9. O ataque

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Alguns dizem que quando acordamos no meio da noite sem motivo aparente é porque nosso anjo da guarda está enviando um sinal. Outros dizem que em algum lugar do mundo tem alguém pensando em nós e isso nos arranca do mundo onírico. Seja lá qual for a real razão, Fluke acordou no meio da noite.

Ele se sentia ligeiramente quente e percebeu que o motivo disso era o seu namorado do tamanho de um urso aninhado junto ao seu corpo e com um braço ao seu redor. Fofo, mas no momento isso estava causando muito calor e ele sentia precisar de um copo de água. Então, com muito cuidado, Fluke removeu seu corpo de onde estava grudado ao de Ohm e descendo a escada um degrau por vez para evitar fazer barulho, chegou até a cozinha. 

Enquanto tomava água, porém, o rapaz sentiu algo instigando o seu sexto sentido. Seguido do calafrio que atravessou a sua coluna, ele ouviu um barulho vindo do lado de fora. Andando com cuidado até a janela, ele se esforçou por olhar para a escuridão e teve a certeza de identificar uma silhueta correndo na direção da casa.

Ainda tentando manter o silêncio, mas agora num ritmo muito mais frenético, Fluke subiu as escadas e voltou ao quarto onde instantes antes estava dormindo ao lado de Ohm. Ele mexeu no corpo musculoso uma, duas vezes, para tentar acordá-lo.

"Amor, não faz barulho! Acho que tem alguém rondando a casa!", ele sussurrou perto da orelha do homem que estava dormindo.

"O quê? Fluke?", ele despertou meio grogue.

"Eu fui tomar água e vi um vulto perto da casa."

Ohm arregalou muito os olhos quando a informação penetrou no seu cérebro, ele sentiu de uma só vez o instinto de preservação tomando o espaço que antes era preenchido pela letargia. 

"Eu vou dar uma olhada, você fica aqui!", Ohm disse vestindo a calça jeans e a camisa que estavam jogadas no chão. 

"Nem pensa que vai você vai lá sozinho, Ohm!", Fluke lançou um olhar de desafio enquanto atava o nó do roupão de forma mais segura.

Os dois travaram os olhares uma pequena disputa por dominância, mas Ohm desistiu primeiro com um suspiro.

"Ok, ok! Mas você fica atrás de mim!", o CEO disse e saiu do quarto em seguida, sentindo a presença de Fluke logo atrás de si.

Quando passaram pela sala, Ohm pegou dois dos tacos de golfe que estavam dispostos como decoração perto da entrada e entregou um deles para Fluke. Não eram nem de longe armas eficazes, mas eles contavam com o elemento surpresa na sua emboscada.

De onde estavam, perto da porta da cozinha, era possível notar que um homem, pouco mais de 1,80m estava revirando os armários em busca de alguma coisa. Ohm então levantou uma mão e contou silenciosamente o tempo para atacarem o sujeito.

"Nós vamos no 3! 1… 2… 3!", ele sussurrou e junto de Fluke começaram a bater no invasor com os tacos de golfe. O sujeito tentou se defender, mas quando viu que não conseguiria e se aproveitando do fato de que seus agressores começavam a perder a força, ele gritou rápido:

"Calma, calma! Sou eu! Chefe! Fluke! Sou eu… o Boun!"

Ao ouvir a voz familiar do chefe da segurança particular de Ohm, ambos os homens cessaram seu ataque.

"Eu estava com fome… e resolvi vir aqui pegar alguma coisa.", Boun falava mastigando o macarrão instantâneo que Fluke havia preparado para ele. "Não esperava que…vocês fossem acordar e me ver!", ele terminou com um sorriso de lado. O curativo no seu supercílio era a única coisa que o permitia comer sem se preocupar com a ferida que havia ganhado após o ataque que sofrera. Por sorte, Ohm era habilidoso o suficiente com o kit de primeiros socorros.

Meu adorável motoristaOnde histórias criam vida. Descubra agora