Quarto Capítulo

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Acordei levemente pela madrugada e Jack estava ao meu lado ainda ouvindo o barulho da chuva e dos trovões, era como se estivessemos num navio, no meio de uma tempestade

"Jack..." Olhei para ele e logo o abracei

"Por que você chama tanto meu nome?" Ele perguntou baixo

"Eu não sei, eu apenas necessito de chamar você" eu me juntei mais ainda com ele "Eu quero ficar com você"

"..."

"Eu faria tudo por você" apertei meus olhinhos, esperando uma resposta dele, ou que pelo menos entendesse o que eu queria dizer "eu não vou... Enrolar muito, serei... bem direta..." Minha voz foi se abaixando com o sono repentino

"O que você tem de errado,Lisenne?" Ele fez uma pergunta para si, e dessa vez era a vez dele de brincar com meus cabelos loiros

Dessa vez, de manhã, acordei ainda sonolenta
Fui me levantando e arrumando o quarto, tentando não ganhar um rubor ao pensar que querendo ou não, havia deitado com um rapaz

Hoje não era dia de ir ao teatro, mas nem por isso ficaria sem fazer nada! Após a última oração, fui até a maçaneta da porta e girei

E girei
E girei mais uma vez
E girei agitada, percebendo que estava trancada

Por um segundo o pânico tomou meu corpo, mas eu respirei fundo para não entrar em desespero

Chamei pelo nome de Jack, mas ele não respondia, talvez ele nem estivesse mais alí

"Que caralho!" Bati na porta, mas logo usei da mão para tampar a boca "Falei palavrão!"

Dei as costas e escorreguei pela porta com a mão na cabeça, até que a porta foi empurrada

"Você está atrapalhando,Lisenne" ouvi a voz dele do outro lado

"Hum..." Olhei para ele

O cabelo estava meio molhado e suas roupas estavam diferentes, tirando o fato dele não estar usando nenhum tipo de capa

"Vamos, mova-se" ele pediu normalmente e eu saí rumo ao banho

Era meio assustador, mas ele agia De bem comigo, então meio que... Após o banho e vestir uma roupa, eu pude ir tomar café e fiquei surpreendida que Jack já havia preparado a maioria das coisas

"Você não acha isso fantástico?" Ele bebeu um pouco de chá e veio ao meu lado, puxando a cadeira para mim "É como se fossemos um casal...! Eu dediquei tempo para seu café da manhã hoje, eu espero que coma" ele me olhou sério por um segundo "Está entendendo?"

"S-sim"

Eu estava um pouco ressentida e amedrontada, mas o café foi uma boa parte para que voltássemos a falar normalmente

"Lisenne" ele falou e eu me arrepiei "O que você quer fazer?"

"Eu não sei, ir para o Teatro?" Eu estava com medo de uma resposta que não agradasse, mas nessa altura, eu queria estar apenas um pouco longe do que estava me assustando

"Você não tem ensaio hoje, o que você está buscando nisso?"

"N-não tenho?"

"Você está tentando se livrar de mim?" Seu olhar procurou o meu "na madrugada você praticamente disse que era minha"

"Sim,mas...-"

"Você só está me atrapalhando. Decida-se você!"

Era verdade, eu havia praticamente me entregado para ele, e era verdade que eu o amava

Mesmo assustada, algumas dúvidas surgiam na minha cabeça

"Será que... Eu trocaria ele?"

"Isso é amor?"

"Onde está o carinhoso e prestativo rapaz que conheci?"

"Onde eu me meti,mama..."

"Não pense tanto" ele falou e quebrou minha linha de pensamentos "ou vai doer sua cabeça, bichinho"

"Certo..." Abaixei a cabeça "Só me responda uma coisa... Por que trancou a porta ao sair? Aquilo me assustou bastante"

Jack fez um olhar surpreso, era como se tivesse visto algo mudar em mim, então se pôs mais perto

"Estou fazendo isso por amor" a mão gélida tocou minha bochecha quente "Você entende, não entende? Eu quero dilapidar você, eu não quero 'Se' eu quero uma certeza!"

Ele foi suasório

"Eu quero que você tenha um pouco de confiança em mim, certo? Não vai doer" ele estimulou "Não vai doer se você não quiser"

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