Relief (Yoonseok) (ABO)

Capítulo 1

Hey! Essa é a minha primeira história, espero que gostem :3observações: A história pode conter gatilho (crises de ansiedade, pensamentos depreciativos e utilização exagerada de medicamentos). 

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Yoongi não aguentava mais, ele tinha certeza que desmaiaria de exaustão a qualquer momento, sentia que uma bigorna pressionava o seu peito, seus olhos praticamente fechavam sozinhos, só queria chegar em sua casa, ou melhor, chegar na sua cama. O motivo para tanto cansaço tinha nome, sobrenome e uma grande quantidade de iniquidade. A verdade é que ele não entendia o porquê do seu chefe o odiar tanto. Qual é, tinham mais três médicos no seu departamento, não existiam motivos plausíveis para todos os pacientes ficarem sob os seus cuidados. Não o leve a mal, ele amava a sua profissão, sempre foi o seu sonho se formar em medicina, precisou batalhar muito para conseguir esta conquista em uma sociedade na qual os ômegas ainda eram vistos como uma classe inferior. Mas, não era inocente, ele percebia o quão prejudicado estava sendo naquele emprego, não sabia ao certo o motivo, talvez fosse por ser o único ômega médico trabalhando naquele hospital, talvez fosse por ter dado um fora no filho desprezível do chefe. Seja o que fosse não era justo.

Passou pelo porteiro, falou com uma criança dentro do elevador, procurou as chaves dentro da bolsa, olhos arregalados, desespero. Esse foi o itinerário de Yoongi quando chegou ao seu prédio. Era palpável a sua frustração, não por esquecer a chave, mas sim por não poder enfim descansar. É engraçado como pequenas coisas podem desencadear uma crise que foi consequência de grandes problemas. Ele não entendeu muito bem como aconteceu, mas quando sua percepção voltou a funcionar, sentiu as lágrimas, a falta de ar, as mãos trêmulas, os barulhos que eram emitidos por sua boca, foi impressionante compreender que tudo isso vinha dele, sendo que ele nem sabia que tinha começado a chorar. Entretanto, não teve muito tempo para raciocinar tudo que estava acontecendo, pois, um cheiro muito próximo a si o despertou dos seus devaneios, era um aroma que lembrava amêndoas, mas tinha um amadeirado no meio disso tudo, parecia a amendoeira em si, não apenas a semente, era um alfa, isso ele tinha certeza. Percebeu que o alfa em questão estava tentando acalmá-lo com os seus feromônios, estava dando certo, tinha um quê de paz no aroma. Quando se acalmou um pouco mais, teve noção de que suas mãos agarravam a camisa do desconhecido e que seu rosto estava encaixado no pescoço dele, onde ficava a sua glândula, sentiu o constrangimento subindo pelo seu corpo, provavelmente estava com as bochechas rubras, porém não conseguia falar, o nó ainda estava na sua garganta.

- Está se sentindo melhor?

Estava se sentindo melhor? Ele não sabia nem o que estava sentindo para falar a verdade, ele não entendia de onde vinha tanto desespero, parecia loucura não reconhecer seus próprios sentimentos, mas Yoongi vinha reprimindo suas emoções há anos, já era especialista em não sentir, só não entendia o por que de estar sentindo agora.

- Desculpa por isso - conseguiu falar sentindo a garganta doer, por conta do choro recente - Acho que estou me sentindo melhor sim, desculpa mesmo - estava morto de vergonha, não conseguia nem olhar para aquele que o ajudava, apenas queria que aquela tortura acabasse logo.

- Não precisa se desculpar, está tudo bem, na verdade, acho que sou eu quem deveria pedir desculpas, não foi educado da minha parte invadir o seu espaço pessoal e usar os meus feromonios sem o seu consentimento - falou enquanto esboçava um sorriso envergonhado e observava a expressão confusa do homem à sua frente, sabia que a sua ação era considerada íntima demais, principalmente para os ômegas, que eram mais sensíveis aos feromonios dos alfas. - eu fiquei um pouco desesperado quando te vi aqui, você parecia estar tendo uma crise de pânico, por isso agi sem pensar, acho que meu lobo também queria te ajudar, ele que iniciou a liberação dos feromonios. Eu realmente sinto muito por isso - falou de maneira sincera, enquanto ainda olhava o ômega que estava com o olhar fixo na parede à sua frente.