Desde cedo sempre me pareceu tão mórbido escrever sobre o amor que se deposita a alguém. E enquanto cresci estudei que a escrita por tantos anos foi dedicada a tal propósito: a demonstração sensacionalista ou melancólica de como essa abstração torna os homens em meros idiotas. Ao menos foi assim que vi.
Todos amam, e os que são exceção parecem ser os mais infelizes. Mas será se são? Há aqueles que dizem que o amor é como o par de olhos de Capitolina: oblíquo e dissimulado. Sim, ambas as falas são repletas de parcialidade, mas no fim toda abstração é banhada de opiniões e falas parciais. Nietzsche mesmo dizia que toda filosofia é uma confissão do autor, é talvez seja isso que faça aqui.
Mas parece que esses, os que não amam, são sequelados, pessoas que carregam seu interior dilacerado por tal emoção, sinto nessa dor e aversão o famoso "cheiro de experiência própria".
Pessoas que passaram pelo amor podem se tornar seus discípulos. Todos conhecemos quem ame romanticamente e quer que todos amem; chegam até a insinuar que isso seria a resolução do mundo. Essas pessoas me parece ter vindo da mais clichê das propagandas de margarina, daquelas mais "em conta".
14/03/20
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Escritos Dissociados
PoetryPoesias, textos e crônicas que eu escrevi ao passar dos anos, pode não ter pé nem cabeça, pode ter erros de escrita, redundâncias e até estar incompleto, mas são textos que eu gosto, por isso aqui estão. Nas crônicas eu não dou nome aos personagem...