1° Capítulo; Piloto.

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O ano é 1823, século 19, dia 10 de maio. Faltando apenas alguns dias até que minha vida acabe, mas isso não significa que irei morrer, pelo contrário irei me casar! Dizem que é uma data feliz e que deve ser comemorada com enormes festas e muitas bebidas. Mas, pra mim que não quero me casar está sendo um horror, um pesadelo sem fim, sem esperanças...

De fato, tive vários pretendentes, mas nenhum que eu queira. Essa foi a desculpa que dei a minha genitora, a qual não foi aceita, assim a fazendo escolher por escolha própria. Pois segundo ela já está passando da idade de me casar. Sosuke Sugaya, o nome do meu noivo. Se quiser continuar com meus planos de acabar com essa sociedade opressora, terei que dar um fim no mesmo. Quero que nós, ômegas e as betas, tenham uma vida melhor, com escolhas e direitos. Algo que merecemos sem uma luta.

[...]

E agora estou casado, quanto tempo dão até os abusos domésticos e o abuso psicológico começarem? Eu dou 1 semana, ainda fui compassivo. As coisas estão indo bem até agora, espero não "dormir" com ele. Mas acho que isso seria impossível. É tão deplorável querer continuar virgem? Ou melhor, é tão deplorável respeitar su parcere?

Já se passaram quase dois anos, faltando apenas dois meses, e é nesse período que eu executo todos os planos que planejei durante anos. Não duvidam de ômegas "submissos e fracos", algo sempre muda...e isso torna tudo mais interessante e emocionante.

Uma das coisas que eu mais gosto de fazer é cozinhar, então por que não fazer um belo jantar? Para os convidados e meu noivo? Assim tudo se torna bem mais fácil envenenar alguém assim, de pouco a pouco...os sintomas vindo fracos até transbordar e parecer como uma doença que ainda não foi descoberta.

O copo está cheio. O corpo desfalece ao chão de forma bruta. Os olhos ficam opacos. A respiração se cessa aos poucos. E a pele antes quente se esfriou. O show está começando, por que não se senta e aproveita?

Para mim, é bem fácil esconder minhas verdadeiras intenções, num mundo como esse, é caçar ou ser a presa, e deixei de ser a presa a muito tempo.

Olhos arregalados, o choro e o desespero toma conta de mim, as lágrimas embaçam minha visão, me aproximo do corpo lentamente, vozes invadem meus ouvidos, gritos são ouvidos. Barulhos de carros. Sirenes altas ecoam por toda parte. A tentativa de aparar um ômega viúvo beiro ao desespero e sofrimento. Chega a ser icônico, porém trágico. Me tiram de perto do corpo já sem vida. Não posso vacilar, qualquer reação diferente e o tiro pode ir pela culatra.

Sentado no sofá carmesim, o choro ainda não cessou, quem dera que fosse de tristeza...Minha genitora veio com um copo e um calmante e eu acabei por apagar.

SerpienteOnde histórias criam vida. Descubra agora