Let Me Be Your Superhero

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“Let me be your superhero, your dynamite

Let me be the one to hold you to do you right”

 ☆☆☆☆☆

Embora quinta-feira parecesse ter passado dolorosamente devagar, sexta chegou rápido demais. Quando se deu conta o alarme já estava despertando-o para o trabalho e Katsuki acordou exausto e mal humorado porque havia ficado até tarde revendo suas músicas. Sorte de quem assistiria aquela noite, ele daria o seu melhor. Não que não desse antes, afinal ele era sempre o melhor, mas dessa vez era apenas… diferente.

Já eram cinco e meia da tarde e Eijirou ainda não havia aparecido. (E não, ele não havia ficado boa parte da noite do encontro acordado repetindo o nome incessantemente em sua mente, nem um pouco!).

Katsuki odiava, com todas as suas forças, admitir que estava ansioso. Aquele nervosismo antes de qualquer compromisso importante, um revirar no estômago e leve mal-estar que o faziam ao mesmo tempo querer parar o tempo para que o momento nunca chegasse e terminar logo com isso para fazer aqueles sentimentos desaparecerem. Ele fazia de tudo para manter-se neutro e, para sua sorte, o intrometido meio-a-meio não estava naquele dia com seus malditos olhos de águia e opiniões inconvenientes para encher seu saco. Não que a cara de sapo fosse realmente melhor, mas ao menos ela tinha a decência de não se intrometer na vida dele.

De qualquer maneira, Katsuki às vezes ficava checando mentalmente tudo o que colocou na mochila que estava nos fundos, junto com o violão, obviamente. Ele não tinha a opção de tocar bateria naquela pequena cafeteria, então é, violão teria que servir. Além disso, uma música em especial era definitivamente melhor no violão.

O som do sino na porta chamou sua atenção e ele teve que evitar um sorriso idiota ao ver uma conhecida cabeleira ruiva erguida com gel demais e uma bandana vermelha segurando a base. Dessa vez, porém, ele não se parecia tanto com um maldito punk com tênis, jeans, camieta branca e uma blusa preta com o zíper aberto. Ela ainda tinha a flanela vermelha amarrada na cintura, entretanto, e caralho, ele ao menos lavava aquela porra? Além de uma pequena corrente na lateral do dito jeans.

Eijirou se aproximou, o sorriso brilhante usual no rosto e acenando alegremente antes de se aproximar do balcão e apoiar-se ali. Katsuki lhe entregou um frappuccino de chocolate cafeinado que tinha preparado com antecedência quando o outro mandou mensagem dizendo que chegaria em dez minutos, um sorriso convencido no rosto.

- E aí, Riot.

O ruivo ergueu uma sobrancelha em uma pergunta silenciosa, apesar do sorriso largo.

- Valeu. É por conta da casa?

- Pode ser, tanto faz - respondeu dando de ombros. - Finalmente resolveu aparecer.

Eijirou imitou o gesto despreocupado enquanto tomava um último gole antes de responder.

- Bem, eu cheguei atrasado no estúdio de tatuagem hoje, então fiquei um tempo a mais para compensar as horas perdidas.

O loiro revirou os olhos com um sorriso pretensioso na cara.

- Não posso exatamente dizer que isso é responsável da sua parte, afinal foi você quem chegou tarde para começo de conversa.

Eijirou levou uma mão à nuca, parecendo levemente envergonhado.

- É, não há como refutar isso - então, subitamente, ele voltou a ficar animado como um cachorrinho. - Mas pelo visto você sentiu minha falta, afinal.

Katsuki soltou um “tch” virando o rosto para o lado.

- Até parece… - ele murmurou.

- Aw, não precisa ficar tão envergonhado, Katsuki - Eijirou respondeu, estendendo uma mão gelada sobre o balcão para apertar a bochecha alheia.

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