Capítulo 13

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Vinte e seis horas depois de terem dito “sim”, a mídia descobriu Dulce e Christopher enquanto desembarcavam do jatinho dele. Felizmente ela havia tido a ideia de levar grandes óculos de sol para esconder o estresse estampado em seus olhos. A mídia não tinha mudado desde a prisão de seu pai. Eles bloquearam seu caminho, tiraram fotos e fizeram perguntas.

Christopher manteve um braço possessivamente em torno da cintura dela enquanto a conduzia do aeroporto. Com um pouco de sorte, até o fim da semana alguém em Hollywood teria uma recaída nas drogas ou no álcool e atrairia os holofotes. Caso contrário, ela teria que lidar sozinha com os paparazzi.

Christopher gritava algumas coisas à medida que passavam, palavras como “amor da minha vida” e “ela me fez perder a cabeça”. Ele parecia tão sincero. Se Dul não soubesse da armação, até ela teria acreditado nele. A certa altura, Christopher baixou os lábios até a orelha dela e sussurrou:

— Vai ser pior na Inglaterra, portanto assuma seu lado esnobe e sorria.

Ela riu e se inclinou contra ele para contornar a porta do carro. A foto tirada nesse momento apareceu em todos os principais canais de televisão e em três revistas de fofocas.

O amigo de Christopher, Christian, acabou sendo uma surpresa para Dul. Os cabelos loiros e a bela aparência de surfista eram o oposto de seu marido. Christian era inteligente, pragmático e tinha um senso de humor de matar. Deu a Dul o número de seu celular e a incentivou a usá-lo se precisasse de alguma coisa enquanto Christopher estivesse fora da cidade.

Conforme o combinado, Christopher deu a Dulce acesso a sua casa, que ficava no alto de Malibu, com uma bela vista para o mar. A propriedade era enorme — mil metros quadrados de construção em um terreno de quatro hectares. Entre seus funcionários havia uma cozinheira, uma empregada doméstica e uma equipe de aviação em terra. Neil, motorista de Christopher, supervisionava a equipe e morava na casa de hóspedes. O tamanho do homem intimidaria um time de futebol inteiro. Christopher deixou claro que ele atuava como segurança também.

Depois de desejar boa viagem ao marido, Dulce estava de volta a sua casa alugada, pensativa. O plano de Christopher de se casar havia sido uma jogada extremamente inteligente. Até uma mulher forte como ela se sentia atraída por esse tipo de riqueza. Ela girou o anel no dedo e o admirou.

— Não quero nem saber quanto vale — murmurou para a própria mão. Dul teria que devolver a joia em cinquenta e duas semanas, mas, até lá, iria aproveitá-la. Ouviu a porta de seu apartamento bater antes de Annie gritar:

— Sem comentários. — Depois falou: — Merda, por quanto tempo vamos ter que aguentar isso?

Mais amiga que funcionária, Annie tirou a bolsa do ombro e a atirou sobre a mesinha de centro.

— Eles vão embora em um ou dois dias — disse Dul.

— Você parece segura demais.

— Já passei por isso. E o nosso divórcio vai atrair ainda mais a imprensa.

Annie jogou um jornal sobre a mesa, que se abriu na já familiar fotografia de Dul e Christopher rindo.

— Vocês dois são muito convincentes.

Dulce sorriu. Apesar de seu desejo de que os paparazzi desaparecessem, gostava das fotos que haviam tirado. Afinal, eram suas fotos de casamento.

— É, até que ficamos bem juntos.

— Bem? Vocês parecem mais felizes que pinto no lixo.

— Um pinto fica feliz no lixo? — brincou Dul.

— Não faço ideia. Que pena não ter conhecido o Christopher quando ele veio te deixar aqui. — Annie desabou no sofá e jogou as longas pernas sobre a mesinha de centro.

— Ele não veio. Na verdade, foi o motorista dele.

— Motorista? — Annie tinha olhos cor de chocolate incríveis, e os arregalou ao fazer a pergunta.

— Ele é rico, por que dirigiria? — Dulce riu e revirou os olhos, fazendo sua melhor imitação de esnobe.

— Ah, perdoe a minha ignorância! — a amiga riu.

O telefone da empresa tocou, e Annie pulou do sofá para atender.

— Alliance.

Dulce não prestou muita atenção enquanto Annie escutava a pessoa na linha. Mesmo com Christopher se elevando sobre sua silhueta verticalmente prejudicada, a foto deles não estava ruim.

— Não temos nada a declarar — dizia Annie. — Não, não somos uma agência de acompanhantes... Mais uma vez, sem comentários.

Com um suspiro de frustração, ela desligou.

— Eu deveria ter previsto isso. — A imprensa acabaria com seu negócio, se pudesse.

— Devíamos preparar uma declaração padrão para dar a todos eles.

— Boa ideia. Vou pensar em alguma coisa e falar com o Christopher

Casamento por ContratoOnde histórias criam vida. Descubra agora