Novembro de 2013, capuccinno

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       Um típico dia frio, nem me importava com a neve gelada, o espetáculo que aqueles pequenos flocos me proporcionavam era encantador. Faziam três meses que eu sentia isso, mas cada dia parecia melhor. O primeiro mês tinha sido o mais difícil até então, mas aos poucos havia se ajeitado.

Uma jovem com cara de quem fazia intercâmbio entrou no Monocle, um café movimentado e respeitado de Londres. O qual eu havia conseguido a muito custo o emprego de atendente, nas primeiras semanas que me instalei por aqui.

- As mesas estão todas ocupadas, onde eu devo me acomodar pra conseguir beber meu café em paz?

O tom de voz dela não me irritou, haviam clientes que exigiam mais paciência e postura adequada, pacientemente lhe pedi pra aguardar um momento, o lugar seria providenciado.

Cerca de dois minutos passaram e a garota loira e esbelta pediu um café pra viagem, porque segundo ela a pressa era maior que a paciência. Entreguei o café a ela, e em questão de segundos o maior desastre aconteceu.

O próximo cliente que chegava esbarrou na dona futilidade em pessoa, e o café acabou manchando o vestido todo da garota.

-Era o que faltava pro meu dia acabar perfeito, as pessoas daqui não olham por onde andam não?

-Costumo olhar, mas quando a pessoa em si sai correndo desastrada com um café na mão, não é difícil algo assim acontecer.- devolveu o garoto.

A loira que já atraia olhares de todos do café, saiu depressa e resmungando algo sobre a cidade não ser nada hospitaleira, e eu não consegui conter a risada. Voltei para o preparo dos cafés e deixei a minha colega de trabalho atendendo os outros clientes.

-Jully, preciso da sua ajuda aqui na frente, vou limpar as mesas.

Sem olhar pro cliente continuei a mistura do café. -Bom dia, seu pedido?

-Uma camiseta nova seria uma boa.

Observei o cliente do pedido inusitado, eram os olhos mais verdes que eu já havia visto, o cabelo preto em contraste com a pele, e o sorriso.. ah, o sorriso. Toda atrapalhada me desculpei pelo acontecimento anterior, esbarrando em algumas xícaras e quebrando quase uma dúzia delas logo atrás de mim.

- Oh meu deus, mantenha suas mãos longe de mim, se fez isso com as pobres xícaras imagina o que faria com um cliente insatisfeito.

-Muito engraçado, fique sabendo que pagar prataria nova não fazia parte do meu orçamento também.

-Ok, consegue algo pra limpar minha camiseta senhora desastre?-o dono do par de olhos verdes sorriu pra mim. - e a propósito, meu nome é Luke.

         

         

        

      

A vida começa depois do café.Onde histórias criam vida. Descubra agora