Karen Quenga

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Mas nada me impediu de viver aquele nosso momento com toda a intensidade. Nossos corpos já estavam suados quando ela me empurrou para o lado, deitando-me na cama. Não chegamos a nos desencaixar. Veio com o seu corpo delicioso para cima de mim, investindo pesadamente em um movimento de vai e vem profundo. De todos os detalhes daquela loucura, achei aquele instante o mais intenso. Não sei se foi os seus olhos grudados nos meus, a boca procurando pela minha o tempo todo, o seu pau achando o caminho ideal para me fazer gozar ou a iluminação do quarto que estava tão perfeita que fazia o seu corpo, incluindo aqueles olhos provocar um efeito hipnotizante sobre mim. Gozei tão intensamente e a encarando tão de perto que achei que estava flutuando. O teto do meu quarto pareceu se iluminar como uma bola de fogo.

– Ah, Mer... Que delícia! – Ela gemeu e ofegou, acelerando bastante o ritmo.

Parou quando o meu êxtase foi embora. Ficou apenas me analisando. Senti seus braços tremerem.

De repente, ajoelhou-se na cama e retirou o preservativo. Não consegui entender nada durante um segundo. No outro, um jato de sêmen atravessou a minha barriga e se perdeu nos meus seios.

Observei-a, estupefata. Ela gritou o meu nome umas trezentas vezes enquanto me lambuzava inteira do seu prazer. A safada sorriu com malícia quando terminou. Deitou-se ao meu lado e me puxou para cima dela. Obedeci. Estava acabada, arrasada, fodida, extasiada e um monte de adjetivos que acho que ainda nem existem.

A Calvin me beijou mais uma vez. Foi um beijo doce, muito suave.

– Ei, vizinha... Obrigada pela sobremesa. – piscou um olho.

Faleci.

....

Só entendi que havia adormecido quando acordei bem devagar. O meu quarto estava escuro e, como a porta estava aberta, percebi que na verdade a casa inteira tinha ficado imersa na escuridão total. Meio desnorteada, procurei o meu celular na cabeceira da cama. Eram oito e meia da noite.

Ainda era sábado.

Partes bem sugestivas do meu corpo começaram a latejar. O clima era frio, e a minha pele estava grudenta. Estranhei a minha nudez completa. Lembranças dos momentos com a minha vizinha invadiram a minha mente com efeito retardado (isso para não dizer que a retardada fui eu). Com o coração iniciando uma série de batidas frenéticas, procurei-a pela minha cama. Só constatei o que já sabia: eu estava sozinha.

– Calvin? – chamei. Não obtive respostas.

Soltei um longo suspiro. Não era para estar admirada. A minha vizinha era uma safada, certamente tinha mais o que fazer em uma noite de sábado. Mesmo assim, ainda me levantei da cama e a procurei pela casa. Nada. A porta de saída estava fechada, mas não trancada. Suspirei novamente.

Tudo bem, eu tinha caído nas garras da safada do 105. A mágica havia acabado, bem como o interesse dela. O meu também foi saciado. Sabia como ela era na cama (incrível) e como seria senti-la em mim (incrível), agora podia ficar em paz. Aquele momento foi necessário para ambas. Calvin me queria, e eu também, não havia motivos para arrependimentos. Transar com a minha vizinha tinha sido uma experiência e tanto. Pensava nisso enquanto tomava um banho esperto, tocando as partes do meu corpo que foram tocadas por ela mais cedo. A sensação de suas mãos me apertando ainda circulava pelo meu corpo como se fosse o meu sangue. Pudera, a mulher era avassalador. Eu não podia esperar nada diferente de uma foda deliciosa vindo dela. E bem, a minha carência havia diminuído bastante (podia sentir que as teias de aranha já não estavam mais na minha "aranha"), coisa que também não podia ser diferente. Não depois de vivenciar aquelas emoções intensas e aqueles orgasmos profundos.

No fim, senti-me na vantagem. O momento com a minha vizinha safada-magia só me proporcionou o bem. Coloquei um pijama confortável e parti para a cozinha, na intenção de assaltar a geladeira.Morria de fome. Aquela mulher tinha me saciado de um jeito que nenhum alimento seria capaz de fazer, mas me deixou com o estômago vazio e roncando alto (parecia que tinha um alien dentro de mim).

A Safada do 105 - Meddison (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora