Snow » Luke Robert Hemmings [HIATUS]

0.4

Depois de eu ter feito aquela pergunta ele deixou de falar, eu pensei em voltar a conversar porque á muito tempo que não tinha uma conversa assim, mas não falei, pensei em falar mas não falei. Limpei os meus braços e saí daquela água e limpei-me, vesti uma roupa qualquer e sentei-me na minha cama, deitando-me seguidamente, eu não tinha nada para fazer. Não tinha dinheiro suficiente para pagar os canais de Tv normais por isso não via Tv, não havia trabalhos de casa…por isso não havia muitas atividades por onde escolher. Podes perguntar ao rapaz se ele te deixa ver Tv no quarto dele? Não! Não vou fazer isso, eu não o conheço, nunca na minha vida vi a cara dele, nem planeio ver, aquilo foi só um desabafo, eu não vou falar com ele outra vez ele deve ser daqueles rapazes que depois de me ver foge para ao pé das raparigas e reza nunca me ter visto. Não julgues as pessoas á primeira vista. Eu não estou a julgar. Ele não te julgou. Mas eu não o estou a julgar.

Olhei para o tecto estava branco, vazio. No mês que vem eu vou parar á rua, estou oficialmente sem dinheiro, já não como para ter dinheiro, não tenho dinheiro para a faculdade, não tenho mais dinheiro para puder viver aqui por isso vou passar a viver no meio da rua. Na rua. Podes pedir ao rapaz um empréstimo? Não! Eu não lhe vou pedir mais nada.

Deixei-me dormir e quando acordei já era manhã. E tinha um plano para não deixar de ter um tecto sobre o qual viver. Saí de casa e fui para a escola, desta vez não me cruzei com o rapaz e ainda bem, não quero que ele se meta nos meus planos.

«Ao final da tarde»

Estava escuro lá fora, eu vesti uma roupa totalmente preta e tinha uma mochila vazia às costas, não havia ninguém na rua o que era bom para mim, as lojas estavam todas fechadas, nenhum dos vendedores se atrevia a ter a loja aberta durante a noite, naquela rua não, naquele bairro não. Olhei á minha volta e entrei num dos becos que ia dar á parte de trás das lojas e escondi-me atrás do grande caixote do lixo, não demorou muito até eu por o meu plano em acção. Tinha acabado de sair um rapaz alto, moreno, com os fones nos ouvidos e com o saco do lixo às costas nesse momento eu saí de trás do caixote e o meu cotovelo foi contra a sua bochecha deixando o inconsciente e entrei pela loja a dentro, o alarme estava ligado, mas apenas te apanhava de tu fosses para além do balcão mas eu não precisava disso a caixa registadora estava atrás do balcão, abri-a e comecei a tirar o dinheiro de lá de dentro e algum que estava em baixo do balcão para trocos mais difíceis.

- O que pensas que estás a fazer?!- eu ouvi atrás de mim, então fechei a mochila preparada para correr dali para fora. Mas ai lembrei-me daquela voz, eu já a tinha ouvido antes.

- Nada. -eu digo virando-me e vendo, agora de frente, o rapaz com o cabelo loiro e o capuz preto.

- A mim não me parece que seja isso…-ele diz

- Tu não mandas em mim…

- Mas roubar é errado.- Ele diz passando para a frente de mim apenas tendo o balcão entre nós.

- Tu não sabes o quão eu preciso disto! – Eu grito

- Não precisas de fazer isto…

- Eu vou para a rua, ok? Á seis anos que vivo naquele motel, sozinha, depois de ter fugido do orfanato e eu já não tenho dinheiro, ok? Eu vou para a rua no final do mês! PARA A RUA! EU NÃO POSSO VIVER NA RUA- as lágrimas começam a sair dos meus olhos.

- Mas…

- EU ESTOU SOZINHA! SEMPRE ESTIVE! E SMPRE VOU ESTAR! EU PRECISO DE DINHEIRO!

- Mas deve haver algo que possas faze…- ele ia acabar de dizer a frase mas nesse momento começamos a ouvir as sirenes da polícia e eu lembrei-me de que ele estava do outro lado do balcão.

- Foge!- eu digo e começo a correr, ele vinha atrás de mim, mas quando saí da porta das traseiras sinto uns braços a prender-me e a empurrar-me contra a parede olhei para o lado e vi-o também a ser empurrado contra parede. Estavam 3 carros da polícia na frente da loja e sentei-me num e o rapaz noutro.

Quando chegamos á esquadra da polícia estávamos em duas celas separadas mas uma ao lado da outra. Ninguém queria falar do que se tinha passado.

- Desculpa, peço imensa desculpa…-eu digo

- Não faz mal…

- Eu não te devia ter deixado passar para o outro lado do balcão…

- Eu é não devia ter ido atrás de ti…-ele diz sempre sem olhando para mim diretamente.