sei que sou muito gostoso, até eu me pegaria. - Sorriu convencido, pegando sua camisa e colocando-a por cima do ombro.

- E-eu... hum... você é bem convencido, né. - Respondi envergonhado, desviando o olhar para qualquer canto da cela.

O clima entre nós não é um dos melhores, mas também não era desconfortável, na verdade, nós não conversávamos muito, era somente o "básico", algo como; brigar por conta da bagunça que eu fazia na cela, as regras de convivência que ele mesmo inventou, ou quando eu retrucava suas provocações, isso deixava ele bem furioso. Obito gostava muito de me provocar e me cantar com cantadas bregas. E o motivo? eu não sabia ao certo. E por mais que o moreno fosse um grande pervertido, ele sempre falava sério ao me alertar dos detentos e carcereiros que davam em cima de novatos inocentes.

Presos - Obidei, TobideiOnde histórias criam vida. Descubra agora