──── 𝑀𝐷𝑁𝑆 . ˡᵒᵘᶜᵘʳᵃ | Após um trágico acidente de carro, um encontro com a morte e uma estadia turbulenta em um hospício sombrio, Madison se vê imbuida de um poder sobrenatural recém-descoberto, transformando seu destino para sempre.
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— Querida, nós vamos dar um pulo na casa da Emily agora... ela faz ótimos brownies. Peety faltava quase passar mal com tantos que comia. — Lylian me disse em um tom amoroso, aparentemente esperando alguma resposta minha, mas estava tentando me sentir mais quente no moletom azul-escuro... algo que não estava funcionando muito bem e eu anotei mentalmente que tinha que me acostumar com o frio da reserva. — Você vai adorar a comida dela, vai até parar de almoçar aqui em casa comigo e com seu tio. Já estou até vendo: vai viver na casa da Emily com os outros. — Ela continuou, parecendo realmente animada e eu apenas acenei soltando um pequeno e rápido riso nasal, tentando imaginar formas no chão de madeira.
Agora estávamos nos preparando para ir na casa de Emily, quem eu iria ainda conhecer. Minha tia fala tão bem dela que estou criando uma ilusão de que Emily talvez seja um anjo. Além dela, Lylian falava muito bem de alguns garotos da reserva e como meu primo, Peterson, havia feito amizades tão rápido antes de ir para a faculdade em Baltimore e em como ele vivia na casa da Emily com os amigos. Se não estivesse lá, provavelmente estaria na praia, que a propósito, minha tia disse ser uma das mais bonitas que já tinha visto e o frio da reserva contribuía para a praia ter os horizontes perfeitos.
— Hm. Vai ser legal. — Falei baixo e torcendo para que ela, e somente ela, ouvisse. Apertei os meus olhos esperando ouvir algum sussurro que diria:"O que vai ser legal?", mas nada veio, ainda bem.
— Vamos, você vai adorar e o clima da reserva é tão fresco! Ah e você vai amar a nova reforma da nossa floricultura, temos até que muito clientes...— Lylian me respondeu e enquanto continuava a falar, pegou uma tigela coberta em cima do balcão e passou a andar para fora comigo a seguindo.
Gostava do jeito dela, ela falava muito e algumas palavras eram até que engraçadas, me fazia esquecer de tudo ao redor enquanto toda a minha atenção se voltava somente para ela. Peterson era sua cópia perfeita, mas as palavras do meu primo antes saiam mais cortadas e até amontoadas umas em cima das outras, como se ele tivesse muitos pensamentos para uma pessoa só e quisesse que todos soubessem sobre eles.
O bom desse aspecto dos dois era que nenhum lugar ficava silencioso por muito tempo, eles sempre davam um jeito para o ambiente ficar animado e interativo. Talvez seja por isso que meu tio a escolheu como esposa — e teve a sorte de ter sido escolhido — por ela como marido, também. Ele detesta lugares silenciosos e sem humor, por isso sempre vive fazendo gracinhas para as pessoas rirem.
