8. Um destino inesperado

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Aproveitando o feriado prolongado e por sugestão do CEO, o casal Ohm e Fluke decidiu sair da cidade para aproveitar o silêncio e a privacidade oferecida pelo charmoso chalé que a família Ritprasert tinha nas montanhas. 

"Onde estão as chaves, Ohm?", Fluke perguntou confuso depois que eles haviam colocado as malas dentro do carro e se preparavam para sair.

"Eu vou dirigir hoje! Afinal de contas, eu te convidei e sei o caminho!", o CEO disse dando um sorriso que mostrava seus dentinhos pequenos e dava ao seu rosto o aspecto de um menino sapeca.

"Mas, Ooohm~!", o rapaz reclamou.

"Nah-ah! Primeira infração!", o mais alto disse levantando uma mão na direção de Fluke em sinal de advertência, tal qual o árbitro faz numa partida de futebol.

"O quê? Como assim?"

"É a nossa primeira viagem como casal, eu só vou te ouvir se você usar apelidos fofos ou me chamar de amor!", Ohm explicou cruzando os braços, mas seu tom jovial mostrava que tudo não passava de uma provocação.

"Você às vezes parece uma criança, sabia? O que eu perco se não falar isso?"

"Você não perde nada, mas acho justo que eu ganhe um beijo!", ele respondeu com um biquinho nos lábios.

"Se tudo que você quer são meus beijos, basta pedir, amor!", Fluke disse se levantando na ponta dos pés e beijando a bochecha do mais alto que ficou instantaneamente feliz com o ato meigo "Agora vamos, meu bebezão!", ele provocou o namorado.

Aparentemente seu talento para negociar era válido num relacionamento, Ohm pensou triunfante ao ouvir a forma fofa que Fluke usou para chamá-lo. 

A viagem foi longa, cerca de 2 horas, mas os ocupantes do veículo estavam animados e relaxados. Eles ouviram algumas músicas, compartilharam algumas histórias pessoais que achavam interessantes e pararam em alguns pontos do caminho para tirar fotos.

Quando finalmente chegaram ao seu destino, Fluke ficou encantado com a paisagem. A casa ficava num caminho afastado da cidade e o vizinho mais próximo ficava a uns bons 10 Km de distância. O chalé era todo construído em madeira, mas o seu interior não tinha nada de rústico, muito pelo contrário, era a definição de luxo.

"Vamos arrumar as coisas e sair pra passear, que tal?", Ohm perguntou.

"Parece ótimo, O--, digo, amor!", Fluke se corrigiu antes de esquecer o combinado anteriormente.

"Bom garoto!", Ohm comentou afagando a cabeça de Fluke.

"Cuidado, esse garoto aqui pode te morder!", Fluke provocou mostrando os dentes e dobrando os dedos em forma de garra antes de sair correndo para o andar superior do imóvel onde ficavam os quartos indicados por Ohm.

Eles tomaram um banho rápido e colocaram roupas mais quentes, já que o clima montanhoso havia resfriado um pouco seus corpos durante a viagem. Em seguida, saíram para dar uma volta pela cidade.

O lugar era pequeno e sobrevivia essencialmente do turismo, o que indicava dizer que o tratamento em todos os estabelecimentos era muito cordial e que havia muita gente andando pelas ruas. Mesmo assim, o casal aproveitou bastante entrando em pequenas lojas de produtos artesanais e até em um pequeno museu que contava a história do lugar. Por fim, depois de escurecer, eles procuraram um lugar aconchegante para comer.

Enquanto esperavam o garçom trazer os seus pedidos, Fluke se viu perdido apreciando a decoração do ambiente e reparando na música suave que uma banda tocava. Foi então que Ohm aproveitou a sua chance para falar.

"Fluke, eu quero te falar uma coisa, mas não quero que se sinta pressionado a nada, ok?", ele disse alcançando sobre a mesa a mão do rapaz à sua frente e entrelaçando seus dedos.

A pergunta feita num tom muito sério chamou a atenção de Fluke que ficou prestando atenção em expectativa.

"Eu te amo.", Ohm falou naturalmente. As palavras saíram fácil e o sorriso que se seguiu a elas encheu o coração de ambos de um calor cálido e reconfortante.

"Ohm, e-eu…"

"Shh, não diga nada, ok? Eu só quero te falar como eu me sinto e que vou esperar até quando você estiver pronto. Isso se você quiser falar isso algum dia, claro. Se não, se você disser que eu sou uma pedra no seu sapato, o jeito vai ser te deixar ir embora da minha vida!", Ohm disse fazendo carinho na mãozinha pequena com seu polegar.

"Não vai ser tão fácil assim se livrar de mim, amor!", Fluke disse levando os lábios até a mão de Ohm e a beijando suavemente.

Em seguida, os pratos que eles haviam pedido chegaram e eles aproveitaram a refeição que era muito saborosa. Depois disso, já cansados da viagem e do dia cheio, foram para o chalé.

Como eles ainda não haviam passado desse estágio, Ohm fez questão de ficarem em quartos separados para não passar a mensagem errada de estar colocando algum tipo de pressão em cima de Fluke, mas foi inevitável reparar que algo na fisionomia do rapaz estava diferente. Eles estavam no largo corredor em frente aos quartos quando o CEO decidiu perguntar.

"Ei, Fluke, você está triste? Está passando mal? Está cansado?", o CEO perguntou preocupado.

"Não, Ohm, a viagem tá incrível, VOCÊ é incrível..."

"Mas?", ele perguntou encaixando suas mãos nas bochechas fofinhas do amado.

"Mas nós pertencemos a mundos diferentes, você é um CEO e eu sou apenas um motorista…", Fluke fechou os olhos depois de desabafar. Então era isso que o estava preocupando.

"Eu não tô vendo empresa nenhuma aqui, amor…", Ohm tentou brincar.

"Não aqui, mas quando voltarmos…"

"Fluke?", Ohm chamou tentando recuperar o foco do seu olhar.

"O quê?

"Não pensa.", Ohm disse beijando suavemente os lábios cheios que pareciam se encaixar tão bem nos seus.

"Ok, eu posso fazer isso.", Fluke respondeu quando eles se separaram.

Os dois homens se encararam por alguns instantes, como que fazendo uma pergunta silenciosa. Então, em seguida, Fluke tomou a mão de Ohm na sua e o levou para o quarto onde havia arrumado as suas coisas. A paisagem noturna da janela era linda, mas os dois tinham olhos apenas um para o outro naquele momento. Despindo peça por peça, era como se eles estivessem também removendo as armaduras naturais que a vida havia criado em volta de seus corações. Por isso, mesmo que Fluke ainda não fosse capaz de dizer as 3 palavras mágicas, ele pôde demonstrar como se sentia e Ohm conseguia entender muito bem.

Depois das suas intensas atividades, eles acabaram dormindo nos braços um do outro. Felizes por terem se encontrado e se amarem.

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Em algum lugar perto do chalé particular da família Ritprasert…

"Os alvos estão no local designado. Vou executar o plano esta noite.", o homem falou ao telefone e, ao desligar, quebrou o aparelho pisando em cima dele e o jogou no meio da mata. Era hora de agir.

Meu adorável motoristaOnde histórias criam vida. Descubra agora