Capítulo 3 - O que eu estou fazendo aqui?

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Depois de tanto pensar no que usar, decidi levar algumas coisas por precaução. Dentre minha lista tinha desde escova de dentes até uma garrafinha de vinho escondida na mochila, nunca se sabe quando vou precisar ficar bêbada não é mesmo? O dia passou rápido depois da notícia, então decidi assistir a alguns filmes, mas acabei perdendo noção do horário e quando fui perceber não tinha nem parado pra almoçar. Decidi tomar banho e ir comer algo, e enquanto esperava o macarrão cozinhar, papai entrou na cozinha e pediu para que eu estivesse pronta amanhã ao 12h para nos direcionarmos ao aeroporto. Mas tão rápido assim? Deu nem tempo de ir ao banheiro ainda...
Afirmei com a cabeça, jantei e fui me preparar. Separei tudo o que precisava e mais algumas coisinhas, vai que não vende Marlboro de melancia em Portugal? É meu cigarro favorito!
 

             Outra noite que se vai...

  Mais uma vez acordei, e por incrível que pareça... Animada! Talvez ir a Portugal não seja tão ruim assim. Sair da rotina, respirar em outros lugares, rir? Não sei, talvez, até porque o que pra mim são palavrões lá são palavras normais.
  Peguei minhas malas pois papai e mamãe estão tão animados que de 5 em 5 minutos me perguntam se já estou pronta. Entramos no carro e fomos em direção ao Aeroporto Santos Dumont.
- Não tinha uma roupa melhor?- Solta mamãe se referindo a mim. Eu estava usando uma calça de moletom cinza, uma camisa preta um pouco surrada que é a minha favorita e um tênis preto. - Não, essa é a minha melhor roupa, última moda em Puta que Parrí - Brinquei. Papai riu e tomou um tapa de dona Rosa, então aí fui eu quem riu.
 
Fizemos o check-in, e para a minha surpresa, FIRST CLASS MENOR! Fiquei de cara. Mas o pior de tudo foi o medo que eu estava sentindo, se aquele avião caísse eu juro que voltaria dos mortos pra puxar o pé do tal senhor Normandes e do filho dele.
  Foram longas horas de viagem, dormi e acordei umas 3x, pelo menos pude deitar por não ter ninguém na poltrona ao lado. Desembarcamos e saindo do aeroporto já havia um táxi nos aguardando, só faltou meu poodle pra pedir pra alguém segurar, foi o auge, mas pensem só numa cidade linda? Nem parece que roubou o ouro do Brasil e escravizou os povos...
  De repente, vejo um enorme portão  com 3 seguranças em cada ponta. Ele abriu automaticamente e descobri que o táxi não era táxi, e sim o carro do motorista da família. Ao longe podia ver um senhor na altura de seus 50 anos, com os cabelos muito bem penteados e brilhantes, pele clara e com um olhar engraçado pois uma das sobrancelhas não abaixavam. Ri por dentro quando reparei, com respeito é claro...
- Meu velho amigo Antonio e sua linda esposa! Há quanto tempo espero por esse encontro!
- Normandes, meu caro! - Disse papai com um sorriso no rosto.
Repararam que eu já cheguei zoando o cara que tá bancando o rolê todo né? Só dou tiro no meu próprio pé meu Deus.

- E essa moça belíssima, com certeza é a estimada filha de vocês! - Disse o senhor Normandes estendendo a mão em minha direção. Eu estava nervosa, e ao invés de somente pousar minha mão na dele, eu apertei, igual macho alfa pai amado!
- Parece que no Rio de Janeiro o cavalheirismo já é moda antiga, hahaha- Brincou. Sorri sem graça, e ele pediu para que eu não me preocupasse.

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