Se não bastasse tudo o que vivemos naquela chuva, Lucas queria voltar ao segundo dia de festa. Eu não neguei, nem fiz euforia. Eu não podia amarrá-lo com fita isolante na cama pra sempre. Sai do carro sem humor. Peguei o cartão pra entrar na festa e pus na carteira. Dessa vez ele não se afastou de mim como se não quisesse que ninguém nos reconhecesse juntos.
Pedi uma caipirinha e falou que queria o mesmo pra ele.
_A festa não está boa pra você? _passei o olho nas garotas.
_Está ótima. _respondeu olhando dentro de mim e bebeu sua bebida que chegara.
_Eu preciso te falar uma coisa. _chegou a hora, enchi o peito de coragem.
_Manda.
_ Lucas, eu adorei te mostrar algumas coisas, mas isso é a borda do prato principal. A borda, só a borda queimada..._exagerei.
_E o prato principal?
_Eu não posso te dar, porque você não quer se entregar completamente, só brincar em um joguinho de descobrir o teste cego.
_Quem disse? _seus olhos azuis nunca foram tão desafiantes. Eu o estava transformando em um monstrinho ou era a cachaça em seu cérebro.
_Eu posso te beijar agora?
Ele lambeu os lábios e voltou-se para o seu copo.
_Então, é disso que estou falando. Se quiser cruzar o limite, esse é o limite. _ sai do banco alto do bar. _Vou dar uma volta. Quando quiser ir, tem meu telefone.
Desci a varanda do lounge e procurei o ar fresco e úmido. Meu coração parecia apertado.
_ Rafael? _ era a voz de Lucas vindo atrás de mim.
Parei próximo a uma mesa em um canto menos iluminado onde estava intencionando sentar.
_ Fael? _ chamou agora tão perto que virei-me. _Eu não respondi.
_Sim, você não respondeu e isso é uma resposta.
_O silêncio não é uma resposta. _aproximou-se, olhando fixamente para minha boca. Levantou os cílios pra mim, depois pra boca. _Isso é uma resposta._ colou sua boca na minha e a apertou, como se fosse selar uma verdade e afastou-se, lambendo os lábios. _Esse era o beijo que queria?
_Não..._murmurei e segurei sua cintura.
_Não? _levantou a sobrancelha e deixou-se colar ao meu corpo.
_Isso é um beijo..._inclinei sua cabeça pra trás com o ímpeto do beijo, guiei-o para um lado, depois outro. Sua boca era tão maravilhosa quanto esperei e valeu esperar. Nossos lábios ora chupavam o do outro, ora recuavam. Nossos peitos se esfregavam e os paus duros subiam e desciam num roçar tesudo que nos melaria todo rápido. Abriu mais a boca e deixou que penetrasse com a minha língua. Não queria parar, mas tinha que adiar aquele prazer. Nossas testas estavam coladas quando propus: _Vamos terminar isso lá em casa, agora?
_Sim..._sorriu com a voz vibrando nervosa.
Eu dirigi tão perigosamente quanto a viatura de polícia. Batemos a porta atrás de nós ansiosos. Apertei o interruptor, mas a luz não respondeu. Havia voltado a chover e trovoava.
_Eu vi que tinha velas no armário. _ele caminhou para a cozinha.
Pro diabo as velas, eu não tinha tempo de acender velinhas! Passei a mão na cabeça.
_Achei! _pegou-as com um maço de fósforos.
Ele colocou em um prato em cima da cômoda de roupas duas velas e eu andava de um lado para o outro, nervoso, irritado, com calor. Arranquei a blusa pela cabeça e quando a tirei, Lucas estava na minha frente. Eu é que tinha medo do poder que exercia sobre mim. Peguei seu rosto, caminhei até encostá-lo a parede.
_Estamos bem perto..._molhei a garganta._... quase lá._ beijei-o e com as mãos quase rasguei sua blusa tentando tirá-la abruptamente. Voltei a deslizar meus lábios nos seus. Notei que estava o arranhando com minha barba de dois dias sem fazer, mas parecia gostar.
_Seu beijo é o melhor que já recebi..._ confessou e eu o abracei, suspendi com toda minha força e ele envolveu meu pescoço com seus braços, aprofundando o beijo na boca.
Abaixei sua calça e ele a minha, sem tirar nossos sapatos, cuecas nos joelhos, nossos paus se libertaram duros, barriga contra barriga, duas barras incandescentes de tesão.
_ Lucas..._ arfei, sem fôlego. _Eu quero fazer amor com você. E não fique em silêncio, diz pra eu parar...
_Eu não posso dizer isso olhando pra sua boca e querendo te beijar tanto._ beijou-me mais alguns minutos, mas não iríamos passar a noite toda espremidos à parede punhetando nossos paus com as mãos quando tínhamos uma cama ao nosso lado.
_Ouça... Eu quero que você me ame com toda vontade._ pus as cartas na mesa.
A força daquela frase o estremeceu. Eu precisava lhe dar alguns segundos.
_Eu não sei se consigo dizer o mesmo ainda...
_Deixe acontecer..._acariciei seu peito._Não tem vontade de me penetrar?
_Eu nem sei o que é isso que estou sentindo... Estou querendo beijar e chupar um homem!_ franziu a testa horrorizado ao seu ouvir.
_Eu não vou fazer nada além de te beijar... e não te tocarei ao menos que queira. Mas, eu quero, eu quero muito, Lucas, ter o seu pau dentro de mim. Deixa acontecer... São dois homens com muita vontade, só isso e você é o ativo. Você comanda..._ puxei-o pela mão para a beirada da cama. Na verdade, o comando era meu e o concedia de bom agrado.
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7 Dias de amor e guerra!
Short StoryQuase achei que era um anjo caído do céu no lugar errado quando aquele par de olhos azuis translúcidos me olharam apavorado de medo em nossa primeira missão... Jogou o cabelo pra trás balançando de leve a cabeça, como se quisesse tirá-lo dos olhos...