Cap. 4 - Me erra

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LEXA ON

Conversamos por um bom tempo e eu expliquei tudo à ela, logo ela me mostrou meu quarto que ficava de frente para a casa de cor azul escuro; no meu quarto as paredes eram de um cinza claro, o armário era grande e possuía dois espelhos nas portas, ao lado da janela havia uma mesa que eu já pretendia usar para os estudos e minha cama ficava do outro lado da janela, em um canto do quarto havia um tapete de cor grafite todo aveludado e um puff preto, fiquei encantada pelo designer e por ser tão lindo e aconchegante, além de ser a minha cara; comecei a arrumar as minhas coisas até me lembrar de que precisava do wifi para saber se Elizabete estava bem, desci correndo e peguei a senha, subindo novamente para o quarto logo meu celular começou a vibrar e agradeci por ser Leonardo, um amigo que eu havia deixado uma missão importante.

MENSAGENS ON:

Lexa?
Como assim viajar?
Ok, ok
Estou indo para lá agora mesmo
Graças a Deus ela está bem cara
Ajudei ela a contar tudo, mas ainda não sabemos se devemos entrar na justiça contra ele, segundo a vice diretora ele tem muitos amigos na polícia e entrar na justiça seria apenas mais perda de dinheiro...
Acho que a mãe dela vai mudar ela de colégio

Meu Deus
Como assim cara?
Agora tudo faz sentido, eu havia ligado para a polícia e o cara se negou a enviar uma viatura, aposto que fez isso porque eu falei o nome dele
Aquele maldito

Relaxa lexa
Agora ela está bem
Eu duvido que ele vá atrás dela novamente
A mãe dela falou que pretende muda-la para um colégio em que dois primos dela também estão terminando o ensino médio, ela vai ter alguém pra cuida dela agora.
Mas vou ter que ir, espero que esteja bem, qualquer coisa é só mandar mensagem.

Beleza, valeu por me ajudar com isso.

MENSAGENS OFF

Agora eu entendi tudo, aquele merda de polícial só não mandou a viatura porque reconheceu o nome e a profissão do Artur, aquele verme, pelo menos não irá mais tentar manipular a Elizabete, fico muito aliavada por isso.

Agora são exatas 20h da noite e estou sendo obrigada a participar de um jantar para conhecer a melhor amiga da minha mãe, diz ela que a tal de Catarina é um amor e seu filho é muito educado, bom, veremos, não me arrumei muito já que vou ficar em casa e não é nenhum galã de novela que vai vir aqui em casa, provavelmente um riquinho apenas; coloquei uma calça jeans preta rasgada, uma regata cinza que talvez esteja mais velha que eu e como vou ficar em casa, peguei uma rasteirinha qualquer; estou sentada no sofá á espera dos nossos convidados quando escuto a campanhia tocar e ao abrir a porta me deparo com uma mulher, provavelmente a tal da Catarina:

- Oi, sou Catarina prazer, sou a amiga da Marta, você é? - Ela diz com um sorriso no rosto e estende a mão.

- Sou Alexandra, mas pode me chamar de Lexa para facilitar - dou uma risada para descontrair - Pode entrar, por favor - Digo e dou passagem para ela, quando estou prestes a fechar a porta escuto o impacto de algo na mesma, mas o que seria?

- Ei, precisa bater a porta na cara não, é só pedir que eu saio - Abri a porta com tudo dando de cara com um rapaz um pouco mais alto que eu e que estava neste momento com a mão na testa, meu Deus, eu bati a porta na cara dele, coitado, não pude conter uma risada de nervosismo.

- Foi mal ai, eu não te vi, pode entrar também, eu deixo - Tento amenizar a situação com uma piada, mas apenas recebo um arquear de sobrancelhas dele.

- Temos uma piadista entre nós agora? - Ele me olhou enquanto arqueava um dos cantos da sua boca, assim formando um sorriso de lado, eu podia estar o admirando, se não tivesse percebido o seu leve tom de sarcasmo.

- Ai está o meu girassol, vem cá me dar um abraço querido - Minha mãe saiu da cozinha ainda com o pano de louça no ombro e o puxou para um abraço demorado, ele apenas fez uma careta pelo apelido e retribuiu o abraço, somente quando ele se virou para abraça-la eu entendi o motivo do apelido, em sua jaqueta de couro havia um girassol estampado, achei lindo, porém me deixou curiosa para saber o motivo do desenho.

