Acordei com alguém gritando e me sacudindo. – Bom dia para você também, Draco. – Rosnei sonolento.
- NÓS FOMOS TOTALMENTE IRRESPONSÁVEIS SEU IDIOTA, EU TENHO UMA MARCA AGORA SABIA?! ESTOU PRESO EM VOCÊ POR TODA A ETERNIDADE, VOCÊ NÃO SABE A IMPORTÂNCIA DISSO?! – Ele gritou com irritação.
- Se somos soulmates uma hora ou outra iria acontecer. Por que, está arrependido do que rolou? Não quer estar comigo? – Eu perguntei sentindo minha voz embargar. – Você vai me largar também? – Eu não entendo o que estou sentindo, só sei que é pior do que quando Gina me largou, é como se eu estivesse há tempos ligado com Draco e agora eu o perderia. Como se eu fosse perder uma parte de mim e ficaria vazio.
- Eu disse que fomos irresponsáveis, não que eu me arrependi. Não poderia te largar nem se quisesse. – Ele disse me abraçando. – Vamos, levante, precisamos ir ver nossos filhos.
- Não tenho roupa para ir e a lareira está trancada. – Rebati tentando voltar a dormir. – Você acabou comigo ontem, o mínimo que você pode fazer é me deixar dormir.
- Vamos de lobo, eu levo um lençol para você se cobrir quando chegarmos. – Me espantei com a oferta.
- Você quer pegar carona no meu lobo? – Ele se encolheu, ficando corado com a minha pergunta.
- Se você deixar... eu nunca fiz isso antes, achei que pudesse ser legal. – Draco murmurou baixinho. O peguei no colo descendo as escadas. Vi que ele já estava vestido então apenas peguei dois sanduiches na mesa de café enquanto íamos para a saída.
- Come. – Entreguei um dos sanduiches a ele e comi o outro. Vi ele conjurar um lençol branco da casa e me olhar em expectativa. – Eu não consigo correr de vagar, então você vai ter que segurar muito firme nos meus pelos.
O vi assentir e seus olhos arregalarem, eu agora era um lobo de dois metros e meio, pelagem preta e olhos esmeralda. Ronronei passando a cabeça em suas pernas, sinalizando que ele deveria subir, agachei para que ele pudesse faze-lo.
Assim que ele já estava devidamente montado eu corri pela porta da frente já aberta, logo sentindo o vendo batendo contra a gente com força enquanto eu corria por toda Londres Bruxa até a minha casa. – Isso é incrível! Como eu nunca fiz isso antes?! – Draco gritou risonho e eu apenas uivei em resposta.
Chegamos em frente a minha casa, coloquei a pata na porta e ela logo se abriu, reconhecendo o dono. Vi todos arregalarem os olhos quando entrei com Draco montado em minhas costas. Ele ajeitou o lençol em mim e voltei ao normal, cumprimentando todos com um sorriso amarelo.
- Oi, Draco e Harry! Como vão? – Hermione exclamou olhando para nós dois sorridente.
- Achei que as reações de verem ele comigo iram ser piores. – Suspirei aliviado.
- Salvamos ele na guerra, Harry. Você não, mas nós três tivemos tempo de conversar, resolvemos tudo e agora somos amigos. – Ron me colocou a par da situação.
- Ele tem razão. – Draco concordou. Só depois disso todos olharam de volta para Lily, que esperneava inquieta no colo de Hermione. Logo minha filha saltou do colo da minha amiga e veio andando com dificuldade em nossa direção. Eu achei que ela viria até mim, mas eu estava completamente errado.
- Mama. – Lily choramingou estendendo os braços para Draco, que me olhou incrédulo, mas pegou ela no colo e a aconchegou. Se tiver demorado segundos para ela estar apagada ressonando foi muito.
- O que foi isso? – Draco sussurrou e eu dei de ombros.
- Além de você estar impregnado com o cheiro do Harry? Ele está cheirando a pai, aquele cheiro que fica no nosso inconsciente, que até mesmo no meio de uma multidão conseguimos achar nosso pai sem ao menos confundir o cheiro. – Scorpius começou.
- E você está cheirando a mãe, Lily reconheceu esse cheiro. Pai, você o marcou? Porque se sim, não importa quem tenha nos gerado, a marca nos torna filhos dele por isso poderíamos reconhece-lo como mãe. – Albus o completou.
Eu não disse nada, apenas afastei de leve a blusa de Draco e todos se chocaram. Albus, Scorp e James comemoraram, eu fiquei levemente confuso com isso. – Agora nós temos uma mãe de novo? Podemos chama-lo de mãe? – Albus e James perguntaram alegres.
- Posso chama-lo de pai, mãe? Eu finalmente vou ter um pai? – Scorp retrucou em direção a Draco.
Eu e Malfoy nos entreolhamos percebendo que Mione e Ron tinham saído da casa de fininho. – Vocês não acham que seria um pouco estranho? Vocês serem soulmates e terem os mesmos pais? – Draco argumentou.
- Nós só nos vemos como amigos ainda, mãe. Adoraríamos sermos irmãos, o resto a gente vê depois, quando um de nós tiver o primeiro cio ou qualquer outra coisa. – Scorp soltou com toda confiança e expectativa.
- Tudo bem, pergunte ao Harry então. – Ele lançou a bomba para mim com um sorriso vitorioso no rosto.
- Posso te chamar de pai, Harry? Você vai ser meu pai agora? – Meu coração derreteu, eu já sentia como se aquele loirinho fosse meu filhote de verdade.
- Pode, meu filhote. – O peguei quando ele se jogou chorando no meu colo.
- E nós podemos te chamar de mãe, senhor Malfoy? – Albus e James perguntaram esperançosos.
- Vocês agora são meus filhotes também, Albie e Jayjay. Sou mãe de vocês, venham cá. – Draco carregou uma criança em cada braço, Lily adormecida, Albus chorando e James abraçando sua cintura.
Éramos uma família de novo, uma família linda e completa. Poderia ser apenas a ligação ou a nossa longa história juntos antes de tudo, mas eu já sentia que o amava, que eu iria proteger todos nessa casa com garras e presas. São as coisas mais preciosas que eu tenho.
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Wolf - Drarry
Teen FictionE se o mundo bruxo fosse dividido em Alfas, Betas e Ômegas?