Laura:
Quando Manoela bateu em minha porta, apertei o laço do meu roupão e fui até a porta lhe receber. Ela me encarou de cima abaixo, sequer disfarçou.
- Oi, acho que me atrasei um pouco. - Falei mordendo o lábio. - Entra! Seja bem-vinda.
- Obrigada.
Manu entrou e fechei a porta. Ela analisou a sala e em seguida a mesa de jantar posta para duas pessoas.
- Desculpe, eu demorei muito na cozinha e acabei me atrasando para o banho. Vou colocar uma roupa, fique à vontade.
Fui até meu quarto, coloquei um vestido preto e colado, na altura da minha coxa e soltei o cabelo. Passei um perfume discreto, um pouco de pó compacto no rosto e um gloss nos lábios.
Quando voltei, Manu estava sentada no sofá encarando a decoração.
- E aí? Nota para o meu apartamento?
- Ainda não o vi inteiro. - Ela disse levantando.
- Depois eu te mostro, vou terminar o jantar. Você gosta de spaghetti a carbonara? Minha especialidade.
- Nossa, eu amo massa. Posso ajudar?
- Claro! Abre esse vinho para nós. - Retirei um vinho tinto da geladeira. - Você prefere vinho tinto ou outro? Tenho rosé e branco.
- Eu prefiro tinto.
Ela retirou os saltos na sala e veio até a cozinha. Enquanto ela abria o vinho, eu terminava de fazer o macarrão. Nos serviu em duas taças e me fez brindar.
- E estamos brindando o que? - Perguntei após dar um gole.
- Um brinde a essa nossa noite. - Ela passou a língua nos lábios e sorriu.
- O jantar está pronto, quer comer logo?
- Hum, pode ser.
Sentamos à mesa e apaguei as luzes da sala, deixando apenas a luz do lustre e da varanda acesa, deixando um clima mais bonito. Ela se serviu primeiro e depois me servi.
- Nossa, está uma delícia! Você acertou mesmo.
- Tenho minhas peculiaridades, gosto de cozinhar, quanto salgado e doce.
- Eu sei um pouco, mas o básico, consigo sobreviver por um final de semana.
- E o restante dos dias?
- Preciso de delivery ou da funcionária lá de casa. - Ela riu.
Manu serviu mais vinho para nós enquanto conversávamos algumas coisas amenas. Conversamos tanto que já estávamos abrindo a terceira garrafa.
- Você sabe que o certo é uma garrafa por pessoa? - Perguntei e ela assentiu. - Acho que estamos exagerando.
- Estamos nada! Amanhã é domingo e não trabalhamos. - Ela levantou e levou nossos pratos até a pia. - Vamos para o sofá?
- Você já está a vontade assim na minha casa? - Brinquei e levantei carregando minha taça e entregando a dela.
- Ainda estou pouco, pretendo conhecer outros lugares dessa casa.
Nos sentamos no sofá, lado a lado, enquanto eu colocava uma música calma no aplicativo de músicas da TV.
Manoela passou sua mão por minha coxa e a apertou. Dei um gole no vinho e lhe encarei.
- O Marcos sabe que você veio me ver?
- Claro que não, nem Mariah.
- E Juliana?
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Nossa Emergência
RomanceLaura, filha única e herdeira de um império de empresas, optou por estudar medicina e se formar no que sempre sonhou. Recém-formada e residente em cardiologia em um grande hospital particular, Laura irá aprender a lidar com pessoas, cirurgias e com...