Capítulo 2

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Olívia Rodrigo:

Me aproximo mais do Joshua e arrasto um banco que havia perto levando-o perto dele. Ele abriu a boca para falar alguma coisa e logo a fechou bruscamente.

-Joshua, não fiz por mal aquelas músicas.-Falei gaguejando-Não era para ninguém descobrir.

-Cala a boca, Olívia! Estava na cara que eram para mim, você citou até a Sabrina.-Ele gritou-O que você tinha haver com os meus relacionamentos?!

Abaixo a cabeça reprimindo as lágrimas.

-Não fiz por mal.

Ditei assentindo.

-Não fez?! O que é mal para você Olívia?.-Gritou ele levantando-Voce citou a Sabrina como uma garota loira! Estava na cara que a música era pra mim.

-Me desculpa, Joshua. Eu já te perdi perdão umas vinte vezes!-Falei sentindo lágrimas grossas descendo-

-Pelo amor, Olívia!-Falou bravo-Conseguiu tirar a carta de motorista? Está andando sozinha pelos subúrbios?.

Joshua perguntou irritado batendo na mesa.

-Se terminamos Olívia, foi para o nosso bem!-Falou bravo-

-Não dirijo mais pelos subúrbios, e sim, já dirigi muitas vezes pensando em tudo em que conversávamos.-Falei soluçando-Eu sei que não éramos perfeitos, e sei também que eu sentia que você era tudo para mim.

Troco de lugar e sento no antigo lugar em qual ele estava sentado. Era mais confortável.

-Eu vou embora.-Falou Joshua andando para a porta e logo saíndo-

Olho fixamente para meu pé e caio no choro forte e indiscreto. Eu estava quebrada em pedaços, eu estou morta pra ele, e ele morto pra mim.

Eu sinto falta dele, das mãos deslizando em meu corpo e seus sorrisos todas as vezes em que eu falava que ele era meu amor, e minha vida. Ele é um traitor .

(...)

Chego em casa cabisbaixa e minha mãe já me empurra para o sofá querendo saber da reunião, e o porquê de ter terminado horas mais cedo. Greg sempre enrolava na reunião.

-E como foi a reunião, Liv?-Perguntou mamãe tomando o chá dela-

Olho fixamente para o tapete abrindo e fechando a boca.

-Não houve reunião.-Falei sussurrando-

-O quê?-Ela respondeu séria-Como assim "não houve reunião", Olívia?

-Por culpa de Driver's License, Joshua ficou irritado mais uma vez e Greg mandou nós conversarmos.-Falei chorando-

-Oh, calma Liv. Vai ficar tudo bem!-Minha mãe disse sorrindo e sentando ao meu lado me apertando-

Escutamos o sininho da porta do corredor tocando e passos vindo em nossas direção.

O tempo estava horroroso lá em fora, o dia de bonito igual a manhã... A tarde estava aterrorizante de chuvoso.

-Sophia e Liv!-Escutamos alguém nos chamando-

Ah, tem cara de ser o papai. A voz era igual.

Mamãe e eu saímos correndo, eu ainda enxuguei minhas lágrimas para eu não parecer fraca, mesmo que ainda caía algumas. Dei um sorriso ao ver o papai, é... O sorriso desmanchou no mesmo instante .

-Encontrei o Joshua na calçada embaixo de uma árvore, a pé e como eu estava de carro resolvi dar uma carona. Mas o tempo está chuvoso demais e -Suspirou sério- resolvi trazer-lo.

Papai apontou para Joshua que estava logo atrás dele.

-Mãe, você se incomoda de eu ir para o meu quarto?-Perguntei sussurrando-

Ela assentiu e logo eu subi correndo a escada indo em direção ao meu quarto.
Abro a porta me jogando na cama e chorando muito forte.

Eu não aguento mais!

Pego minha polaroid e tiro algumas fotos minhas, com a cara inchada que logo saem impressa. Pego uma fita em que tenho na escrivaninha e colo na parede próxima a minha cama.

Pego a letra de Driver's License em qual eu tinha escrito a primeira versão da música, parecia que alguém tinha realmente morrido. Minhas lágrimas amassaram e deixaram o papel todo molhada, dando uma aparência feia e estranha.

"E eu sei que não éramos perfeitos
Mas nunca me senti assim por ninguém
E eu nem consigo imaginar
Como você pode estar tão bem, agora que eu fui embora?"

A resposta era que eu fui muito burra, e como ele me chamou de paranóica também eu resolvi parar. Mas ele me trocou por ela, eu desconfiava, mas ele me chamou de paranóica, claro que eu ia parar.

Coloco o papel com as escritas musicais na escrivaninha novamente e pego meu processador de fita K7, sim eu ainda uso o meu. Coloco a fita do Billy Joel, Uptown  Girl era uma música que me fazia chorar o dobro.

Me jogo na cama abraçando o meu travesseiro em quanto a música soava em meus ouvidos, como um sentimento poderia ser dolorido a este ponto?

Eu era paranóica demais será?!

Tenho tantas perguntas que nunca sera respondidas por Joshua, mas se ele me chamou de paranóica é porque realmente eu sou. Eu acho.

Escuto a porta batendo e peço com a voz chorosa para a pessoa entrar. Eu estava virada para o lado da parede, enquanto suava o som daquela linda melodia em que Joshua a dedicou para mim.

Judas, por qual motivo as pessoas dedicam músicas a outras em que elas nem iram casar?

Sinto um cheiro de perfume masculino e a cama descendo, indicando em que alguém sentou na ponta dela. Mato minha curiosidade vendo Joshua, me olhando sério e com os olhos lacrimejando.

-Oliv, eu acho que nós não somos adolecentes que...-Joshua ditou sério-

-Você não era adolescente, mas eu sim.-Respondi o retrucando-Eu aindo sou, vou fazer dezoito em Fevereiro.

-Acho que você entendeu o que eu quis falar.-Joshua suspirou-Eu também queria te parabenizar.

-Como eu disse Joshua, meu aniversário só é em Fevereiro.-Respondi secando minhas lágrimas-

Me ajeitei na cabeceira da cama desligando o processador.

-Não, eu sei Olívia que seu aniversário é só em Fevereiro-Joshua respondeu calmo-Pela sua música, é... Driver's License.

Assenti agradecendo.

Eu não ia falar com ele, e eu não queria. Ele me olhou novamente sério, passando as mãos pela sua cara.

-É que, eu achava que você não iria sofrer tanto assim pelo nosso término.-Falou sério gaguejando-

-Não Joshua, eu não estou sofrendo por você. E sim de como eu fui trouxa em acreditar em que eu era "paranóica", que tal? Eu sou paranóica!-Respondi ironicamente-

Ele assentiu sério mordendo os lábios, parecendo estar bravo querendo estourar. Mas ele não iria por causa em que minha mãe e meu pai estava lá em baixo.

-Eu sei que você me traiu.-Respondi dobrando o lábio reprimindo o choro-Eu vi você e a Sabrina, na nossa sorveteria.

Ele assentiu. Confirmando em que eu não era paranóica.

-Joshua, vamos para a casa que a chuva abaixou!-Meu pai gritou-

Joshua levantou da cama e veio na minha direção me dando um beijo na testa.

-Passar bem, Olívia.-Respondeu sério saíndo do quarto-

Deito na cama chorando o dobro, eu estou me sentindo trouxa e traída. Traída pelo meu próprio namorado. Eu só gostaria de dormir e não acordar nunca, só essa vez.

Caminhando Sozinha Pela Rua-JoLiviaOnde histórias criam vida. Descubra agora