──── 𝑀𝐷𝑁𝑆 . ˡᵒᵘᶜᵘʳᵃ | Após um trágico acidente de carro, um encontro com a morte e uma estadia turbulenta em um hospício sombrio, Madison se vê imbuida de um poder sobrenatural recém-descoberto, transformando seu destino para sempre.
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Estava deitada na cama, debaixo dos cobertores, encarando o meu teto com vontade de desaparecer sem deixar rastros.
Passei a noite em claro depois que Jake me deixou em casa, e assim que minha tia abriu a porta para que entrássemos, só consegui cumprimentá-la rapidamente e fui para o meu quarto, sem conseguir dar um "tchau" a Jake, que foi muito atencioso.
Eu surtei. Tive um pesadelo e o projetei bem na minha frente, e foi muito ruim. A sorte foi que na casa de Emily só estavam ela e Jake... Soube pela dona da casa que os outros haviam ido embora pouco tempo depois que eu dormi, e Sam tinha ido ao mercado comprar algo que ela queria.
Sinceramente, depois que soltei Jacob, não consegui encarar ninguém, nem falar... Eu sentia medo. Medo, desconforto e vergonha. Muita vergonha.
Eu deveria estar no manicômio, não aqui. Deveria estar lá e ficar por lá até essas coisas acabarem com a minha vida. Ou até eu acabar com a minha vida.
O pavor... é fácil lembrar dele, e logo senti meus olhos se encherem de lágrimas de novo. Isso nunca vai me deixar em paz, é o meu fardo. Céus, o que Emily pensa de mim? O que Jacob pensa de mim?!
Joguei os cobertores pesados para o lado da cama e me levantei, sentindo as meias protegerem meus pés do chão frio. Fui até o espelho horizontal sobre a cômoda, levantei meus cabelos num rabo de cavalo malfeito e os prendi com um elástico que estava no meu pulso, encarando meu reflexo deplorável.
— Enlouqueça sozinha, Madison. Não arraste as pessoas para isso. — Falei ainda me encarando, percebendo as olheiras e minha pele pálida, quase morta. Era assim que eu me sentia.
Olhei para a poltrona florida perto da porta, vendo minha mochila em cima dela. Depois, passei os olhos pelos materiais sobre a escrivaninha, respirando fundo e me lembrando que hoje é segunda-feira, o dia em que Pete estaria em casa e me veria assim. Horrenda.
Eu não queria ir à escola, então teria que pedir à tia Lilyan para me deixar faltar. E se ela não deixasse, bom, eu tentaria arrumar um jeito de me isolar de novo. Parece que é bem melhor se tudo for dessa forma, se eu conseguir segurar as pontas sozinha.
