Novembro de 2013, mocaccino

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        Desajeitada fui até a dispensa, sendo interrompida pela voz lá de fora.

   

- Posso usar o banheiro pra funcionários?

        

-Acho que não é uma boa idéia, meu chefe costuma complicar e..

        

Meu chefe sempre irritado sai de dentro da cozinha sorrindo, e abraça o Luke por vários minutos. Parando apenas pra nos apresentar.

         

- Jullyete, esse é meu filho que havia lhe falado.

         

- Já tivemos o prazer de nos conhecer- ele pisca pra mim e devolve aquele sorriso de conquistador barato.

          

- ah bom, vamos almoçar juntos meu menino, quero saber tudo sobre a faculdade e o novo emprego.

           

Os dois acenam pra mim, e desaparecem pela porta do café.

           

Termino de limpar tudo, e sinto o peso nos meus ombros de mais um dia intenso de trabalho. Ouço meu telefone tocar, mamãe é claro.

            

-Jully, eu e seu pai vamos jantar fora hoje, quer ir com a gente?

            

-Oi mãe, acho que vou passar essa, só quero descansar.

            

-Falando assim nem parece que você tem só 16 anos filhinha, vejo você mais velha que eu.

            

- hahaha ah dona beth, é sério, divirtam-se.

             

- Pode deixar meu bem.

             

Na volta pra casa, ao passar pelo restaurante próximo, me deparo com meu chefe e o filho dele conversando, o pai chorava, e o garoto parecia o consolar. Continuei andando temendo que fosse notada pelos dois.

                           -      "       -

                 

Acordo com o bip do meu celular, com os olhos entreabertos consigo ler "olá doce garota, desastrada, mas bonitinha. Confesso que estou ansioso pra saber qual será o próximo desastre que vai acontecer quando te encontrar de novo. Amanhã as dez? Luke.

         

Como o garoto conseguiu meu número? É claro que eu não iria sair com ele, de jeito nenhum.

          

- como tem meu número senhor Luke? estarei ocupada, despenso o convite.- em pouco tempo recebo a resposta.

           

-senhor? hahha 18 anos é muito velho pra você? e o convite, não estou mais perguntando, estou afirmando, passo na sua casa às dez. Boa noite docinho.

           

Senti um embrulho no estômago quando li a palavra docinho, sério, achava o adjetivo muito meloso pra alguém que nem me conhecia direito. Não me preocupei, sem chances dele saber meu endereço, apenas parei de responder e voltei a dormir.

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Terminei de aquecer meu chá, liguei a televisão e afundei no sofá. A campainha tocou e fui de camiseta e calcinha atender, não me importava,tinha certeza que eram meus pais que tinham esquecido a chave como de costume.

           

- Uauuu, se eu soubesse que seria recebido assim, teria cancelado as entradas pro cinema.

          

      

  

         

       

A vida começa depois do café.Onde histórias criam vida. Descubra agora