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Escuto um trovão e levanto num pulo da cama, mesmo cansada não tenho muita escolha!! Assim que escuto os primeiros pingos da chuva vou para o quintal pegar os baldes.
Não vou lavar roupa, vou colocar os baldes nas goteiras fixas! Assim que fecho a porta a chuva fica forte e vou espalhando os baldes pelas goteiras, assim que acaba os baldes pego as panelas para por aonde ainda tem goteiras.
Depois de um corre-corre para salva meus poucos móveis estou toda suada e mais cansada do que já estava.
Vou para quartinho da minha princesinha e graças a Deus é o único lugar que não tem goteiras.
Me aproximo e arrumo sua coberta e dou beijinho em sua testa e vou para um banho rápido para voltar a dormi pois amanhã trabalho e ainda tenho que deixa Anna na creche!
Odeio deixa minha filha na creche mas não tenho escolha! Sou mãe solteira e o pai da minha filha acha que dar 150 reais de pensão o torna o pai do ano. Minha filha praticamente não conhece o pai, Vagner foi meu namorado por três anos e um pouco depois descobri que estava gravida e nesse dia descobri quem era realmente ele.
No dia que lhe contei que estava gravida o homem se tornou uma fera, até dinheiro para o aborto ele literalmente jogou na minha cara. Naquele mesmo dia mandei ele ir a merda e segui meu caminho sozinha.
Minha gravidez foi maravilhosa, não sentir nada nem tive enjoo! Depois do seu nascimento coloquei seu pai na justiça mas não adiantou muita coisa, além do nome na certidão de nascimento e uma pensão de 150 reais que vem mês sim, mês não é só!
O que me machuca é que ele tem dinheiro, vive bem e com roupinha da moda mas só depois descobri que tudo está no nome da mãe dele, e ele trabalha na empresa da família com carteira provisória!
Como não tenho dinheiro para pagar um bom advogado não tinha muito que poderia fazer.
Mas hoje graças a Deus não dependo de ninguém e posso criar minha filha sozinha, não sou rica mas amor não falta para ela.
Moro em São Paulo desde meus quinze anos, meu pai,minha mãe e eu viemos do interior Bahia para conseguir uma vida melhor! Mas quando fiz dezessete anos meu pai e minha mãe foram atropelados quando voltavam do trabalho e não sobreviveram e desde então vivia sozinha. Hoje tenho minha filha e isso me basta.
Na manhã seguinte levanto e me visto para o trabalho e preparo a lancheira da Anna. Depois de muitos beijos e cosquinhas ela acorda! Depois do café da manhã e deixa-la na creche que fica próxima ao meu trabalho eu começo meu dia! Sou recepcionista num hospital público aqui no Ibirapuera, trabalho aqui antes de engravidar da Anna, amo trabalhar aqui, todos são muito educados e tirando a parte da emergência que sempre é corrido o resto eu amo.

Entro no trabalho 7 da manhã e saiu as duas da tarde, quando estou terminando de atender uma senhorinha muito fofa começa uma movimentação estranha na frente do hospital e imagino que seja uma emergência então assim que dos enfermeiros vão com a maca para o lado de fora eu me preparo para um atendimento rápido.

Assim que a porta se abre e os enfermeiros entram com um homem negro forte vestido com terno deitado na maca e o leva para emergência vejo a recepção lotada de homens de terno preto fazendo muito barulho...

Dianna: SILÊNCIO...

Grito para chamar a atenção daqueles seis homens, todos param de falar e se viram para mim, mas o que está próximo da porta de emergência continua de costa para mim.

Dianna: Aqui é um hospital e tem que permanecer silêncio! Caso queiram conversar alto, que seja lá fora, aqui não é feira.

Todos aqueles homens me olhavam como robôs e seria engraçado se aqueles homens não fosse enormes e com cara de quem quer arrancar meus órgãos e fazer sopa. Respiro fundo e quando vou voltar para meu lugar o único homem que estava de costa para mim se virou devagar, quase em câmera lenta.

E por tudo que é mais sagrado, ele não parecia real...ele é lindo...

Não consigo para de olhar pra esse homem e ele também não para de me olhar, parece que estamos em um tipo de feitiço! Que só é quebrado quando um dos homens de terno vai falar com ele. Resolvo que o melhor é voltar para meu trabalho.

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