Como havia dito, acordei e não recomendo. Sem mais delongas fui tomar meu glorioso banho das manhãs, peguei meu sabonete líquido com aroma de morango, liguei meu chuveiro e deixei a água morna escorrer enquanto pensava no que faria no dia de hoje, afinal, não temos muitas opções numa segunda carioca (Minha família se mudou para tentar se distanciar da antiga vida de meu pai, mas vocês já sabem que não adiantou muita coisa não é mesmo?). Sequei meus cabelos, gosto de deixar meu rosto molhado pois me dá uma sensação maior de limpeza, me visto e enquanto passo a escova pelos meus cabelos acobreados e bagunçados minha gata, a quem chamo carinhosamente de Aninha sobe em minha penteadeira pra pedir o carinho de bom dia.
De repente, ouço minha mãe chamar da cozinha:
- Polly, desça já para tomar café enquanto tudo está fresco! - A voz dela estava um pouco engraçada, então deduzi que havia um cigarro em sua boca, e não é que tinha mesmo?
Quando chego na cozinha vejo minha mãe com um cigarro e uma xícara de café (típico da dona Rosa), meu pai estava no canto ao telefone e na mesa haviam pães, algumas frutas e café. Me sento para comer e ouço meu pai ao fundo de sua conversa:
- Claro que iremos meu velho amigo! Afinal, o que seria de mim sem sua grande ajuda e lealdade?-"Lealdade? Por acaso meu pai está conversando com um cachorro ao telefone?" Pensei.
Seu Antonio desliga o telefone, me dá um beijo na testa de bom dia e sorrindo pede pra que eu e minha mãe nos atentemos às palavras dele.
- Preciso dar uma notícia bastante feliz pra vocês, minhas meninas! O meu velho amigo Normandes acaba de me ligar nos convidando ao aniversário de seu primogênito, Diogo. Confirmei nossa ida pois será uma oportunidade para que você, minha filha, conheça meu velho amigo e seu filho. - Papai falava com tanto orgulho que fiquei me perguntando quem chupou o caralho de quem pra tanto amor assim...
-Tudo bem! E onde será o aniversário de seu amigo? - Perguntei. - Será na casa da família Normandes, em Portugal. - Respondeu papai.
- PORTUGAL? TENHO NEM ROUPA PRA ESSE EVENTO - Respondi, desacreditada pois jurei que ia ser uma festinha num salão qualquer.
- Não se preocupe, estamos com passagens e hotel reservados. Nossas roupas poderemos comprar assim que chegarmos.
Fiquei pensando, me deslocar pra Portugal só pra uma festinha de criança? Pelo amor de Deus, eu tenho no mínimo que beber 3 vodkas naquele lugar pra aturar tudo isso...
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Acasos
Short StoryLeia e saberá. Prepotência, arrogância ou uma jogada? Te envolve, te enlouquece e talvez te agarre. A cada página uma surpresa, folheie.