Capítulo 4

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Sábado chega depressa e todas as raparigas da minha turma vão a Londres. Passo o dia todo à espera de Ally, sendo que o primeiro vestido da Abercrombie que vi foi logo escolhido. No fim do dia, ela lá se decide por um modelito da Forever 21 e voltamos a St. Clack’s.

À noite, decido dar um passeio pelo colégio. Quando passo pelos campos de futebol descubro alguém a chutar bolas para a baliza. Decido aproximar-me para ver o que se passa na cabeça do maluco que está a treinar à noite.

Quando estou muito perto da baliza, não conseguindo ainda ver que, é a pessoa, sinto um embate que me faz cair ao chão.

-Ei? Ei? Angie? Ei? – Alguém me dá estaladas na cara e assim que acordo sento-me e afasto-me.

-Quem és?

Só depois vejo os olhos verdes e o cabelo preto do rapaz do cheiro a menta.

Ele dá-me outra estalada.

-Ei? Eu estou acordada, está? Não me dês mais estaladas – Digo, enquanto seguro na sua mão. Acabo por larga-la.

-Desculpa – ele pede. Não estava à espera que o rapaz rude me pedisse desculpa – De qualquer forma, o que é que estavas a fazer aqui ao escuro?

- Vinha ver quem era o maluco que estava a jogar a uma hora destas!

Ele ri-se.

-Achas que sou maluco?

-Maluco? Não, mas talvez um pouco rude.

Nem acredito que disse isto, ele vai passar-se comigo!

Ele ri-se novamente e senta-se a meu lado.

- Porque é que estavas aqui a jogar, sozinho?

- É estranho, – ele olha para mim, com os seus olhos verdes a brilhar. Thomas pega numa erva que apanhou do chão e começa a dar-lhe nós – mas gosto de estar sozinho. Quando estou irritado com alguma coisa venho para aqui.

Eu sorrio levemente. Ele é mais parecido comigo do que eu pensava.

- Eu também gosto de descomprimir quando toco guitarra. Há um jardim, mesmo ao lado da escola, que está sempre vazio e eu costumo ir para lá.

- Estás a gostar do colégio?

- Sim, estou a adorar… e tu? Porque é que vieste para aqui?

Sorrio suavemente, e percebo que quando ele está quase a responder resolve mudar de assunto.

- Já tens par para o baile?

Assim que o rapaz de cheiro a menta me pergunta aquilo eu mudo de posição, não acreditando que esta conversa está mesmo a acontecer. Primeiro, ele é simpático comigo. Agora, pergunta-me sobre o baile?

- Já – digo constrangida- O Liam…

-Ah – Ele diz secamente, e depois cala-se.

O silêncio torna-se constrangedor.

-Posso perguntar-te uma coisa?

- Diz – O seu tom de voz suave desapareceu completamente e uma voz rouca e rude substitui-o.

- No outro dia, quando estávamos a jantar, tu estiveste a chorar antes, não estiveste?

Ele levanta-se.

- Não tens nada a ver com isso. Fodasse! – Ele grita e atira a bola que tinha na mão contra o poste, à medida que se vai embora.

Não acredito!

Não acredito o quão rude e mal-educado ele foi comigo!

Como é que é possível ele ser assim? Eu estava só preocupada e ele não tem o direito de gritar assim comigo!

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