11. A lua de mel

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Quando a limusine parou, o casal precisou interromper a sua calorosa sessão e desembarcar do veículo. A mudança de temperatura e o vento forte encontraram o rosto de Fluke e ele tentou usar o braço para se proteger até que Ohm, cavalheiresco como sempre, se colocou na frente dele.

Logo em seguida, o vento cessou completamente e eles não sentiam mais do que a leve brisa marítima de fim de tarde. Assim, Fluke foi capaz de ver onde eles estavam: num heliporto à beira mar.

"Ohm?", Fluke olhou para o marido com olhos arregalados.

"Surpresa!", Ohm falou animado.

Dias depois do ataque que eles haviam sofrido no chalé nas montanhas, Ohm e Fluke haviam voltado à rotina normal. Eles trabalhavam de dia e passavam as noites juntos. Quando Fluke reclamava de ter abandonado o próprio apartamento há mais de 3 dias, Ohm fazia questão de acompanhar o namorado e ficar por lá mesmo. Mas algo incomodava o CEO e numa noite, sem muita cerimônia ou promessas impossíveis, ele expressou de forma sincera os seus sentimentos e receios enquanto os dois estavam confortáveis deitados na cama pequena de Fluke.

"Amor, sabe o que eu andei pensando?", Ohm brincava com os cachos do cabelo do namorado.

"Hum?"

"Desde aquela noite em que o cara apontou a arma pra nós e eu percebi que alguma coisa poderia ter acontecido, nos separando de uma forma ou de outra, eu vi o quanto a vida é um risco. A gente não sabe se vai estar aqui no momento seguinte e nossa única certeza é o agora…", Ohm estava tentando procurar os olhos castanhos que eram pouco visíveis sob a luz do luar.

"O que você quer dizer, amor?", Fluke perguntou, seus batimentos acelerando.

"Eu quero dizer que não quero perder mais tempo…", Ohm disse e então levantou da cama para buscar algo no meio das roupas que haviam sido descartadas no chão horas antes. Pegando uma caixinha de veludo azul, ele acendeu a lâmpada perto da cabeceira da cama e se ajoelhou ao lado dela. "Fluke Natouch, você me permite passar todos os momentos possíveis ao seu lado até o resto das nossas vidas?"

Fluke sentia que poderia explodir de alegria com aquela pergunta. Aliás, seu coração pulava dentro do peito como se mil cavalos estivessem correndo lado a lado e provocando um terremoto dentro dele. Existiam mil motivos para não aceitar aquele pedido, mas o único que ele tinha para aceitar era maior que todos eles: Fluke tinha certeza absoluta dos sentimentos de Ohm e dos seus próprios. Era mesmo bobagem ficarem separados.

"Eu aceito, eu aceito, eu aceito!", o rapaz disse saltando da cama para os braços do amado.

As semanas seguintes foram usadas no planejamento do evento. Mesmo que eles quisessem manter tudo simples, isso ainda exigia trabalho e organização. Então, eles preferiram dividir para facilitar: Fluke e Earth ficaram encarregados da cerimônia e recepção; Ohm e Prem lidariam com a viagem de lua de mel.

E foi assim que eles tiveram um casamento intimista no jardim da mansão Ritprasert e foram passar a lua de mel na ilha particular que estava em nome da família.

"Você é maluco, amor!", Fluke deu um tapinha leve no peito do marido quando eles pousaram na ilha já no amanhecer do dia seguinte ao casamento.

"Maluco por você e só por você!", Ohm respondeu abraçando a cintura estreita e roubando um beijo profundo do homem à sua frente.

A ilha era absurdamente grande, mas contava com uma equipe pequena de funcionários para garantir ao casal alguma privacidade. Dentro da enorme casa que ocupava a parte central da ilha, eles tinham tudo de que precisariam, mas a verdade é que eles estavam preocupados com assuntos mais importantes, como aproveitar a companhia um do outro.

Assim, logo que desembarcaram, trocaram rápido suas roupas formais por trajes de banho e foram para a praia. As águas claras eram tentadoras e o casal se divertiu nadando e brincando entre as ondas. À noite, se recolheram dentro da casa para tomar uma ducha rápida e jantar.

