Chorei

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Oi pessoal! Para a tristeza de muitos só tenho essa fic escrita até a uns 5 cap após esse. Perdi todo o restante, não sei como vou prosseguir com essa fanfic, sinto muito. 🙁 Mas vou TENTAR fazer o possível pra dar continuidade, dentro do meu tempo e limite.

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Não posso dizer que não chorei, pois estarei mentindo. Devo ter derrubado uma ou duas lágrimas durante a volta para casa, mas depois tomei a decisão de não me deixar abalar por uma coisa que eu já sabia que ia acontecer. Estava na minha previsão do tempo interna. O que eu fiz foi a mesma coisa que colocar a roupa no varal sabendo que ia chover. Sim, no mínimo, foi muita falta de inteligência. Cheguei a minha casa me sentindo derrotada, parecia que tinha levado uma pisa. Abri a geladeira, cheia de fome, e dei de cara com a porcaria do pudim de morango. Devo ter devorado umas três fatias enormes. Só sei que comi como se não houvesse amanhã. Acredito que tenha chorado um pouco mais enquanto devorava o pudim, não sei ao certo. Estava aérea. E um pouco alterada pelo álcool também.

Era a primeira vez que eu chegava tão cedo e tão sóbria depois de uma festa como aquela. O relógio do celular marcava uma e meia da manhã quando, depois de um banho, deitei na cama. A mesma que guardava lembranças que eu queria esquecer. Foi impossível não me lembrar delas, mas eu tentei ao máximo. Fiz de tudo. Estava cada vez mais evidente para mim que estava precisando de um colo. Um tipo de consolo silencioso que eu só conseguia receber da minha família. Nem sabia o quanto o olhar da minha mãe faria falta. Nem o quanto a ausência do beijo de boa noite do meu pai doeria. Até mesmo a Lexie e o Christopher rondaram os meus pensamentos. Descobri que estava morrendo de saudade de todo mundo.

O pior de tudo era que fazia apenas uma semana que tinha me mudado. Depois de pensar um pouco mais, percebi que não passava de uma mulher mimada. Acredite, foi um grande passo para o meu auto-conhecimento. Sempre pensei que fosse uma mulher madura, precocemente auto-suficiente, mas pelo visto não passava de uma garotinha que não podia ver problemas e já queria ser paparicada. Antes, eu sabia o tempo todo que teria braços quentes para me consolar caso algo desse errado, contudo, naquele momento, não tinha mais nada além da minha consciência e discernimento. Contava apenas com a maturidade, e acabei descobrindo que não era tão grande quanto imaginei que fosse.
Fechei os olhos, saboreando o gostinho estranho de descobrir quem realmente sou. Sorri, porque aquela era mais uma aprendizagem que só a solidão completa pôde me oferecer. É engraçado os meios que a vida se utiliza para nos fazer crescer, isso para não dizer perfeito. Ver a minha história sendo construída, perceber que estava aprendendo em uma semana coisas sobre mim que não descobri em vinte e oito anos, só podia ser uma dádiva. Um presente dos céus.
Gosto de ver sempre o lado bom das coisas, e embora estivesse com o meu coração bem apertadinho, coloquei na minha cabeça que todo aprendizado requer dor. Mudar de conceitos é um processo amargo, afinal, ninguém quer descobrir que esteve errado, imagina o de transformar o autoconceito? Certamente dói demais. E é muito solitário Escutei a porta da casa da vizinha se abrindo. Permaneci quietinha, apenas analisando cada ruído que a Calvin fazia. Fechou porta, abriu, andou de um lado e do outro, abriu gavetas (eu acho), depois sumiu. Deve ter ido tomar banho. Só sei que, depois de alguns minutos, percebi que estava bem atrás de mim. Deitada em sua cama. Era estranho demais tê-la tão perto e tão longe. Aquela parede existente entre nós era mais grossa do que pude imaginar. Talvez ela deixasse atravessar os barulhos, mas uma coisa muito importante sempre permaneceria do outro lado, distanciando-nos.

Não soube dizer se isso era bom ou ruim. Se uma parte de mim atravessasse e invadisse o lado dele, estaria sendo uma Meredith que desconheço. Pior, seria uma Meredith que desprezo. Mas, se ela viesse para o meu lado... Bom, isso é impossível. Pau que nasce torto (mija fora da bacia) morre torto. Afinal, quais são as chances de uma safada deixar de ser safada? O que a faria mudar? A Calvin Klein era muito nova. Talvez mudasse com o tempo, quem sabe quando descobrisse que a quantidade de pessoas com quem transa não é a mesma quantidade de amigos. Talvez quando descobrisse que nem todo mundo se importa com ela de verdade. Talvez quando realmente se apaixonasse. Ou sei lá, faço apenas suposições. A paixão é superestimada. Também não tenho amigos, portanto ando meio descrente com relação a amizades. Nunca entendi direito como é contar com alguém que não seja da família. Eu só me importo com eles, por que vou achar que outras pessoas se importarão comigo?

A Safada do 105 - Meddison (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora