Nossa viagem de volta correu tranquilamente, mas assim que eu estacionei o carro, senti um arrepio forte na minha espinha, como se algo estivesse errado assim que pisassemos naquela casa
- É só ignorá-los ta bem? - Eijiro comentou calmo enquanto segurava minha mão - Eu to aqui pra te ajudar lembra?
- Lembro, obrigado Eijiro. - aperto sua mão em agradecimento e retiro meu cinto - Bem hora de enfrentar os dois dragões la dentro! - bufei respirando fundo e saindo do carro o vendo me seguir, isso de alguma forma me trouxe coragem, sabia que não estava sozinha de qualquer maneira
Adentrando sobre a sala de estar vi uma situação mais do que rotineira pra mim, meus pais discutindo sobre algo que eu particularmente não estava afim de saber, mas uma coisa me chamou a atenção, as roupas meio amassadas do meu pai e uma garota desconhecida no sofá da sala usando uma das camisas dele, espera... oh deus! Meu pai trouxe uma amante pra dentro de casa...
- Onde você estava garota? - minha mãe exclamou enquanto se aproximava de mim, pelo cheiro forte do licor notei que ela estava muito bêbada, revelando o seu tipo bem pior que por dentro de sua máscara social - Tem um monte de coisa pra ser organizada e você fica ai pra baixo e pra cima com seu noivinho pobretão fazendo sabe se la o que!
- Mãe, você 'tá bêbada e o pai esta com outra mulher na sala, a última coisa que voce deve se preocupar é comigo. - retruquei me soltando do seu aperto - Sinceramente pai pensei que você tivesse o mínimo de decência ou ao menos senso! Na verdade eu não deveria esperar nada vindo de alguém como você...
- Você não é ninguém pra dizer o que é decente ou não pra mim! - ele refutou me fazendo apertar os punhos tentando me controlar - Sempre foi uma zero a esquerda sem rumo e agora que eu te arranjei um homem, vive colada nele trepando sabe se deus onde, sendo mais puta que a sua mãe!
Aquilo foi a gota d'agua pra mim, não sei se foi toda aquela raiva acumulada em anos me dando um choque de coragem mas eu desferi aquele tapa com força em seu rosto fazendo minha mão arder fortemente
- O único zero a esquerda sem rumo aqui é você! - gritei com toda minha força - Pensa que o mundo gira em torno do seu umbigo mas advinha? Nada gira em torno de você, você não é deus pra saber o que eu faço ou deixo de fazer, você é só mais um merdinha na porra dessa família idiota! - cuspi tudo o que tava entalado em minha garganta desde que me entendia por gente sentindo a adrenalina correndo pelas veias apenas aguardando sua resposta
E ela veio, realmente ela veio, em forma de um soco extremamente forte no meu rosto, que me fez cair sobre algo que não reconheci de primeira
Aquilo doeu não só no meu físico mas dentro da minha alma, como se aquilo repetisse milhares e milhares de vezes na minha mente, eu me encolhi ali no chão esparramado de cacos de vidro, notei que a mesinha de centro quebrou tentando acomodar a minha queda, alguns cacos me cortaram mas eu não notei direito, tudo parecia rodar num espiral sem fim e então eu assimilei a situação, meu pai me bateu
Meu pai, o homem que me deu uma parte de sua vida para que eu nascesse, o homem que era para estar ao meu lado cuidando de mim e me orientando sobre a vida, me bateu como se eu fosse um animal de rua, uma total desconhecida pra ele, aquilo doeu mais do que todas as palavras ruins que ele havia me dito em toda minha vida, aquilo formaria uma cicatriz imensa na minha alma
- Como pode fazer isso com a sua própria filha?! - escutei Kirishima vociferando enquanto a garota que estava quieta no sofá me ajudava a levantar
- Eu faço o que eu quero, essa é a minha família e eu não tenho medo de você! - mesmo tonta consegui ver Kirishima retribuindo o soco que ele havia dado em mim, não poupando forças no seu punho
Mesmo dolorida e machucada o deixei ali, batendo e batendo mas meu coração doia demais ao vê-lo naquele estado, voltando a bater em pessoas pra ganhar a vida, eu sabia que não era isso que o tornava assim e não era aquilo que Eijiro queria pra sua vida
- Chega Eijiro, para com isso! - exclamei sentindo meu rosto morno de água o vendo parar um soco no ar, meu pai já estava sem força alguma para revidar
Ele saiu de cima dele com a mão sangrando de tanto bater nele, mas o que machucava estava dentro dele, os olhos exalando uma dor e tristeza tão fortes que me comoveram demais, me fazendo andar com dor até ele, eu queria apenas sumir daquele lugar queria sumir e nada mais
- Me leva embora daqui Eijiro! Pelo amor de deus me tira daqui! - resmunguei já não sentindo forças pra continuar e seus braços me apertaram forte, como se tivesse medo de perder o único bem que ele ainda tinha na sua vida
- Ok, eu só vou levar a sua mãe para o quarto e orientar a nana sobre tudo ta bem? - ele murmurou calmo como se estivesse tentando se acalmar junto comigo
Mesmo com dor e manchada de sangue e cortes eu subi para o quarto, peguei tudo o que dava pra colocar em malas e bolsas, tudo o que eu precisava mesmo estava levando comigo, eu nunca mais pisaria naquele lugar, no banheiro retirei alguns cacos que estavam visíveis a minha pele, manchando a pia branca com gotas de sangue e lagrimas, o roxo e inchaço do lado direito começava a surgir me deixando uma frenese de dor e ódio ao mesmo tempo, eu não vou perdoá-lo jamais pelo que fez comigo!
Carregando minhas malas com esforco ao lado de Kirishima, vi nana correndo ate nós me doendo o coração por deixá-la ali naquele lugar horrendo e sem luz
- Nana, me promete que vai embora também? Por favor! - solucei em seu colo - Eu não quero que ele desconte a raiva em você, então vai embora dai, quando eu tiver um lugar pra ficar você vem comigo ta?
- Não se preocupe comigo minha menina, vai em paz, sei que o menino vai cuidar bem de você. - sequei as lagrimas dela e a abracei novamente antes de me sentar no banco do passageiro e ver ela e a casa que vivi sumirem na escuridão, me dando adeus
Notas
Aquele momento bom que voce vê a vida a essiene desgraçando ate o talo, e sabe o melhor? Não vai parar por ai skskssksk (não gente eu não odeio vocês
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𝐌𝐲 𝐑𝐢𝐭𝐮𝐚𝐥 , kirishima eijiro.
Fantasía──── 𝐌𝐘 𝐑𝐈𝐓𝐔𝐀𝐋 || 𝗈𝗆𝖾𝗀𝖺𝗏𝖾𝗋𝗌𝖾 ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏❝ 𝗐𝗁𝖾𝗇 𝗒𝗈𝗎 𝗀𝗈 𝖺𝗐𝖺𝗒 ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝖨 𝗌𝗍𝗂𝗅𝗅 𝗌𝖾𝖾 𝗒𝗈𝗎 ❞ ⠀⠀﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋﹋ Onde num ritual de ascenção, 𝖪�...