Por trás das câmeras | Kjmila

Capítulo 11

voltei kkkkk (demorei, me desculpem) me perdoem pelo capítulo gigante

cenas +18 🔥

espero que gostem :)

Kj Apa

Estar com Camila dessa forma novamente era perfeito. Por mais que não gostasse do silêncio, ao lado dela, eu passei a adorar. Poderia ficar a maior quantidade de horas no dia sem dizer uma palavra, apenas sentindo ela aqui comigo, tendo a convicção de que nunca mais vai sair. 

Já estávamos há um bom tempo assim, conseguia sentir Camila respirando calmamente sobre meu corpo, o que significa que ela já estava prestes a pegar no sono. A ponta de seus dedos acariciava meu peito de uma forma suave, enquanto uma de minhas mãos repousava em sua bunda. Sei como a mesma gosta de receber carinhos, então com a outra mão livre continuei acariciando seus cabelos molhados pelo suor, que se espalhavam por suas costas e rosto se movendo suavemente quando a mesma fazia movimentos leves com a cabeça. Alguns minutos se passaram e as mãos de Camila pararam de acariciar meu peito, então previ que dessa vez, ela adormecera, até que a mesma se levanta o suficiente para me observar atentamente.

- Acho que está na hora de falarmos sobre aquele assunto. - ela comenta dizendo as palavras em um tom baixo, como se temesse a minha reação. Não apenas sinto, como sei que ela realmente tem medo do que eu vou dizer diante do que estou prestes a ouvir.

- Não se pressione pra isso, pequena... - digo tentando manter o mesmo tom que ela. Camila suspira e suas mãos parecem procurar algo para se segurar enquanto seu olhar continua fixado no meu, procurando algum ponto de conforto no meio do medo que parece se espalhar pela cabeça dela. Pego sua mão quando a ponta de seus dedos encontra a minha e seguro a mesma, ela se aproxima mais de mim e senta em meu colo respirando fundo.

-Não estou pressionada, fica calmo, só acho que está na hora de contar como as coisas realmente funcionam na minha cabeça e na minha vida, eu te amo, Kage, quero você comigo fazendo parte do que eu fizer. - comenta me fazendo concordar com ela a incentivando a começar. Coloco sua mão sobre nosso colo ainda segurando a mesma e com a outra, apoio em suas costas ainda olhando em seus olhos, que não conseguiam se fixar em alguma coisa a esse ponto. Camila parecia suar cada vez mais e isso já estava me deixando apreensivo, como se ela se forçasse a isso.

-Estou com você. - sussurro e beijo a testa dela, que parece conseguir forças nas minhas palavras, já começando a contar o que me deixou curioso por tanto tempo.

-Provavelmente eu contei alguma coisa ontem. - ela começa. - Eu não me lembro do que comentei, mas vou voltar do início e falar de novo de uma forma mais concreta. - concordo com a cabeça. - Meu pai sempre foi muito ciumento, queria sempre mostrar poder, ser o melhor, esnobar eu e a minha mãe em qualquer evento que íamos juntos. Ele nos tratava como um troféus e tinha sérias regras sobre o casamento deles, eu nunca entendi o motivo da minha mãe continuar com ele diante de todas as situações que presenciávamos, mas hoje eu entendo o medo que ela tinha de me machucar. - a suspira e eu levanto seu rosto para observa-la.

-Não precisa continuar se não quiser, sei o quanto isso é difícil pra você. - digo baixo e a mesma nega voltando a contar.

-Meu pai sempre teve muito medo da traição, dizia que isso acabaria com os negócios dele, que iria fazer ele se rebaixar diante dos outros empresários e que, caso acontecesse algum dia, preferia não saber para não o causar mais problemas para ele resolver. Eu era pequena na época, tinha por volta dos oito ou nove anos, mas me lembro como se fosse ontem. - ela diz devagar. - O tempo foi passando e começaram as agressões tanto físicas como psicólogicas dentro de casa. Meu pai chegava bêbado e eles começavam a brigar, até que ele começou a vir pra cima de mim, a dizer como minha mãe passava a mão na minha cabeça, como eu era nojenta e não trazia orgulho nenhum pra família. Eu odiava vê-lo daquela forma e odiava ainda mais ver minha mãe sofrendo por algo que ela não fez. - suas lágrimas começam a escorrer por sua bochecha, então a abraço e suspiro contra seus cabelos. - Eu tentava fazer as coisas darem certo, mesmo tendo a noção de que nesse momento já não adiantaria mais. Foi aí que, de uma hora pra outra, ela se foi. - já não consigo entender quase nada do que sai pela boca de Camila, as lágrimas começaram a descer mais rápido e os soluços seguidos por elas foram aumentando cada vez mais.