Cap. 14 - Situação

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LEXA ON

Após a festa Xavier não retornou para casa, ficamos eu e Yasmin sozinhas no decorrer desta semana e somente quando nossas mães chegaram que Xavier apareceu, eu não entendia direito o motivo da sua mudança de humor, pois em um momento ele estava sorrindo para mim após um beijo e minutos depois entrava no carro de Carla e ia embora, teria ele se afastado por achar que eu estava criando sentimentos por ele? Ele não seria tão babaca, pelo menos eu acho que não.

Se passou uma semana desde que nossas mães voltaram e nossa rotina voltou a fluir normalmente, vou para a escola com Yasmin e durante a tarde eu tento ajuda-la com matemática, a única diferença agora é uma pitada de saudade por não ser interrompida por Xavier durante as aulas, talvez ele tivesse razão em se afastar, lá no fundo eu posso confessar que algum sentimento estava surgindo, não como se eu quisesse casar e ter filhos com ele, mas um sentimento de gostar da companhia dele, mesmo que ele só me incomode e provoque; tenho que assumir que sou fraca no quesito aproximação, porque se uma pessoa convive comigo por mais de duas semanas e se torna presente, eu irei à considerar parte da minha rotina e se em algum momento ela se fizer ausente, minha rotina não será mais a mesma; infelizmente com Xavier está sendo assim, eu fingia mau humor quando ele aparecia na sala para nos atrapalhar, mas agora, o que mais faz falta é aquele idiota me distrair um pouco durante as aulas de Yasmin, confesso que as vezes me pego esperando a porte abrir e ele entrar, as aulas se tornaram tediosas e chatas; talvez eu realmente tenha gostado dele de alguma forma, mas ninguém precisava saber disso.

As primeira aulas foram tranquilas e tediosas, todavia quando voltamos para a penúltima aula algo havia mudado, dessa vez Marcos estava sentado em uma mesa ao lado do professor de filosofia, o professor explicou que por motivos pessoais o Marcos iria acompanhar as aulas dele a partir desta semana, no começo me incomodei por receber alguns olhares disfarçados de Marcos, pois querendo ou não, eu ainda estava com um pé atrás com ele devido aquela discussão idiota no pátio, não me sentia mais a vontade com ele.

No decorrer da aula estavamos falando sobre um acontecimento que houve em um zoológico, onde uma criança caiu na jaula de um macaco e os guardas o mataram  para tirar a criança de dentro da jaula dele, a discussão estava correndo normal quando escuto o meu nome:

– E você Alexandra? O que acha da atitude dos guardas? Foi a certa?

– Na verdade é relativo, se eu pensar a partir do fato de que o animal nem deveria estar preso alí e sim no seu habitat natural e considerando os milhares de avisos que estavam no lugar para não deixar as crianças próximas ou colocarem elas sentadas na barra de proteção, deveriam sim, ter tentando um meio de tirar o garoto de lá sem ferir o animal – Pensei que por ser uma aula de filosofia, o professor gostaria de ouvir uma respostas mais ampla, abrindo mais o tema para a sala discutir, mas creio que eu estava enganada.

– Então você acha que a criança deveria correr o risco de morrer para salvar um animal? – Um aluno do fundo da sala me questionou.

– Não, eu não disse isso, eu apenas tentei mostrar outra forma de vermos a situação – Respondi de forma breve, já tentando sair do assunto devido as caras e bocas que a sala me dirigiu.

– Sua forma está totalmente errada, se os guardas não tivessem agido de forma rápida a criança poderia ter morrido, se fosse parente seu eu duvido que você iria sugerir algo do tipo – Eu já não estava entendendo o rumo da conversa, mas tinha a plena noção de que eu era a minoria a entender a minha real intenção naquela conversar.

– Isso não vem ao caso, eu sequer respondi a pergunta do professor, eu apenas tentei mostrar outro lado da situação – Disse isso e virei para a frente, como se mostrasse que minha fala foi o ponto final da discussão, mas me esqueci que as nossas últimas aulas serão com ele e as chances da conversa voltar naquele assunto eram muito grandes, fui tirada dos meus pensamentos quando sinto uma mão pesada no meu ombro, olho em direção ao dono da mesma e encontro o rapaz que havia discutido comigo a alguns minutos:

Soo badOnde histórias criam vida. Descubra agora