Capítulo 11

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Então morrer era exatamente como dormir. Haru estava tão feliz que era correspondido, que morrer não parecia tão ruim, mas era frio, muito frio.
Teve sonhos estranhos. Estava andando segurando a mão de Haruko quando era tão pequeno que suas pernas falhavam, ela sempre lhe pareceu tão alta.
Olhou para cima e ela sorriu.
Definitivamente era um sonho.
Depois estava com seu pai, sua madrasta e os gêmeos na praia. E naquele momento estava feliz.
Mas sua felicidade nunca durava muito tempo, as vezes pensava que não havia nascido para ser feliz, porém conheceu Ren.
Ele disse mesmo que o amava? Ou foi apenas um sonho também?
Um sonho...
Agora parecia ter um corpo e esse corpo estava todo dolorido, mas conseguia senti-lo.
Havia alguém que segurava gentilmente a sua mão, passou um tempo antes que conseguisse abrir os olhos e verificar.
Ren estava ao seu lado cochilando em uma poltrona de hospital.
Espera, hospital?
Se sentou soltando a mão dele que acordou no mesmo instante.
― Haru - ele sorriu.
Levou uma fechada no coração mais uma vez.
Ren sorriu para ele. Aquilo era tão lindo que poderia morrer " de novo" de tanta alegria.
― O que aconteceu? - perguntou atordoado sem conseguir tirar os olhos dele que se levantou e se sentou na cama ao lado dele.
― Aquele cara atirou em você, mas foi com um dardo tranquilizante. Aparentemente te queriam vivo - ele disse tocando o rosto e o olhando como se fosse seu bem mais apreciado - Shima e Aki apareceram logo depois, disseram que estavam preocupados, e quando você se tornou um humano de novo chamaram a Polícia.
Aquilo seria difícil de resolver, mas...
― Quantas horas? - perguntou.
― 10 da manhã.
― Isso quer dizer...
― Quer dizer que não precisava mais se preocupar, não vai voltar a ser um lobo.
― Então você não me contou uma mentirinha de misericórdia?
Ren fez uma careta no mesmo instante e puxou seu cabelo.
― Ai, ai me desculpe, me desculpe! - implorou.
Ele então o soltou.
― Eu não fiz um discurso, para você dizer que era apenas uma mentirinha de misericórdia.
― Discurso? - perguntou - Eu apenas te ouvi dizendo que me amava.
Sorriu completamente satisfeito.
― É o suficiente pra mim - ele segurou o seu rosto e o beijou.
Então aquilo era sentir a verdadeira felicidade. Pela primeira vez em sua vida, sentiu que não precisava de mais nada.
Se Ren estava ao seu lado já tinha tudo.
A porta do quarto se abriu e a médica e o enfermeiro que entraram se chocaram com a cena.
― Não se pode mais ter privacidade - reclamou abraçando Ren.
― Você está em um hospital sinto muito - a doutora disse um pouco dura.
― Você pode me soltar a médica precisa examinar você - Ren disse tentando se soltar dele.
― Eu me sinto bem, vou ficar doente se você não estiver comigo - disse lhe dando um beijo no bochecha.
Ele ficou vermelho e se soltou.
― Ele não deveria estar aqui para começar - a doutora disse examinado os equipamentos e anotando na prancheta - a polícia está lá fora esperando para tomar o seu depoimento.
― Polícia?
― Claro que a polícia estaria investigando - Ren disse - depois de toda a história com o lobo, e aqueles caras que o estavam caçando, sem contar o fato de que você para lei está morto.
― Ah, achei que fosse coisa pior - respirou aliviado enquanto a médica abria bem sua pálpebra para checar sua pupila
― O efeito do tranquilizante está passando - murmurou para si própria.
― O que poderia ser pior?! - Ren se queixou.
― Que você tivesse se machucado seriamente.
O enfermeiro assoviou e Ren fez uma careta para ele.
― Haruko está lá fora - ele logo mudou de assunto.
― Que Haruko? - perguntou se sentando.
― Sua mãe, quem mais?
― Ah - se deixou cair na cama - Quem contou pra ela que eu estava aqui.
― Ela veio com as próprias pernas.
― Não faz sentindo, mas não quero falar com ela.
― E desde quando eu preciso da sua permissão para falar com você?
Levou um susto quando a viu entrando.
― A senhora não deveria...
― Eu quero falar com o meu filho e gostaria de não ser interrompida - disse à doutora.
A médica respirou fundo, como se estivesse dizendo a si mesma para ter paciência.
― Vamos - ela chamou o enfermeiro e saiu.
Ren se levantou para sair também, mas segurou sua mão antes que ele fosse.
― Não me deixe enfrentar a bruxa sozinho.
― Eu sinto muito, mas não posso te ajudar com isso.
― Por favor - Implorou.
― Pode ficar o que eu tenho a tratar com o Haru também afeta a você já que aparentemente vocês estão juntos.
― Não é aparentemente - Haru a corrigiu - Estamos juntos, o Ren é o amor da minha vida.

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