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Quando a campainha tocou, imediatamente eu saí do quarto das crianças para ir atender. Abri a porta e, com um sorriso grato e aliviado, recepcionei aquela com quem eu sempre podia contar.
- Oi... - A cumprimento, depositando um beijo em seu rosto. - Entra, Kyra, por favor. - Dou espaço para que ela passasse, voltando a fechar a porta. - Você veio sozinha?
- Não, não! - Ela se apressa para responder, parando diante de mim no centro da sala. - O Zezinho me trouxe com a Alexia.
- Ah sim! Nossa, ela deve estar uma pilha...
- Você conhece a sua prima, então nem preciso confirmar... - Ri e, como num reflexo de sua risada, me juntei à ela.
- Obrigado de novo por aceitar cuidar dos meus filhos. Eu já não sabia o que fazer com eles... Você sabe o quanto os dois amam aqueles bichos.
- Claro que sei, né... Não me lembro de uma vez em que não tenham me assustado com os... Ídolos pop. - Rio, me recordando das situações embaraçosas em que Kyra pulou no meu colo para fugir dos ratos ou subiu em qualquer lugar alto para evitar que eles encostassem em seus pés.
- Quanto a isso, você não precisa se preocupar por hoje. Eles me garantiram que deixariam os ratinhos na gaiola até amanhã.
- Eu espero...
- Mas e você... Tá bem mesmo com aquele assunto? - Pelo olhar que recebi, pude ver que ela compreendeu a minha pergunta.
- Términos são sempre... Estranhos, né? Mas eu tô melhor... Ficar aqui com as crianças vai ser uma distração.
- É, distração é com eles! - Noto que seus olhos agora passeavam pelas minhas roupas. - Algum problema?
- Problema? Problema nenhum. Imagina!
- Pode falar, Kyra... - Me aproximo, lhe dando a liberdade para dizer o que quer que ela quisesse.
- Vou falar, então... Com licença, tá? - Em passos tímidos, ela encurtou a pequena distância entre nós dois e, carinhosamente, ajeitou os cachos do meu cabelo. Acompanhei o movimento de suas mãos, que logo foram para minha camisa social, numa tentativa de deixá-la mais apresentável. - Assim não parece que saiu da boca do lobo, né? Bem melhor... - Se afasta, me deixando estático por alguns segundos. Acabei lhe oferecendo mais um sorriso, que ela docemente correspondeu.
- Você é adorável. - É o que digo, antes de ouvirmos os barulhos vindos dos degraus da escada, acompanhados dos gritinhos infantis que eu mais amava escutar. As crianças correram para Kyra, abraçando suas pernas e comemorando o fato dela estar ali. Logo, ela se abaixou para ficar do tamanho dos dois.
- Olha o que eu trouxe pra vocês. - Ela tira de dentro da bolsa os chocolates preferidos dos meus filhos, que pulam de alegria com o mimo oferecido pela “prima”, como eles gostavam de chamá-la. Não contenho um sorriso bobo. Eles sempre ficavam tão felizes na presença dela...
- Você como sempre a melhor! - Diz Queen, já se preparando para abrir a embalagem.
- Por que vocês não deixam pra comer depois da pipoca?
- Pipoca? - Mosquito perguntou, com os olhinhos brilhando.
- Claro! Ou a gente vai assistir àquele programa sem pipoca? Não dá, né? - Entre conversas sobre tudo o que eles fariam enquanto eu estivesse fora, meu avô apontou nas escadas e me adiantei para ajudá-lo a descer. Ele agradeceu, facilmente notando Kyra logo depois.
- Oi, minha querida! - Ele a abraçou afetuosamente. - Como você está?
- Bem, sr. Ignacio, graças à Deus! E o senhor? Aproveitou bastante no sítio da sua irmã?
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Turn Of Fate
FanfictionAmiga da falecida esposa de Alan, Kyra sempre nutriu de um amor secreto e genuíno pelo advogado. Um ano após a morte de Roberta, com a reaproximação entre os dois, o sentimento que Kyra tanto lutou para esquecer, parecia estar acordando de um sono p...