Quando Fluke saiu do banho, não encontrou Ohm à vista, mas apenas um cartão repousando na ponta da cama. Na letra elegante do empresário, estava escrita a mensagem: "Estou te esperando no terraço, amor!". Ao lado, ele tinha deixado uma rosa vermelha que Fluke acariciou com a ponta do dedo.

Enquanto caminhava pela casa até o ponto de encontro, Fluke se sentiu feliz por ter escolhido vestir um suéter bege com uma calça branca porque o clima noturno na ilha parecia ter temperaturas mais baixas.

Chegando na escada que levava ao terraço, Fluke viu que tudo havia sido preparado com carinho. Haviam pétalas de rosas espalhadas pelos degraus e velas indicando o caminho que ele deveria seguir. O rapaz riu consigo mesmo, contente e envaidecido por ter encontrado alguém tão romântico como seu marido.

Ao chegar ao terraço, Fluke avistou Ohm. O CEO estava vestido com trajes parecidos com o dele: uma camisa de mangas longas e calça, mas num tom mais claro. Era como se eles tivessem combinado a cartela de cores, mas não passava de uma coincidência. Ohm não havia penteado o cabelo como usava nos dias de trabalho, preferindo um estilo mais despojado e aquele visual dava à sua imagem algo mais rústico, talvez selvagem, fazendo com que Fluke se sentisse atraído por ele como um ímã. 

"Demorei muito?", o mais baixo perguntou quando estava perto do marido.

"Eu esperaria até o fim dos tempos por você, amor!", Ohm sorriu largamente e venceu com facilidade a distância entre eles para dar um beijo no amado.

O jantar foi tranquilo e saboroso, mesmo que os apaixonados estivessem distraídos demais com as estrelas que encontraram nos olhos um do outro para aproveitar devidamente a refeição. A noite parecia mágica e logo eles estavam de volta à suíte principal.

"Eu já volto!", Fluke disse fugindo para o banheiro assim que entraram no quarto.

Ohm deu um sorriso consigo mesmo e se sentou na cama para esperar.

Enquanto isso, dentro do banheiro, Fluke encarava o espelho tentando encontrar respostas para o próprio nervosismo repentino. Esta era a sua noite de núpcias, é verdade, mas não é como se eles nunca tivessem dormido juntos antes. Mesmo assim, ele sentia as mãos tremendo levemente.

"Você pode fazer isso, Fluke!", ele disse encarando determinado seu reflexo no espelho. Munido de uma nova coragem, ele trocou a roupa pelas peças que havia deixado ali antes e voltou ao quarto.

Ohm também havia aproveitado o tempo para trocar de roupa e agora vestia um robe de seda. O tecido tinha um tom diferente que brincava entre o lilás e o azul, acentuando as curvas perfeitas do corpo malhado do CEO e Fluke se sentiu ronronando com a vista.

"Você está lindo, amor!", Ohm o pegou de surpresa com o elogio.

O mais baixo estava vestido com um short e robe de seda na cor branca que acentuavam a suavidade da sua pele. Ohm sentia as mãos coçando para tocá-lo.

"Você também está lindo!", Fluke comentou se aproximando do outro.

Ohm encaixou uma das mãos no rosto do marido e o beijou suavemente, mas logo Fluke aprofundou o momento e abrindo a boca, permitiu que as línguas de ambos se encontrassem.

Eles foram caminhando com cuidado na direção da cama, até que Ohm se sentou na beirada do colchão e trouxe Fluke ao seu colo.

"Eu te amo, Ohm Thitiwat Ritprasert-Siripongthon!", Fluke confessou ofegante, aproveitando a chance para testar na língua como ficava o novo nome do marido que havia insistido em adicionar o nome da família dele ao seu.

"Eu também te amo, Fluke Natouch Siripongthon-Ritprasert!"

E assim como seus nomes e as alianças que eles agora carregavam nos dedos, seus corpos se uniram em uma mistura de amor e devoção. 

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Notas:

Uma noite romântica que encerra a parte meiga da nossa história! Agora vem a emoção nos capítulos finais!! 😍😍

Meu adorável motoristaOnde histórias criam vida. Descubra agora