- Você e seus apelidos dona Marta, nunca se cansa? - Ele a lançou um olhar de reprovação e eu não pude conter uma risada baixa, me arrependendo logo em seguida quando recebo seu olhar denovo, por mais que eu goste de encarar as pessoas para saber eté onde elas aguentam o desafio, sou obrigada a cortar o nosso contato visual pois precisava fechar a porta.

- Como podem ver, essa é a minha filhinha querida - Me puxou para perto de sí, me abraçando de lado - ela tem dezessete anos e agora irá morar comigo, fiz esse jantar porque ela vai estudar na mesma escola que você Xavier, talvez você possa mostrar e explicar as regras do colégio - Ela o olhou com um olhar sugestivo e pude ver Catarina o cutucar com o cotovelo, só então olhei para a sua cara e desmontei quando vi uma cara de tédio, tudo bem, eu também não gostava da idéia de o ter como um tutor me mostrando o colégio, mas poxa, não precisava dessa cara de desânimo.

- Tá bom, eu mostro sim, fazer o que né, como sempre sou o mais procurado devido minha inteligência e competência - Pude notar seu tom de brincadeira e então decidi entrar na dele.

- Que honra a minha, não sei nem expressar em palavras tal comoção - Novamente pude ver sua sobrancelha se arquear, todavia dessa vez tive a visão de seus dentes, pude notar uma covinha na sua bochecha direita, não podia negar, ele era um cara bonito, mas não sei se aguentaria ficar em uma sala fechada com ele e seu sarcasmo de companhia.

- Ok crianças, que tal irmos comer? Eu já estava arrumando a mesa quando vocês chegaram, Lexa pegue para mim as taças na prateleira, esse jantar merece um vinho - Ela disse toda feliz, por um momento me vi perdida, onde diabos ficavam as taças? Me coloquei em frente ao armário e fiquei tentando achar as taças olhando pelas portas de vidro do armário, mas foi em vão, quando estava prestes a chamar por Marta e pedir aonde estavam as benditas taças, reparei em uma sombra se projetando em minha frente, eu pretendia me virar, mas fui surpreendida por um braço que passou na altura do meu pescoço e apontou para as taças, não pude contar um susurro:

- Tá de sacagem - Só percebi que havia falado em voz alta quando senti uma leve onda de ar bater em meus cabelos, seguido de uma risada contida.

- Tudo bem que você é nova na casa, mas acho que precisa usar óculos - Ele disse de forma irônica, qual o problema dele? Essa é sua forma de puxar assunto? Patético...

- Consegue pronúnciar uma frase que não contenha sarcarmos ou alguma brincadeira? - Perguntei e abri o armário para pegar as taças, logo me virando e percebendo que ele apenas virou as costas e seguiu seu caminho, indignada eu apressei os passos - Ei, eu falei com você - Disse e ele parou em frente a saída da cozinha.

- Não, não consigo, acho que isso já se tornou parte do meu vocabulário, sabe? - Ele diz e continua andando todo cheio de sí, ele ta achando que é quem? Um bad boy de fanfic?

- Ah pronto, chegou o galã de novela cheio de autoestima, acho melhor eu sair da cozinha antes que não tenha mais espaço para o seu ego - Disse quase em um susurro, mais para mim do que para ele e então passei por ele indo em direção a mesa para arrumar as taças.

- Obrigado pelo elogio, mas dá próxima vez tente sussurrar mais baixo - Quase derrubei a taça ao escutar ele falar e se sentar na cadeira em minha frente me encarando de forma provocativa.

- Me erra - Foi a única coisa que eu disse antes de Marta e Catarina entrarem tagarelando na cozinha, pelo pouco de conversa, já vi que esse cara tem uma autoestima invejável e que provavelmente, se acha o gostosão só porque tem um tom de voz grave, um corpo e estilo de se vestir agradáveis aos olhos e seu humor completamente composto por sarcasmo, droga... acabei de me contradizer.


Soo badOnde histórias criam vida. Descubra agora