final - vermelho

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Talvez você estivesse só carente naquele dia, mas você não se arrepende do que fez...

Você se lembrava bem o dia e hora que você se confessou para vermelho, o nervosismo que te invadia, dedos cruzados em frente ao corpo, visão baixa, a admirar nervosamente os sapatos do rapaz, mesmo que o homem parecesse calmo em relação a suas palavras desajeitadas. Seus cabelos vermelhos cobriam parte do rosto, enquanto um sorriso satisfeito repousava em sua face, seus braços fortes se encontravam cruzados em frente ao corpo, cicatrizes passadas fracamente perceptível e sua pele.

No meio do corredor dos dormitórios, onde você conseguiu sua atenção depois de tempo sem conseguir estar a sós com ele, você foi aceita, seus sentimentos confusos foram acariciados com um sim, mas vermelho te alertou que, mesmo saindo com ele, o homem era ocupado, você sabia que ele não estava mentindo, mas nunca pensou que isso seria um empecilho

mas foi...

Com o tempo, as poucas horas que vocês podiam ficar juntos foram se tornando insuficientes, a ponto de você buscar missões para cumprir, só para poder o encontrar. Tarefas de concerto, construção, busca, organização de planilhas, até mesmo de pombo correio, você teve que fazer de tudo para tentar chegar perto do homem, tão atenta a cada tarefa que vermelho tinha em mãos, mesmo que fosse quase impossível de cumprir a tarefa sozinha. até mesmo os outros impostores do planeta começaram a te louvar, afinal, não sobrava quase nada para os outros fazerem, assim, você os mimava, mesmo que sem querer.

Ainda sim, você só queria o ajudar, e ter sua atenção no final...

O que começou com uma carência, uma especiaria de ambos os lados, acabou se tornando uma corrida por atenção, as tarefas não eram muitas, mas do mesmo modo, isso te dava a pequena desculpa para invadir a sala do impostor ocupado, a mesma sala com carpete escuro e com cheiro de livro antigo que era sempre certeza de encontrar sua presença, distraído com um computador.

Mas então, em um dia enevoado, natural de trabalho, o céu parecia protestar contra a boa vontade dos habitantes do planeta, acinzentado, a distribuir rajadas de vento e neve em uma velocidade surpreendentemente feroz, limitando os afazeres dos impostores daquele planeta. Assim que a tempestade deu sinal que iria piorar, ao ponto de ser capaz de levar você junto com o vento, você tinha acabado de chegar para relatar o termino de uma tarefa que, em especial, foi a pedido de seu capitão, aquele impostor de cabelos cor de fogo a quem você havia começado a nutrir uma necessidade especial de atenção, sentimentos realmente fortes que você não se dava ao luxo de compreender.
O homem sentado em sua cadeira, batucava os dedos na mesa, mãos atadas por culpa da tempestade, que em sua ira, resolveu levar o sinal de wi-fi a o declínio. Ele tinha trabalho para fazer, sempre ocupado, sempre elegante enquanto trabalhava, coisa que uma tempestade como esta, iria atrasa-lo, e muito. você admirava sua concertação, quase a ponto de esquecer seu real objetivo naquela sala, ou até mesmo perceber que demoraria para sair de lá, em virtude do vento

- não tem jeito - ele murmurou, fechando seu notebook com um longo suspiro. Seus olhos escarlates saíram de seu trabalho para se levantarem a você, que se encontrava parada com um papel em mãos, a ação que geralmente você não esperaria do homem, afinal, vermelho quase nunca estava disponível depois da invasão - isso seria? - ele perguntou em relação ao papel em suas mãos

- b.bem - você gaguejou, torcendo para que seu coração se acalmasse, você gostava dele, você queria a atenção dele, você estava saindo com ele! mas o ter assim, inesperadamente, não era algo que você planejava - é só o relatório da tarefa de organização do estoque, os papeis que foram embaralhados lá, já foram organizados e a comida estragada já foi retirada

- mesmo? - vermelho não parecia surpreso, mas aliviado, afinal, ele teria que fazer isso se não fosse você. O homem se encostou na cadeira, olhando para a grande tela ao seu lado, que alertava em letras vermelhas a gravidade da tempestade que estava atingindo a base, logo, seu olhar se voltou a você novamente - venha aqui - ele pediu, rindo com o seu nervosismo "fofo" .

Ultimo tripulante (Among us x Leitor)Onde histórias criam vida. Descubra agora