The Little Mermaid ; malec

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— Tem certeza de que não se machucou? Aqueles humanos tocaram em você?

Perguntou Catarina pela vigésima vez se acomodando ao lado do indonésio enquanto ajeitava sua cauda para ficar alinhada à dele. Seu magnífico azul cobalto entrando em contraste com o lilás.

— Já disse que estou bem, Cata! Na verdade... estou mais que bem! Eu nunca me senti assim antes... sabe? Por um homem...

Catarina arregalou os olhos de espanto e deu um espasmo contido, quase afundando para trás. Ela sentira que a capacidade de respirar havia sido tirada de si, seu coração batia descompassado ameaçando pular para fora do peito a qualquer momento. E toda a preocupação e carinho que sentia em relação ao moreno aumentou em cem vezes.

— Magnus! Por Poseidon... você... você se apaixonou por um homem da terra?

Catarina levou uma mão ao peito nu com instabilidade emocional. Uma tontura se apoderou de seus demais sentidos e a imensidão do mar parecia girar ao seu redor. Alguns camarões passaram pela sereia, desaparecendo através do oceano. Até eles pareceram ter se assustado com a informação. Magnus! Tão perspicaz, astucioso... e ainda assim, tão ingênuo. Ele ainda era inocente sobre os humanos, era inocente sobre tudo o que pensava deles.

— Por favor, Magnus, diga que você não se apaixonou por um homem da terra.

Magnus estava grudando duas pequenas estrelas do mar cor de laranja em suas orelhas, como se fossem pequenos brincos. Adoráveis e falastrões brincos. Ele vira a garota humana usando... só que os dela se pareciam mais com pérolas ou coisa assim. As estrelas do mar faziam cócegas em suas orelhas, comentando coisinhas fúteis o tempo todo... fofoquinhas ali, fofoquinhas aqui.

— Você teria se apaixonado também, se tivesse visto ele.

— Magnus!

Catarina chamou sua atenção, tirando uma das estrelinhas do mar. O sereio indonésio a pegou de volta com carinho em sua mão, grudando-a na orelha novamente. As estrelas eram gêmeas, não podiam ficar separadas.

— E agora você está querendo imitar os acessos humanos também. Acessórios. Que seja! Você sabe que se o seu pai o vir se parecendo com eles... você sabe como ele despreza os seres humanos. Teve que se apaixonar logo por um?

Magnus sorriu com um suspiro sonhador, unindo as duas mãos de encontro ao rosto. Rodopiou na água, subindo com um movimento da cauda. Alguns peixes que passavam por ali se dispersaram em torno do casal de amigos.

— Ai, Catarina! Ele era lindo como... um deus grego. Mais lindo que todos os tritões desse reino juntos. E era forte, gato e... e eu queria estar nos braços dele!

— Magnus! Isso é coisa que se diga?

A sereia parecia espantada. Não pelo fato do amigo estar dizendo essas coisas, que supostamente sereias boazinhas não deveriam dizer. Mas pelo simples fato de ele estar apaixonado. Por um humano. Catarina só tinha a imbatível necessidade de zelar por ele, não deixaria que nada de ruim o acontecesse.

— Por sorte, me escute aqui, por sorte você não caiu numa rede de pesca! Imagina o que teriam feito com você se tivessem te visto?

Magnus riu com divertimento do que as estrelas lhe falavam e as tirou das orelhas, não resistindo às cócegas. Elas eram amigáveis, mas faziam muitas piadinhas com aquelas minúsculas perninhas. Ele se aproximou novamente da outra, lhe puxando pelas mãos com um giro alegre através da água.